sexta-feira, 28 de março de 2014

"CANTAR GRÂNDOLA" NO COLISEU DE LISBOA, RESPIRAM-SE SINERGIAS DA REVOLUÇÃO





Exatamente neste momento (22.40) no Coliseu de Lisboa canta-se a uma só voz. Lotação esgotada. Assistência sedenta de participar para recordar Zeca Afonso, cantar Grândola, respirar laivos de liberdade como há 40 anos aconteceu poucos dias antes do 25 de Abril. É um elenco de luxo que está ou vai atuar ainda. Impossivel convidar para que "venham mais cinco" porque o espaço está a abarrotar de pessoas, de amigos, de companheiros e camaradas. Respira-se dentro do Coliseu sinergias da revolução. Durante os ensaios, hoje à tarde, a TSF realizou uma reportagem sobre este evento. A seguir. (Redação PG)

Coliseu de Lisboa esgotado para "Cantar Grândola" 40 anos depois do primeiro encontro

TSF - 17:50

O concerto "Cantar Grândola, 40 anos depois", evoca hoje, num Coliseu de Lisboa já esgotado, o espetáculo de 29 de março de 1974, com músicos como Sérgio Godinho e Janita Salomé, que voltam a cantar José Afonso. Já se ensaia no Coliseu.

Mais de vinte artistas portugueses e espanhóis sobem ao palco do Coliseu de Lisboa para recordar o I Encontro da Canção Portuguesa, que aconteceu há quarenta anos, nesta mesma sala, onde se entoou a canção "Grândola, Vila Morena", do autor de "Contos velhos, rumos novos".

De acordo com Vítor Sarmento, da Associação José Afonso, entidade organizadora do evento, a procura superou as expectativas e o Coliseu de Lisboa esgotou há pelo menos três dias.

«No dia do espetáculo [em 1974], a censura avisara a Casa de Imprensa, organizadora do evento, de que eram proibidas as representações de 'Venham Mais Cinco', 'Menina dos Olhos Tristes', 'A Morte Saiu à Rua' e 'Gastão Era Perfeito'. Curiosamente, a 'Grândola' era autorizada», recorda agora a Associação José Afonso.

Mais tarde, militares do Movimento das Forças Armadas viriam a escolher aquela música de Zeca Afonso - gravada para o álbum "Cantigas do Maio" (1971) - para senha da revolução, em parceria com os responsáveis do antigo programa radiofónico Limite, emitido pela Rádio Renascença, que a transmitiu, na madrugada de 25 de Abril de 1974.

Além de Zeca Afonso, nesse espetáculo participaram músicos e autores como Adriano Correia de Oliveira, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Paredes, Fernando Alvim, Fernando Tordo, José Jorge Letria e José Barata Moura, o grupo Introito, de Nuno Gomes dos Santos, e Manuel José Soares.

De acordo com testemunhos da época, mais de cinco mil pessoas assistiram ao concerto de 1974, que se realizou sob forte vigilância da polícia, como Otelo Saraiva de Carvalho lembrou mais tarde em "Alvorada em Abril". A canção "Grândola, Vila Morena" ecoou então espontaneamente, como ato de resistência.

Quarenta anos depois, o elenco do concerto será diferente, com mais de vinte artistas, a maioria portugueses, como Sérgio Godinho, Júlio Pereira, Amélia Muge, João Afonso, António Victorino d'Almeida e Luiz Avellar, Filipe Raposo, Francisco Fanhais e Zeca Medeiros.

A eles juntam-se ainda Manuel Freire e Carlos Alberto Moniz, que estiveram há 40 anos no Coliseu, e os espanhóis Antonio Portanet, autor de "Vals en las ramas" e "Noche de quatro lunas", e Esther Merino, que já participou no Festival de Flamenco de Lisboa.

No espetáculo de hoje são ainda esperados Couple Coffee, Amílcar Vasques-Dias e Luís Cunha, Luísa Amaro e Rui Pato, que acompanhou José Afonso, no início dos anos 1960.

Em declarações à agência Lusa em fevereiro passado, Manuel Freire recordou o concerto emblemático de 1974: «Uma coisa bastante vibrante, ver o coliseu completamente cheio a cantar aquela música».

«Andávamos com o Zeca, conhecíamos a música, mas não tínhamos a pequena ideia de que aquilo ia acontecer [no Coliseu]», recordou.

O músico lembra que havia recomendações para «não levantar muitas ondas porque a polícia de choque estaria à saída» do Coliseu, mas «as mensagens eram cifradas e as pessoas estavam já treinadas para as decifrar».

O I Encontro da Canção Portuguesa realizava-se cerca de duas semanas após o levantamento das Caldas da Rainha e a menos de um mês da madrugada de Abril.

"Cantar Grândola, 40 anos depois" é organizado pela Associação José Afonso em colaboração com a Casa da Imprensa.


Portugal: Cortes nas pensões acabam quando o Arouca for campeão. Três vezes seguidas



Nicolau Santos – Expresso, opinião

Esta semana o país ficou a saber que nas Finanças se está a cogitar como será possível transformar em definitivos os cortes nas pensões que o primeiro-ministro, o vice-primeiro-ministro e a ministra das Finanças tem dito repetidamente serem temporários.

Aliás, foi com este argumento - que os cortes seriam temporários - que o Tribunal Constitucional autorizou que os cortes fossem aplicados até ao final do programa de ajustamento a 17 de maio deste ano ou, no máximo, até 31 de dezembro de 2014.

Mas como já se percebeu a redução da despesa pública tem sido conseguida até agora essencialmente pelo corte nos salários da Função Pública e nas pensões. Se forem levantados esses cortes, regressa o pecado consumista: ele serão os funcionários públicos a comprar roupa, sapatos novos e a jantar fora, os reformados a viajar e a dar dinheiro aos netos, que por sua vez irão comprar ténis e bermudas de marcas internacionais e, está-se mesmo a ver o que acontece: regressam de imediato os desequilíbrios financeiros que nos conduziram ao pedido de ajuda internacional.

Como é óbvio, os nossos credores não vão gostar que tudo volte à estaca zero. O Governo não vai gostar de perceber que afinal todo o seu esforço para mudar a alma dos portugueses foi em vão. E o povo não vai gostar de perceber que nunca mais vai ver as pensões, reformas e salários que lhes foram tirados.

Ora, para transformar os cortes temporários em definitivos o Governo quer indexá-los à evolução da demografia e da economia. São dois enormes riscos. No caso da demografia, o dr. Passos já anunciou que todos os que emigraram podem desde já voltar porque o país está muito melhor. Se isso acontecer, alguns virão já com filhos mas outros começarão a procriar com grande afinco dada a rede social que o Estado português lhes oferece. E isso fará crescer a população e irá inflacionar as pensões. Por sua vez, ninguém garante que a economia, em vez de crescimentos abaixo de 2% até 2016, não toma o freio nos dentes e não desata a crescer a taxas de 4% ou mais - o que inflacionará de novo as pensões.

Penso que é mais seguro utilizar outro indexante, que seja mais claro para todos e menos passível de conduzir aos resultados que o Governo não quer. Assim, proponho que as pensões fiquem congeladas enquanto o Arouca estiver no campeonato principal de futebol do país. Quando cair de divisão, as pensões descem. E quanto o Arouca for campeão, então finalmente as pensões subirão. Mas só se o Arouca for campeão três vezes e todas seguidas. Assim toda a gente percebe quando é que serão repostas as pensões que foram temporariamente cortadas.

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Líder da UGT promete "não assinar mais nada" se o salário mínimo não aumentar




O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse hoje que "não haverá nada assinado pela UGT sem mexer no salário mínimo nacional" e exigiu que o Governo "fale verdade" sobre se vai haver ou não mais cortes.

Carlos Silva, que presidiu à abertura do seminário 'Os Sindicatos nas Empresas, com os Trabalhadores' no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria de Cerâmica, Cimentos, Abrasivos e Vidros, o único sindicato operário da central, desafiou o Governo "a dizer claramente aos trabalhadores se os cortes nos salários e nas pensões são para manter, ou se são transitórios como estava previsto há dois anos".

"Não é possível que o primeiro-ministro diga uma coisa e que o presidente do grupo parlamentar do partido que suporta o Governo diga outra. Os portugueses querem saber quem é que fala verdade", disse.

O secretário-geral da UGT insistiu na atualização do salário mínimo nacional, de que faz depender qualquer acordo com a central sindical.

"Não há acordos de negociação nem nada assinado com a UGT sem nesse momento estar o salário mínimo nacional e não é só para entrar [em vigor] em 2015, senão não há acordos com ninguém", declarou.

Carlos Silva justifica a posição com a necessidade de promover o crescimento económico, que não pode depender apenas do aumento das exportações, mas tem de passar também pela dinamização do mercado interno.

"Uma empresa que não consiga pagar mais 15 euros a 10 trabalhadores mais vale fechar a porta. Não é por aí, até porque os patrões estão de acordo com o aumento do salário mínimo nacional e o desbloqueamento da negociação coletiva. Quem não quer é o Governo", disse.

Essa é a condição para a central sindical voltar a fazer qualquer acordo, a que junta o regresso à negociação coletiva, tanto mais que "a UGT assinou em 2012 um acordo de concertação, que em alguns aspetos foi um acordo dramático para os trabalhadores" porque não foi cumprido.

"Foi num cenário excecional, em que era necessário subscrever uma garantia, um aval financeiro do Estado para garantir que vinham 78 mil milhões de euros. Foi o que o país precisou. A UGT atravessou-se nisso e fez muito bem. É verdade que prejudicou os trabalhadores, mas acima de tudo, quem prejudicou os trabalhadores foi quem não cumpriu o acordo. Nós cumprimos a nossa parte e tínhamos o direito de ver desbloqueada a negociação coletiva já há dois anos", comentou.

Lusa, em Dinheiro Vivo

Portugal: PALAVRA DE HONRA



Fernanda Câncio – Diário de Notícias, opinião

"O corte de remunerações, por imperativo legal, só pode ser transitório. Medidas deste tipo apenas podem ser justificadas em condições excepcionais e as condições excepcionais não podem ter duração indefinida." Gaspar, 17/10/2011

"[É preciso evitar] medidas intoleráveis como o despedimento indiscriminado de funcionários públicos. O Estado tem compromissos a que não deve renunciar, nem numa situação de emergência. É a pensar na prioridade do emprego que o OE 2012 prevê a eliminação dos subsídios de férias e de Natal [para funcionários públicos e pensionistas]. Esta medida é evidentemente temporária e vigorará apenas na vigência do programa de assistência económica e financeira." Passos, 3/10/2011

"Não me parece que estejamos num ciclo perverso. A austeridade é necessária para evitar precisamente uma austeridade mais descontrolada e selvagem" Gaspar, 28/2/2012

"A suspensão [dos subsídios de Natal e de férias de pensionistas e funcionários públicos] vigorará até ao final da vigência do programa de ajustamento, como é claramente dito no relatório do OE 2012. Esta é a posição que o Governo tem, é a posição que o Governo sempre teve." Gaspar, 4/4/2012

"A partir de 2015 iniciaremos a reposição gradual dos subsídios de férias e de Natal bem como os cortes nos salários da função pública efectivados em 2011. O Documento de Estratégia Orçamental hoje aprovado não prevê mais medidas de austeridade e novos impostos. Este documento fixa o nível de despesa do Estado até 2016." Passos, 30/4/2012

"O programa de rescisões na função pública deve ser encarado como uma oportunidade e não uma ameaça. Apenas sairão os que o desejarem." Passos 18/3/2013

"Nos 12 primeiros meses no sistema de requalificação o trabalhador terá direito a 60% da remuneração a que tinha direito antes. A partir dos 12 meses, a compensação será 40%. Tem sempre possibilidade de acesso a rescisão por mútuo acordo." Rosalino, 12/9/2013

"Cortes de salários na função pública vão estender-se para além de 2014, são transitórios mas não anuais." M. Luís Albuquerque, 15/10/2013

"Os cortes salariais assumidos para a função pública este ano são temporários. Mas não podemos regressar ao nível salarial de 2011 nem ao nível das pensões de 2011." Passos, 5/3/2014

"Corte permanente nas pensões é alarmismo injustificado. Não é intenção do Governo haver qualquer tipo de reduções adicionais relativamente aos rendimentos dos pensionistas." Marques Guedes, 27/3/2014

"Não faz sentido fazer especulação sobre um eventual corte permanente nas pensões. O debate em Portugal devia ser mais sereno e informado e os membros do Governo deveriam contribuir para isso." Passos, 27/3/2014

Timor-Leste: Presidente Taur Matan Ruak pede à polícia para tornar trânsito mais seguro



28 de Março de 2014, 09:38

O Presidente Taur Matan Ruak, pediu ontem à Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) medidas para tornar o trânsito mais seguro e"reduzir os acidentes de viação e salvar vidas". 

"A PNTL deve lançar rapidamente uma campanha rigorosa para tornar o trânsito mais seguro e fazer respeitar limites de velocidade e outras regras básicas", afirmou Taur Matan Ruak num discurso proferido numa cerimónia para assinalar o 14º aniversário da polícia timorense.

"Se necessário, deve propor-se a redução do limite de velocidade dentro das cidades, para reduzir os acidentes de viação e salvar vidas", sublinhou Taur Matan Ruak.

Para Taur Matan Ruak, a segurança das pessoas não é só afetada pela criminalidade, mas também pelos "problemas de segurança criados pelo trânsito".

Em 2013, os acidentes de trânsito em Timor-Leste provocaram mais de 1500 feridos e pelo menos 70 mortos.

"O trânsito constitui, atualmente, um risco grave para a segurança das pessoas, nas cidades e nas estradas, em todo o país. Temos de fazer, rapidamente, um esforço para ter um trânsito mais ordenado, mais seguro para todos, os condutores e os peões", insistiu o Presidente timorense.

No discurso, o Presidente destacou também o reforço e o desenvolvimento que a polícia tem realizado na sua organização interna e capacidade operacional, bem como o "desempenho dos oficiais e agentes durante a operação que a PNTL tem em curso em todo o país".

Na cerimónia, onde vários polícias receberam medalhas por participação em missões, comportamento exemplar e prestação de serviços, estiveram presentes vários membros do governo, deputados e corpo diplomático acreditado em Díli.

Lusa, em Sapo TL

Timor-Leste: FALTA DE LUZ NO AEROPORTO DE DÍLI ATRASA CHEGADA DE VOOS




Díli, 28 mar (Lusa) - Uma falha de eletricidade no aeroporto internacional de Díli, Timor-Leste, provocou hoje atrasos na chegada de dois voos que fazem a ligação à Indonésia, disse fonte da aviação civil.

"Houve uma avaria num cabo da EDTL (Eletricidade de Timor-Leste) que demorou a ser arranjada e tivemos de avisar Denpasar (Bali, Indonésia) porque sem luz a torre de controlo não funciona", disse a fonte.

Os voos que fazem a ligação entre Díli e Denpasar, operados pela companhia aérea Sriwijaya, sofreram um atraso de cerca de duas horas.

Segundo a mesma fonte, os dois geradores do aeroporto estão avariados e por essa razão não houve uma alternativa para o fornecimento de eletricidade.

A avaria foi reparada e o fornecimento de eletricidade ao aeroporto já foi restabelecido, acrescentou a fonte.

MSE // VM - Lusa

ATIVISTA CHINÊS NÃO CHEGOU A CASA DEPOIS DE LIBERTADO




Pequim, 28 mar (Lusa) -- A organização Human Rights in China (HRIC, na sigla inglesa) denunciou hoje que o ativista Tan Zuoren, libertado ontem da prisão após cinco anos de pena, não chegou a Chengdu, capital da província de Sichuan de onde é natural.

Tan Zuoren ficou conhecido por denunciar os problemas existentes relacionados com as construções em Sichuan, principalmente de escolas, após o sismo de 2008 que provocou 87.000 mortes, entre os quais milhares de estudantes.

Segundo a HRIC, Tan Zuoren foi levado pelas autoridades para uma zona secreta no município de Chongqing, centro do país, quando deveria ter sido colocado em liberdade.

Dezenas de defensores de Tan Zuoren esperavam o ativista em três locais diferentes: à saída da prisão, na sua casa e no posto policial em Chengdu, mas não o chegaram a ver.

Apesar de Wang Qinghua, mulher do ativista, e de Ran Yunfei, escritor, terem celebrado a libertação de Tan Zuoren e de terem anunciado que este estava a caminho de casa, a HRIC garante que isso não aconteceu.

Tan Zuoren foi detido a 28 de março de 2009 depois de manifestar o seu objetivo de publicar uma lista com nomes das cerca de 5.600 crianças que morreram no sismo de Sichuan.

JCS // JCS - Lusa

Empresas lusas apelam ao investimento chinês em feira ambiental em Macau




Macau, China, 28 mar (Lusa) - Portugal participa até sábado no Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa) com o maior número de empresas de sempre, entre as quais a Empresa Geral de Fomento, em privatização.

"O objetivo era um pouco divulgar [o processo], no sentido de haver a possibilidade ou o interesse, já que há um concurso internacional", afirmou Artur Cabeças, da Empresa Geral de Fomento (EGF), unidade de negócios da Águas de Portugal, que se estreia no MIECF.

A EGF é uma das 24 empresas lusas de um universo superior a 400, de mais 20 países e territórios, que participam no fórum.

"Há duas empresas chinesas interessadas - a Beijing [Enterprises] Water e a Sound Global -, mas tínhamos a manifestação de que haveria outras. Enfim, [viemos] avaliar a possibilidade de entrarem na privatização - é um pouco essa a expectativa", disse Artur Cabeças, enfatizando que a 'missão' passa também por mostrar o trabalho da EGF, como a recolha seletiva de lixo em 178 municípios.

Para partilhar a experiência adquirida também ao longo de cerca de 20 anos está a Sociedade Ponto Verde, a qual acompanha, de igual modo, a comitiva chefiada pelo secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, estando em Macau pela primeira vez.

"A Sociedade Ponto Verde teve um papel extremamente importante na área de fluxo de resíduos de embalagem, por isso, é esse o grande objetivo: demonstrar juntamente com o Governo português aquilo que foi feito", disse o diretor-geral Luís Veiga Martins.

Mostrar e, quem sabe, "ajudar a montar algo semelhante", afirmou, ressalvando que "tudo depende da iniciativa a nível do Governo" de Macau, onde a reciclagem não está atualmente muito desenvolvida, mas poderá vir a estar "se todos os atores estiverem juntos no mesmo objetivo de maximizar os materiais de embalagem - o vidro ou mesmo o plástico".

A Formato Verde - focalizada na comunicação e educação para o desenvolvimento sustentável - também se estreia no MIECF, mas no quadro do seu processo de internacionalização.

"Pareceu-nos que [Macau] seria interessante não só para reforçar essas relações mas também porque nestes projetos internacionais muitas vezes procuramos parceiros e temos muita dificuldade em encontrá-los na Ásia. Entendemos que Macau pode ser uma boa porta de entrada" para isso, disse Miguel Laranjo, o diretor da Formato Verde, a qual implementa "projetos de cooperação internacional, que têm financiamento quer da Europa ou do Banco Mundial" e presença em Moçambique, Angola e Cabo Verde.

No MIECF estão também guitarras portuguesas, da Artimúsica, empresa de Braga dedicada ao fabrico de instrumentos de corda tradicionais, a qual participa por via da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC).

"Os instrumentos são fabricados já tendo em consideração todos os fatores ambientais aplicados à indústria no que respeita à eficiência energética, ambiental, gestão de recursos de materiais", pelo que são "amigos do ambiente", explicou o consultor José Peixoto.

"No fundo [viemos] para apalpar, ver como funciona o mercado (?) e, por incrível que pareça, já se estabeleceram alguns contactos", realçou, defendendo que só por essas "manifestações de interesse" já serviu o propósito da deslocação.

Tentar arranjar fornecedor para um componente específico da guitarra (alguns são maquinados), bem como vendê-las designadamente através de um representante figuram como outro dos objetivos da ?missão', sintetizou.

No MIECF estão expostas três guitarras portuguesas - com desenhos pintados à mão -, com um preço na ordem dos 2.500 euros, das quais uma já foi vendida.

DM // APN - Lusa

Comitiva do Timor Leste visita a UFC no Brasil e propõe programas de cooperação



Universidade Federal do Ceará

O Vice-Reitor da UFC, Prof. Henry Campos, recebeu na manhã desta quinta-feira (27), em seu gabinete, comitiva liderada pelo Diretor Geral do Ensino Superior do Ministério da Educação do Timor Leste, Abrão dos Santos, e pelo embaixador daquele país no Brasil, Domingos de Sousa.

O encontro faz parte de uma série de visitas que os timorenses fazem a instituições de ensino superior do Brasil e a orgãos como o Ministério da Educação (MEC) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O objetivo é reforçar parcerias para ampliar os programas de cooperação acadêmica envolvendo professores e alunos do país do sudeste asiático, no Brasil.


Em relação aos estudantes, Abrão dos Santos quis saber do Vice-Reitor sobre a possibilidade de criação de programa instituindo um ano de estudos preparatórios para os bolsistas timorenses que vêm para o Brasil cursar graduação. Ele falou também do interesse em programas de pós-graduação visando reforçar a formação de professores do ensino superior de seu país em áreas como Língua Portuguesa, Matemática, Química, Física e Biologia. Revelou que o Timor Leste trabalha para ampliar, com países lusófonos, os contatos com instituições de ensino superior públicas e também privadas, objetivando programas de cooperação.

O Vice-Reitor demonstrou o interesse da UFC em apoiar as iniciativas, mas ressaltou que algumas decisões dependem de negociações envolvendo o MEC, a Capes e, em alguns casos, o Ministério das Relações Exteriores. O Coordenador de Assuntos Internacionais da UFC, Tito Lívio Cruz Romão, disse que é importante saber o que os dois ministérios vão definir acerca das questões propostas e como as universidades brasileiras vão poder, efetivamente, colaborar.

No próximo dia 2, a comitiva do Timor Leste que já visitou a Universidade de Brasília (UnB), volta ao Distrito Federal onde está marcada uma reunião com o Secretário da Educação Superior (Sesu), do MEC, às 17h30min, para conversarem sobre essas questões.

Também integraram a comitiva que visitou a UFC: o Adido da Educação da Embaixada do Timor no Brasil, Luís de Sousa Sequeira; a Pró-Reitora dos Assuntos de Provedoria e Aconselhamento da Universidade Nacional do Timor Leste (UNTL), madre Esmeralda Piedade de Araújo; a Assessora Internacional do Ministério da Educação do Timor, Graziela Lunardi; a representante do Gabinete de Bolsas do Ministério da Educação do Timor, Idalina Pinto; e os estudantes bolsistas daquele país na UFC Lázaro Santos (Arquitetura e Urbanismo), Floriano Ximenes (Biotecnologia), ambos em nível de graduação, e Rui Antonio da Cruz, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema).

Fonte: Prof. Tito Lívio Cruz Romão, Coordenador de Assuntos Internacionais – fone: 85 3366 7333

Na foto: Comitiva do Timor Leste foi recebida pelo Vice-Reitor da UFC, Henry Campos (Foto: Jr. Panela)

TURISMO DE MACAU ORGANIZA ESTÁGIOS PARA PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA




Funcionários de organismos oficiais de turismo de países de língua portuguesa estão a efectuar um estágio de duas semanas na Direcção dos Serviços de Turismo (DST), foi anunciado.

Cinco estagiários da Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste irão ser integrados em departamentos da DST relacionados com a actividade que prestam nos serviços de origem, ao abrigo de um programa desenvolvido em cooperação com o Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau).

Em Maio e Junho próximos 16 outros técnicos de turismo de países de língua portuguesa, entre eles Cabo Verde, farão um outro estágio nos departamentos de Promoção Turística, Planeamento e Desenvolvimento da Organização, Licenciamento e Inspecção e Administrativo e Financeiro.

O estágio na DST inclui igualmente visitas técnicas aos locais de Património Mundial de Macau e outras atracções turísticas do território.

O programa visa contribuir para a formação de profissionais de turismo dos países abrangidos, proporcionando aos participantes a oportunidade de se inteirarem sobre o desenvolvimento da indústria turística de Macau e sobre o funcionamento diário da DST, ao mesmo tempo que reforça o intercâmbio e a aprendizagem mútua.

No seguimento da assinatura de memorandos de entendimento para cooperação turística entre a DST e as autoridades de turismo de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde em 2010 e de Timor-Leste em 2013, a DST já recebeu entre 2012 e 2013 um total de 40 estagiários do sector do turismo de países de língua portuguesa. 

Macauhub

Um militar moçambicano morto em operação de busca ao líder da Renamo




Um militar do exército moçambicano morreu durante uma operação de busca ao líder do principal partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, no centro do país, disse à Lusa um dirigente daquele partido.

Em declarações à Lusa, na quinta-feira, Sofrimento Mataquenha disse ainda que efetivos da polícia e do exército moçambicano "confrontaram-se intensamente" durante essa busca.

De acordo com o seu relato, um grupo de militares armados, e à paisana, invadiu e "vandalizou" a sua casa em Guro, província de Manica, centro de Moçambique, onde suspeitava estar refugiado Afonso Dhlakama, em lugar desconhecido há seis meses.

Mas, ignorando que se aqueles eram efetivos do exército, a população denunciou a operação à polícia, que cercou o local e abriu fogo.

"A casa foi vandalizada e morreu um militar no quintal, durante o confronto", disse à Lusa Sofrimento Matequenha, delegado político provincial da Renamo em Manica, que se manifestou preocupado com a situação.

O exército, segundo disseram à Lusa fontes militares, deslocou-se de Gorongosa (Sofala) para Guro, usando uma picada que passa por Macossa (Manica), para apurar a informação da suposta presença do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, mas a missão não foi dada a conhecer à Polícia, que foi surpreendida com a presença de homens armados na região.

Em declarações na quinta-feira à Lusa, Bartolomeu Amone, chefe do departamento de Relações Públicas no Comando da Polícia de Manica, disse ignorar o episódio, que ocorreu na semana passada.

"Não tenho conhecimento", insistiu Bartolomeu Amone, quando questionado sobre o confronto entre a corporação e o exército no bairro densamente habitado na vila de Guro, norte de Manica.

AYAC // VM – Lusa – foto António Silva

Moçambique: UM DIA VAMOS ENTERRAR O PAÍS…



Verdade (mz) - Editorial

É uma nova moda. Na esfera pública moçambicana virou costume debater as motivações de certas denúncias, sobretudo aquelas que mexem com a impoluta imagem de certos fulanos e/ou instituições. Desculpa-se rapidamente o roubo e a delapidação do erário se em causa estiver a imagem que temos de um fulano e/ou uma instituição.

Definitivamente, ao sentido de justiça, respeito pelos bens do Estado e honestidade intelectual opomos uma mentalidade bronca, estagnada, cautelosa e degradantemente militante da causa dos outros e de uma moral de plástico. Para nosso mal, este vírus nocivo ao país que pretendemos ser enraizou-se, reproduziu e veio, como se vê, para ficar. É uma presença transversal em qualquer espaço de debate ou de interpelação dos actos fiscalizadores das acções dos governantes.

Apesar de nada estar perdido, urge lançar um alerta para o estado de coisas. A democracia, esse filho bastardo que pretendemos ver crescer, não se compadece com essa indignação selectiva ou alarvismo militante cego. É importante que – apesar do amor ou ódio que nutrimos por esta ou aquela formação política – acima de tudo esteja o país. É igualmente necessário que a nossa contribuição tenha como fim último proteger e defender o território de qualquer espécie de facínora ou organização criminosa.

Nem Marcelino dos Santos, nem Mulémbwè, nem a Frelimo, nem os Verdes e muito menos o MDM devem lesar o Estado. Se nos levantamos para questionar e repudiar a apresentação de Nyusi em eventos estatais custeados pelos nossos impostos, devemos ter o mesmo espírito quando uma criança escreve curvada nos seus próprios joelhos no gélido chão de uma escola porque este ou aquele partido anda metido em tráfico de isenções aduaneiras. Perdemos todos como país e sociedade quando fazemos ouvidos de mercador ao roubo apenas porque o eventual “ladrão” é um nosso amigo de estimação. É aquilo que concebemos como alternativa ao poder. Isso é um crime.

Quando formos ao enterro do país os nossos filhos, já adultos, irão perguntar como é que Moçambique morreu e não saberemos o que lhes dizer. Aí, quando for tarde, não teremos suficiente coragem para dizer que aplaudimos o roubo desenfreado em nome de uma lei sem regulamento. Que nos recusamos a interpelar o “ladrão” e optamos por sacrificar a caneta que denunciou. Não saberemos dizer que na construção dessas barricadas, baseadas no “nós e os outros” esquecemos de ser cidadãos nacionais. Fomos, uns, viver num país chamado MDM e, outros, Frelimo.

Porém, alguém, no meio dos rostos inundados de lágrimas, com as bolas erguerá a voz e dirá: “Assassinos. Vós sois culpados desta morte. Já que tiveram coragem de matar lentamente este chão o melhor que podem fazer é comer a carne do moribundo”. Aí, como vós não tendes escrúpulos, farão um churrasco com as pútridas carnes de Moçambique para desgraça das gerações que vão nascer sem chão...

Moçambique: GUERRILHA AFUGENTA METADE DOS TURISTAS



Francisco Raiva – O País (mz)

O Parque Nacional de Gorongosa, uma área de conservação situada na zona limite sul do Grande Vale do Rift Africano, na província de Sofala, mesmo no coração da zona centro de Moçambique, está há seis anos a implementar um plano visando a sua restauração, depois de ter visto a maior parte da sua fauna, flora e infra-estruturas (com danos estimados em cerca de 95 por cento) dilacerada pela guerra civil dos 16 anos.

O projecto é financiado e dirigido por um multimilionário norte-americano dedicado à filantropia, que conta igualmente com um financiamento anual de um milhão de dólares do Governo dos Estados Unidos da América. A restauração empreendida começa a colocar o Parque Nacional de Gorongosa no roteiro do turismo mundial. Mas não só; também se tem mostrado bastante atractivo para  cientistas, televisões e produtoras diversas de diferentes países do mundo, que ali demandam para realizarem documentários e reportagens sobre a biodiversidade e os vários ecossistemas existentes que o parque contém.

No entanto, os confrontos militares entre as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e os homens armados da Renamo, que têm ocorrido principalmente em Muxúnguè, Serra da Gorongosa, Marínguè e Cheringoma, levam ao afastamento prudente dos turistas estrangeiros que, de Abril a Dezembro de cada ano, costumam visitar o parque nacional.

Em 2012, por exemplo, o Parque recebeu cerca de três mil turistas estrangeiros; mas, no ano passado, aquele número reduziu para pouco mais de mil e setecentos, o que significa uma redução de quase quarenta por cento no número de visitantes a um dos maiores santuários de fauna e flora selvagens de África.

O administrador do Parque Nacional de Gorongosa, Mateus Mutemba, está convicto de que, com o aparente avanço no diálogo político entre as partes envolvidas nas negociações, que têm decorrido em Maputo, a coragem dos turistas tem sido reforçada, o que poderá significar a retoma do número de visitantes registados em anos anteriores.

E, as receitas do turismo não são nada desprezíveis, têm estado a render, até ao momento, cerca de três milhões e quatrocentos mil meticais ao Parque Nacional de Gorongosa, apesar de ainda estarem bastante longe de responder aos custos de manutenção daquela reserva selvagem, com uma área superior a 4000 quilómetros quadrados, que superam os três milhões de dólares norte -americanos.

Leia mais na edição impressa do «Jornal O País»

DENÚNCIAS DE CENSURA EM RÁDIOS PRIVADAS EM ANGOLA




O jornalista e escritor Domingos da Cruz disse não estar surpreso com as referidas informações por já ter denunciado diversas vezes no seu livro a subserviência de várias sensibilidades ao MPLA.

Coque Mukuta – Voz da América

O site Maka Angola revelou no início da semana  estar em posse de dois documentos comprovativos de uma ordem de saque do Ministério das Finanças, no valor de cinco milhões de kwanzas, cerca de 50 mil dólares, a favor de uma conta da rádio ecclésia, no Banco de Fomento de Angola. A verba é descrita como apoio do MINCS à Rádio Ecclesia".
 
Outro portal, o Club-K, denunciou esta semana também uma certa conivência entre dirigentes ligados à UNITA e o MPLA para manter a censura na emissora Despertar.
 
O jornalista e escritor Domingos da Cruz disse não estar surpreso com as referidas informações por já ter denunciado  no seu livro a subserviência de várias sensibilidades ao MPLA.
 
“Nota-se claramente que há mesmo censura, mas para mim estas informações mão me surpreendem porque já fiz o favor de colocar isso no meu livro Quando a guerra é necessária e urgente", disse.

Domingos afirma ainda que as denúncias de censura nas rádios revelam uma crise generalizada no país.

Recorde-se que semanas atrás o Sindicato dos Jornalistas Angolanos condenou eventuais actos de censura na Rádio Despertar, emissora ligada à UNITA, e na Rádio Ecclésia pertencente à Igreja Catolica.

Angola: Dois acusados pelas mortes de Cassule e Kamulingue serão julgados em três meses




Dois outros suspeitos foram libertados, diz juiz

Voz da América

O Tribunal provincial de Luanda reduziu para dois o número de acusados no desaparecimento dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule e anunciou o seu  julgamento para dentro de dois a três meses.

 Em declarações à rádio estatal angolana, a RNA,  o juiz-presidente em exercício do Tribunal Provincial de Luanda  Milekamene  António João disse que o processo corre os seus trâmites e  que os outros dois acusados apresentados inicialmente pela PRG  foram soltos, sem precisar os seus nomes.

O juiz-presidente afirmou ainda que os detidos confessaram o crime e serão acusados formalmente nos próximos tempos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR)  identificado  os cidadãos Júnior Maurício, Francisco Pimentel Daniel, Augusto Mota e João Fragoso,  todos eles  membros da Polícia Nacional e do  Serviço  de Inteligência  e Segurança de Estado como sendo os principais suspeitos   do assassinato dos ativistas  Alves Camulingue e Isaías Cassule.  

Refira-se que a PGR prometeu na passada segunda-feira, 24, atribuir casas aos familiares dos dois activistas mortos por elementos da Segurança do Estado numa  altura em que estes exigem as ossadas dos mortos para realizarem os devidos funerais.

Angola – Grandes Lagos: AS FORÇAS NEGATIVAS



Jornal de Angola, editorial

A situação política nos Grandes Lagos sofreu uma evolução positiva graças à conjugação de esforços dos líderes regionais. Todos os Governos dos países onde se registam conflitos armados aceitaram integrar as forças rebeldes e abriram-lhes as portas de todos os sectores, sobretudo na economia. Mas os conflitos persistem, situação que levou o Presidente José Eduardo dos Santos a denunciar as “forças negativas” na região.

Os esforços consentidos até agora deram resultados surpreendentes e as populações das áreas onde se registavam os conflitos conseguiram respirar um pouco os ares da liberdade. As organizações rebeldes depuseram as armas e os seus combatentes estão agora ao serviço da paz, sem a qual não existe democracia nem desenvolvimento. Os que apesar de todas as facilidades e dos braços abertos preferiram ficar agarrados às armas, são as forças negativas que a comunidade internacional tem de combater sem vacilar. Nada desculpa a opção pela guerra, quando os governos dos Estados dos Grandes Lagos oferecem a paz e a integração plena. As forças negativas têm uma agenda escondida que o mundo tem de denunciar. Chegou a hora de África saber quem arma e financia grupos rebeldes cuja bandeira é a guerra pela guerra, os assassinatos de populações indefesas e violações de mulheres e meninas. A ONU tem a obrigação e o sagrado dever de revelar quem são os países, os líderes políticos ou as forças económicas que armam os rebeldes e lhes dão guarida. 

África não pode ser o corpo inerte onde os abutres debicam as suas opíparas rações de riqueza e se servem das forças negativas para abrir caminho à força das armas. Nenhum país africano vende armas para grupos rebeldes. As minas terrestres, as munições, os canhões, são mercadorias fabricadas muito longe, em países cujos líderes fazem discursos comovedores em defesa dos direitos humanos. 

A República Democrática do Congo não tem indústria de armamento. O Ruanda, o Uganda ou o Burundi também não têm fábricas de material bélico. Se há movimentações de forças negativas nestes países é porque alguém lhes vende as armas a troco de facilidades para o saque dos recursos naturais. Todos sabemos qual foi o papel dos “diamantes de sangue” na guerra de agressão contra Angola. Não custa nada seguir essa pista até encontrar o fim da linha, onde estão os que estimulam grupos de rebeldes a persistirem na guerra e na destruição, apesar de lhes serem estendidas todas as mãos para que se integrem socialmente e colaborem no progresso dos seus países. Os problemas nos Grandes Lagos estão definidos e foram isolados para que cada um tivesse o devido tratamento e a solução adequada. Foi um trabalho paciente e generoso de países da região que conduziu a este resultado. A ONU conhece melhor do que ninguém todos os passos que foram dados até aqui. Por isso também sabe qual é a origem das forças negativas e ao serviço de que estratégia política estão a disparar contra a paz e a concórdia. 

Se é possível impor sanções a governos que não respeitam a Carta das Nações Unidas ou os princípios democráticos e particularmente os direitos humanos, também tem de ser viável isolar as forças negativas e colocá-las perante um dilema: ou se integram na paz e na democracia ou são exterminadas. O mundo é testemunha dos bombardeamentos da OTAN na Jugoslávia, a destruição do regime de Saddam Hussein após a invasão do Iraque, a mobilização de numerosas forças no Afeganistão, a destruição da Líbia e o assassinato do Presidente Khadaffi, para apenas citar os casos mais mediáticos. Não é difícil e muito menos impossível exterminar as forças negativas que nos Grandes Lagos e noutros pontos de África avisam os regimes democráticos africanos sobre aquilo com que podem contar, se não renderem vassalagem aos que estão por trás destas organizações especializadas na morte e na destruição e lhes garantem meios bélicos e financeiros para destruírem os seus próprios países. A presidência angolana da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos ao organizar a cimeira de Luanda mostrou mais uma vez que África apenas pode contar com as suas forças quando se trata de resolver conflitos continentais ou regionais. O Presidente José Eduardo dos Santos, ao definir as forças negativas, apontou para uma solução africana no isolamento e neutralização dessas forças. Foi assim que ele resolveu a guerra em Angola, após algumas décadas de paciente espera pela solução que a comunidade internacional tinha a obrigação de dar e foi protelando, até daí lavar as suas mãos.

Hoje como ontem não faz sentido esperar que a comunidade internacional decida isolar e neutralizar as forças negativas em África. Os conflitos regionais têm de ser resolvidos pelos líderes africanos e pelas instituições continentais. Nada mais há esperar de quem suspende a democracia e ignora a vontade popular, quando estão em causa os seus interesses políticos, económicos e financeiros. Afinal o mundo está cheio de forças negativas. E Angola é cada vez mais o último reduto da liberdade e da democracia.

Angola: KUNDI PAIHAMA GOVERNA O HUAMBO




O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, deu posse ontem ao governador da província do Huambo, Kundi Paihama, que deixou o cargo de ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

Em declarações à imprensa logo após a posse, Kundi Paihama disse esperar a colaboração de todos os sectores da província do Huambo e apontou como prioridades da sua agenda a formação de quadros, saúde, energia, água, educação  e agricultura, dentro da estratégia de desenvolvimento.

 “Espero que a população do  Huambo esteja disponível para colaborar e criar consensos com os reis, sobas, representantes das igrejas  e toda a comunidade  para que haja progresso”, frisou Kundi Paihama.

“O importante é trabalhar e  dar a compreender  aos habitantes da província qual o caminho certo para o bem de todos os angolanos”, defendeu o novo governador da província do Huambo, que acrescentou: “só com trabalho é possível  atingir as metas desejadas”.

Foram também empossados ontem Fernando Pontes Pereira, no cargo de secretário de Estado da Administração Local, Franklin Fortunato e Silva, vice-governador do Cuanza Sul para o sector económico, e Victor do Espírito Santo, vice-governador da província de Cabinda para o sector político e social.

Assistiram à cerimónia o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, membros do Executivo e responsáveis do gabinete do Presidente da República.

Jornal de Angola – foto Rogério Tuti

São Tomé e Príncipe: O DIÁLOGO NACIONAL E OS MESMOS “DE SEMPRE”




Os que gritaram e ainda gritam cada vez mais fracos, maledicências e diziam cobras e lagartos do DN, aqueles que são os mesmos  “de sempre”, que não teem coragem para nada, senão para maldizer, nota-se que ainda mal  decorridos 2 dias do DN, o tal coro dos janizaros, mal se faz ouvir, pois vão-se apercebendo que estão cada vez mais isolados como se diz “a pregar no deserto” e a sua voz, abafada pelas vozes participantes, começa a não ter quem lhes de ouvidos…

, e que, rebatidos todos os seus falsos argumentos e armações, como a questão de ser ou não vinculativo, de não ser mais que uma perda de tempo para manobras de adiamento da data das eleições cuja marcação gritam a exigir, do custo do DN, tão preocupados com quanto se gasta e de onde veio o dinheiro, do regresso ao passado com as estafadas “bocas” sobre as coisas do remoto passado político, perdidos no tempo, de ser contra ou a favor de Pinto, agitando os fantasmas de que Pinto ainda está parado no tempo, que eles não vêem, nem sabem que perderam, como fizeram campanha os boateiros de serviço, que se escondem de dar a cara, sem se aperceberem que está gasta a fórmula de explorar a ignorância do povo e que já não pega, pois o povo não e ignorante, nem estúpido e mostra e tem mostrado, de doutores ao mais simples cidadão que não e “sum dotolo” e que  entusiasticamente vem mostrando que sabe participar e tomar o destino nas suas próprias mãos e não se deixam enganar como meninos por canções de embalar, nem se deixam mais enganar com “canções de bandidos” !

O povo de São Tomé, que foi, vai, está presente, e está atento a rádio e televisão, ouve as vozes que aos microfones do DN, criticam ou louvam, mas que falam abertamente, com o coração, como teem sido estimulados e desafiados a fazer, que tem mostrado nas suas palavras vivas, que falam porque sabem o que querem dizer,  que se exprimirem com liberdade, sem que aquele a quem chamaram de  “diabo” lhes retire o microfone ou lhes corte a palavra, sem medo do passado e com a participação valente no presente, positivamente, como está a acontecer nas intervenções sobre o “reforço da democracia” que tem revelado, pelo número enorme de pessoas inscritas para falar, que este povo, que diziam ser ignorante e burro, afinal mostra-se bom e generoso e afinal mostra que sabem bem como enfrentar o seu destino coletivo, sem arautos ou falsos profetas.

Os que se recusaram a participar devem estar roídos de inveja e a dar mal de si próprios, pois teriam a possibilidade de por uma vez e cara a cara e de coração aberto como disse Pinto, podiam ter dito “tudo o que lhes vai na alma” como aquele velho professor que tomou o microfone para dizer que tinha sido professor de muitos e não tinha sido convidado, nas que estava surpreendido por ter recebido o convite! falou, dirigindo-se para fustigar Pinto daCosta, e falou livremente! Terminando o velho professor de dizer o que entendeu dizer, o Presidente, disse: fui eu quem mandou dar-lhe o convite, fomos colegas de seminário, sempre que escreveu e falou de mim, disse as piores coisas, descarregou a sua alma .., Será este o mesmo Pinto da Costa de que afinal diziam e dizem tão mal ?

Afinal o velho professor tinha razão para estar surpreendido com o convite, pois o seu “velho inimigo” deu-lhe um convite, deu-lhe a palavra, Só os ausentes ainda teimam em se enganar.

Uma vez mais Pinto, abriu-se ao povo e a democracia direta, presente em todos os locais e a todas as horas, chamou o povo a participar e o povo respondeu e deu, está a dar e vai continuar a dar, com o Diálogo Nacional voz ao povo, vozes abertas a todo o pais e ao estrangeiro, e o povo veio falar, livremente e com crescente entusiasmo.

Os “mesmos de sempre” que critiquem como quiserem, digam o mal que quiserem, Pinto mostrou-se aquele  homem que em 1989 ouvindo a voz do seu povo que vergava ao peso da ditadura e percebeu muito antes dos outros presidentes das ex colônias dos regimes “duros” do tempo, que as “coisas” não iam bem no reino da ditadura e tinham de mudar, contra os ventos fortes da história do tempo, e as vozes “duras” da ditadura, que ainda teimam em mostrar os dentes, pedindo “o tempo volta para traz”, abriu o pais ao pluralismo político, quebrando de uma forma que não volta para traz, com a ditadura do partido único, abrindo o pais a democracia!

Pinto uma vez mais abriu a voz  do povo que se tem feito ouvir livremente!

Hoje os “críticos” de rua e pasquins onde estão ? metem-se nos seus buracos e tocas a lamber as feridas que eles próprios fizeram no seu próprio corpo, sem coragem de assumir?

Deram tiros no pé! Ainda não estão arrependidos ?

Carlos Semedo - Téla Non, opinião

São Tomé e Príncipe: “Ditadura silenciosa está a ser instalada no Príncipe”




A denúncia foi feita no Diálogo Nacional por Graça Lavres. Uma cidadã da ilha do Príncipe, que pôs em causa o regime político na região autónoma liderado por José Casandra. Graça Lavres, apelou a intervenção do Presidente da República para salvar a Democracia na ilha do Príncipe.

“Reforço da Democracia”, foi o tema que animou a sessão do Diálogo Nacional, de quarta – feira. A ilha do Príncipe cuja administração tem sido elogiada em São Tomé, mereceu mais uma vez considerações positivas do ex-Primeiro Ministro Rafael Branco, que na sua intervenção no Dialogo Nacional, descreveu a origem do actual poder instalado no Príncipe, como sendo resultado da expressão da sociedade civil.

Mais tarde Graça Lavres, habitante da ilha do Príncipe usou da palavra para mostrar que o poder oriundo da sociedade civil está a instalar Ditadura Silenciosa na ilha do Príncipe. «Quem mora no Príncipe é que sabe se o Príncipe está bem ou não.  O exercício da democracia está a regredir na ilha do Príncipe. As pessoas estão tomadas pelo temor. Têm medo de falar. A democracia na Região do Príncipe está seriamente ameaçada, comprometida. O poder de expressão para grande parte da população é nulo. Não se pode falar e fala só quem pode. Alí pratica-se a política de terra queimada, ou estas comigo ou estas contra mim, sob pena de perder o emprego», denunciou a cidadã Graça Lavres.

Com receio que a Ditadura Silenciosa, promovida pelo Governo de José Cassandra, mate a democracia na Região Autónoma, a cidadã Graça Lavres, apelou a intervenção do Presidente da República. «Senhor Presidente os principenses já demonstraram o quanto têm apreço por si, e em nome desses principenses que lhe peço para fazer-se mais presente na vida das gentes do Príncipe. Faça uma viagem ao Príncipe para conhecer as inquietudes da população do príncipe, de forma a livrar-nos da ditadura silenciosa que está a se instalar na região», pontuou.

O Presidente do Governo do Príncipe, reagiu em declarações a TVS, considerando as declarações da cidadã Graça Lavres, como campanha eleitoral aberta. «Estamos num período de pré-campanha e é natural  que as pessoas façam este tipo de comentário», afirmou José Cassandra, tendo indicado as acções desencadeadas pelo seu Governo, que permitiram desencravar a ilha do Príncipe e  a sua população. « É preciso recordar que quando chegamos ao Príncipe, fomos nós que instalamos na Rádio Regional um o programa “Tribuna do Cidadão”. Fomos nós que instalamos na praça de Santo António Internet grátis, para onde acorrem toda a juventude, que vai as redes sociais e manifesta tudo o que de bom ou de mau se tem feito no Príncipe. No quadro do Projecto PADRU vamos avançar com mais uma rádio comunitária, tudo isso na perspecyiva da participação activa da população e da juventude», detalhou José Cassandra.

A imprensa nacional foi convidada pelo Presidente do Governo Regional do Príncipe, a visitar a ilha do Príncipe, ara ouvir directamente da população a confirmação ou não sobre a instalação da Ditadura Silenciosa na ilha.

Abel Veiga - Téla Non (st)

Guiné-Bissau: Viaturas do Estado usadas na campanha eleitoral serão apreendidas




Bissau - O porta-voz do Comando Conjunto de Asseguramento do Processo Eleitoral em curso na Guiné-Bissau, Samuel Fernandes, lançou um aviso esta quarta-feira, 26 de Março, aos membros do Governo de transição que utilizam indevidamente viaturas do Estado para fins políticos.

De acordo com Samuel Fernandes, os veículos do Governo que forem encontrados na campanha eleitoral serão apreendidas e conduzidas à sede do Governo, ficando ali estacionados até ao final da presente campanha. 

«Apelamos aos diferentes directores de campanha para se absterem do uso de viaturas do Estado nas campanhas eleitorais porque, depois de 48 horas de tolerância todas as viaturas do Estado encontradas envolvidas na campanha serão detidas e conduzidas para o Palácio do Governo, onde ficarão estacionadas até ao fim da campanha», disse Samuel Fernandes à PNN Fernandes.

O oficial da Guarda Nacional e do referido Comando Conjunto apelou aos seus agentes no sentido de trabalharem com imparcialidade, disciplina e obediência das normas de segurança relativas ao asseguramento destas eleições. 

«Queremos, sem excepção, que todos se sintam seguros e livres para manifestarem os seus direitos cívicos, sem intimidação ou pressão de qualquer que seja a força ou agentes de segurança», referiu.

A observância da Lei Eleitoral no que diz respeito ao período de propaganda, das 7 horas às 20 horas, foi uma das preocupações levantadas pelo Comando Conjunto, apelando às directorias das candidaturas pelo respeito escrupuloso da lei neste sentido, justificando as queixas recebidas no que tange à violação da privacidade de outrem.

Samuel Fernandes queixou-se da falta de programas de actividades por parte das directorias das candidaturas, o que dificulta o grupo em termos de colocação de agentes de segurança no terreno. 

«Seleccionamos agentes de segurança para garantir a segurança física de todos os candidatos às eleições Presidenciais e para assegurar as sedes da Comissão Nacional de Eleições e da Comissão Regional de Eleições», informou.

O Comando Conjunto de Asseguramento do Processo Eleitoral guineense é composto por 4.223 elementos, entre Polícias de Ordem Pública, Militares da Guarda Nacional, Serviço Nacional de Protecção Civil, Polícia Judiciaria, Interpol, Unidade de Combate aos Crimes Transnacionais e elementos da Força da ECOMIB.

Destes elementos, o comando tem uma força de reserva constituída por 700 militares, distribuídos em 200 elementos para as duas províncias da Guiné-Bissau, Norte e Leste, incluindo o Sector Autónimo de Bissau, tendo a região sul do país apenas 100 elementos por se tratar de zonas de menor polémica em período eleitoral na Guiné-Bissau.

Bissau Digital - (c) PNN Portuguese News Network

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