terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Portugal: O PARECER DE UM PRESIDENTE

 

Daniel Oliveira – Expresso, opinião
 
Apesar de ter passado uma semana, quero regressar ao discurso do Presidente da República. Nada direi sobre as suas considerações a propósito da crise económica e financeira, ou das diferenças entre um segundo resgate e um programa cautelar. Quando um Presidente se limita a repetir, em versão mais pobre, o discurso do governo quer dizer que é ele próprio que desvaloriza o seu papel político e institucional. Não há nenhuma razão para ser eu a contraria-lo. Muito menos quero comentar, mais uma vez, a retórica bafienta (para não dizer pior) do Presidente sobre o que deve ser a democracia, a divergência, o confronto de ideias e o pluralismo político. Tudo valores de que se socorre (por vezes de forma bem deselegante, como se viu no seu vergonhoso discurso de vitória) para vencer os seus adversários, mas que considera inaceitáveis quando o poder está do seu lado. O que Cavaco Silva não aprendeu em mais de três décadas de vida política ativa não aprenderá seguramente no fim da sua carreira. Porque é das poucas coisas que subsistem, independentemente de quem ocupa o lugar, fico-me pelos poderes constitucionais do Presidente.
 
Ao não pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade de algumas normas mais duvidosas do Orçamento de Estado para 2014, Cavaco Silva tomou uma decisão política. E tal como acontece com todos os agentes políticos, deve ser responsabilizado pelos efeitos dessa decisão. Neste caso, pelos efeitos duma possível declaração de inconstitucionalidade em vésperas do fim da vigência do memorando de entendimento e em plena negociação dum qualquer programa cautelar. O Presidente da República considera que é preferível correr o risco de ter um novo buraco orçamental em maio do que ter uma resposta rápida do Tribunal Constitucional e dentro de prazos definidos (assim é quando se pede a fiscalização preventiva). É uma preferência sua pela qual, caso haja inconstitucionalidades, deverá responder.
 
Diz Cavaco Silva que ao não suscitar dúvidas sobre a constitucionalidade do Orçamento quer evitar um segundo resgate. Acontece que se o Presidente pensa que o Orçamento está ferido de inconstitucionalidade está politicamente obrigado a pedir a sua fiscalização sem outras considerações circunstanciais. Pois fazer cumprir a Constituição, que não fica suspensa em tempos de necessidade, é um dever a que não se pode escusar. Se, pelo contrário, não tem dúvidas constitucionais, os argumentos circunstanciais são perfeitamente dispensáveis e não se percebe porque os usou sequer.
 
Dependendo de avaliação política do Presidente, a decisão de não pedir a fiscalização é uma decisão legitima, desde que, depois, não resulte no passa-culpas do costume. Se o pior acontecer, há dois responsáveis: a maioria que suporta o governo, que terá aprovado, mais uma vez, normas inconstitucionais, e o Presidente da República, que decidiu que estas entrariam em vigor sem qualquer fiscalização, deixando para um momento muito pior os efeitos dessa mesma fiscalização.
 
Mas nada de bom se deve esperar quanto à capacidade do Presidente da República assumir as responsabilidades dos seus atos - se o fizesse, seria uma estreia absoluta na sua já longa carreira política. Para justificar a sua decisão, fontes de Belém disseram que o Presidente tinha pareceres que "não apontam para a inconstitucionalidade das normas orçamentais". Mas Cavaco Silva não se ficou por aqui. Depois de falar dos seus "pareceres", a Presidência da República iniciou uma nova fase da política nacional: o confronto de pareceres. "Se os deputados da Assembleia da República têm pareceres em sentido contrário, é normal que façam uso do direito que a Constituição lhes confere e requeiram ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade" (que no caso do Parlamento, só pode ser sucessiva), informou a Presidência.
 
Nem o Presidente, nem a Assembleia da República dependem de pareceres para exercerem os seus mandatos. O único "parecer" que conta, nesta matéria, é o dos juízes do Tribunal Constitucional. A decisão de suscitar a fiscalização da constitucionalidade tem uma base técnica. Para lidar com ela, cada órgão de soberania fará o que entender: recorrer a juristas dos seus serviços, pedir pareceres externos ou socorrer-se do seu próprio conhecimento. Mas a decisão é política. Ao lidar com a opção de não pedir a fiscalização preventiva como se não fosse sua, mas de autores de pareceres, Cavaco Silva faz as duas coisas que mais gosta de fazer: livrar-se das responsabilidades futuras das suas decisões e tentar esvaziar de política a própria política, substituindo-a por questões meramente técnicas ou por exigências morais genéricas, como a "salvação nacional" e "o consenso".
 
Mas mesmo desprezando a relevância política destes pareceres, confesso a minha curiosidade. Como bem escreveu Fernanda Câncio, só podem ter sido pedidos a constitucionalistas diferentes daqueles que ajudaram Cavaco Silva a lidar com o Orçamento de 2013. É que nessa altura o Presidente pediu a fiscalização da constitucionalidade de normas relativas aos cortes nos salários da função pública e nas pensões, em tudo semelhantes aos que levantam dúvidas constitucionais no Orçamento de 2014. Apenas eram, há um ano, menos graves na profundidade dos seus efeitos e dos valores constitucionais que desafiavam.
 
Não era, em 2013, o orçamento um "instrumento da maior relevância"? Não se exigia a todos um "um sentido patriótico da responsabilidade"? Sim, claro. Mas eram diferentes as sondagens e a espuma do dias estava mais adversa para o governo, a quem Cavaco não queria aparecer colado. O discurso grave e sério, os apelos ao consenso nacional, tudo, em Cavaco, esconde um único desígnio: a sua própria imagem política. Nos últimos três anos, esse foi o único critério para os pedidos de fiscalização dos orçamentos. Que o levou a pedir que fosse fiscalizado no orçamento de 2013 o que tinha dispensado de fiscalização no orçamento de 2012 e que voltou a não precisar de ver fiscalizado no orçamento de 2014. Porque, mais parecer menos parecer, interessa a Cavaco apenas o que dele próprio nos aparece.
 

Portugal: A “MÁ-MOEDA” CIRCULA ENTRE SÃO BENTO E BELÉM

 


Tomás Vasques – jornal i, opinião
 
O discurso de Ano Novo do senhor Presidente da República roçou o patético porque, ao contrário de todos os seus antecessores, esvazia as funções que a Constituição lhe atribui
 
É pública e notória a obsessão deste governo, no cumprimento da sua estratégia de empobrecimento dos portugueses e do país, em perseguir particularmente dois grupos de cidadãos: os reformados e os funcionários públicos, como quem noutros tempos perseguia bruxas e hereges. Estes são os principais bodes expiatórios de uma punição religiosamente seguida: diminuir-lhes as reformas e salários, puni--los com impostos extraordinários e outras artimanhas que lhes baixem definitivamente o rendimento familiar ou os lancem para sempre no desemprego e na miséria.
 
Depois da declaração de inconstitucionalidade da "convergência de pensões" dos sistemas público e privado, tal como foi formulada, o governo apressou-se a apresentar as "medidas alternativas" que repusessem a prevista poupança de 388 milhões de euros. Como não podia deixar de ser, tais medidas vieram recair, outra vez, sobre os reformados, aumentando a incidência do imposto extraordinário sobre as pensões de reforma, agora a partir dos mil euros, e aumentando a contribuição dos funcionários públicos para a ADSE. Estas medidas "alternativas" cheiram a um revanchismo persecutório de que o ainda primeiro-ministro é useiro e vezeiro: só queríamos diminuir as pensões de reformas do sector público, mas como o tribunal Constitucional não permitiu, teremos de reduzir as pensões de todos os reformados, dos sistemas público e privado.
 
Esta sanha, esta insensibilidade social revela-se tão evidente que, ao mesmo tempo que essas medidas foram anunciadas, pelo ministro Marques Guedes, numa conferência de imprensa recheada de "recalibragens" e outros eufemismos da nova linguagem do poder, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, informava que a regularização de dívidas fiscais e à Segurança Social, que decorreu em Novembro e Dezembro de 2013, tinha permitido ao Estado arrecadar mais de mil e duzentos milhões de euros, quando a previsão era de setecentos milhões de euros. O que significou mais de quinhentos milhões de euros do que o objectivo traçado pelo governo. Só este facto era suficiente, mesmo que as suas consequências se reportem à descida do défice ao ano de 2013, para evitar mais esta punição sobre os reformados e os funcionários públicos. Mas, para este governo, o que está em causa não é o cumprimento dos défices, fixados pela troika, mas sobretudo o empobrecimento da maioria dos portugueses para agradar a credores e mercados, de quem se sente mandatário.
 
Nestas circunstâncias (de termos um governo que afronta, todos os dias, deliberadamente, a maioria dos portugueses), o discurso de Ano Novo do senhor Presidente da República roçou o patético, não só porque, ao contrário de todos os seus antecessores, esvazia as funções que a Constituição lhe atribui, ao colocar-se completamente ao serviço das desastrosas políticas do governo, mas também porque a sua voz perdeu toda e qualquer autoridade política que o cargo lhe conferia. É doloroso, para quem acredita na democracia, ouvir o "mais alto magistrado da Nação" cair no ridículo de apelar a "consensos", que se resumem a atrelar o Partido Socialista a esta política de terra queimada e ao inevitável "programa cautelar" que se seguirá ao actual resgate. Definitivamente, a "má moeda" circula entre São Bento e Belém, tornando irrelevante o cargo de Presidente da República, o que desequilibra os pratos da balança da arquitectura constitucional que enforma a nossa fragilizada democracia. E vamos caminhar, assim, sem apelo, mas com muitos agravos, pelo menos, até às próximas eleições legislativas.
 
Jurista  - Escreve à segunda-feira
 

Eusébio: PORTUGAL-COREIA DE 1966 PASSA ESTA QUARTA-FEIRA NA TELEVISÃO

 


Ficou célebre a actuação de Eusébio no jogo com a Coreia do Norte
 
O jogo entre Portugal e a Coreia do Norte, no Mundial de 1966, será transmitido esta quarta-feira, na TVI24.
 
O jogo que marca uma das mais impressionantes reviravoltas na história do futebol passa amanhã às 21h30.
 
Nos quartos-de-final, a Coreia chegou a estar a vencer por 3-0. No entanto, Eusébio marcou dois golos na primeira parte, dois na segunda e ainda marcou o canto que daria o 5-3 final.
 
O jogo terá a narração de Fernando Correia e comentários em estúdio dos antigos jogadores Hilário, um dos melhores amigos de Eusébio, e José Carlos.
 
Jornal i
 

Brasil: GENERAL MOTORS DEMITE MAIS DE MIL E PROVOCA O GOVERNO

 


O diretor de assuntos institucionais da General Motors (GM), Luiz Moan, confirmou, sexta-feira, as demissões na unidade de São José dos Campos.
 
Altamiro Borges – Carta Maior
 
Após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na tarde de sexta-feira (3), o diretor de assuntos institucionais da General Motors (GM), Luiz Moan, confirmou as demissões na unidade de São José dos Campos (SP), feitas por telegrama na véspera do Ano Novo, e ainda provocou o governo: “Não há a mínima chance de reversão”, garantiu o prepotente diretor da multinacional estadunidense.
Poucas horas antes, o ministro havia dito que as demissões na GM representavam uma inexplicável quebra de acordo.

“De fato as empresas não podem estar demitindo trabalhadores”, disse Guido Mantega em entrevista à repórter Kelly Oliveira, da Agência Brasil. O ministro lembrou que “quando o governo anunciou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a compra de veículos, havia um acordo de que não houvesse demissões”. Antes da reunião com o executivo Luiz Moan, que também é presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Guido Mantega se mostrava confiante na possibilidade de reversão das dispensas.

O representante da GM, porém, foi inflexível. “Tivemos agora uma reunião com o ministro, que está muito preocupado com as notícias advindas da nossa fábrica em São José dos Campos... [Mas] não há a mínima chance de reversão. Em apenas uma [das oito fábricas lá existentes], que é a de montagem de veículos leves, estamos tendo dificuldade no momento. Ela começou em 2008 quando, nessa fábrica, montávamos quatro modelos de veículos e, em função de insucesso na negociação da GM com o sindicato local, os investimentos não foram feitos”, atacou Moam.

Além de provocar o governo, desrespeitando um acordo previamente acertado, o executivo-carrasco ainda tenta queimar a imagem do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista. Para a entidade dos trabalhadores, que é filiada à CSP-Conlutas, a atitude da GM é covarde e criminosa. “A medida foi tomada no momento em que a fábrica não está em atividade, com a ampla maioria dos trabalhadores em férias coletivas até o dia 20 de janeiro, gozando do merecido descanso após um ano de intensa produção”.

O sindicato também condena o fato de que sequer foi comunicado sobre as demissões, “o que caracteriza total falta de transparência por parte da GM”. Até hoje, a entidade desconhecia inclusive o número de trabalhadores demitidos. Após a reunião com o ministro, pressionado pelos jornalistas, Luiz Moan informou que os cortes atingirão 1.053 metalúrgicos, número que engloba os que já aderiram aos quatro Programas de Demissão Voluntária (PDV) feitos durante o ano passado.
 
Créditos da foto: Arquivo
 

EUA ESTIVERAM PRESTES A INVADIR O BRASIL

 


O presidente norte-americano John F. Kennedy chegou a considerar uma invasão ao Brasil, a pouco mais de um mês do seu assassinato, para depor o então Presidente João Goulart, por receio das suas tendências esquerdistas, avança o i.
 
John F. Kennedy pensou em invadir o Brasil com o intuito de depor João Goulart por receio das suas tendências esquerdistas. É a conclusão a que chegou Elio Gaspari, o jornalista brasileiro que, ao longo dos últimos trinta anos, recolheu informação sobre a ditadura militar brasileira, noticia o i.
 
Esta conclusão foi retirada de uma gravação áudio de uma reunião da Casa Branca, em 1963, um dos muitos documentos reunidos pelo jornalista do diário O Globo, que vai editar um livro sobre o tema, a ser lançado em fevereiro no mercado brasileiro.
 
“Quarenta e seis dias antes de ser assassinado em Dallas, no Texas, o presidente americano John F. Kennedy indagou, numa reunião na Casa Branca, se os Estados Unidos poderiam ‘intervir militarmente’ no Brasil para depor o então presidente João Goulart”, pode ler-se no livro ‘A Ditadura Envergonhada’.
 
Maria Celina D’Araújo, cientista política, afirmou ao Globo que “os americanos estavam dispostos [a depor Goulart], mas a ajuda não foi necessária. O golpe foi tramado e aplicado aqui, ‘made in Brasil’ mesmo”.
 
O lançamento da obra, revista e atualizada, será acompanhado do lançamento de um site, Arquivos da Ditadura, que vai disponibilizar mais de 15 mil documentos sobre a ditadura que foi instalada após a deposição de Goulart. Documentos que estavam até agora na posse de Elio Gaspari.
 
Notícias ao Minuto
 

Presidiários brasileiros exibem corpos decapitados dentro de Penitenciária do Maranhão

 


O vídeo, de dois minutos e 32 segundos, foi divulgado hoje pelo sítio web do jornal brasileiro "Folha de São Paulo"
 
Vários detidos alegadamente do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, Brasil, filmaram com um telemóvel parte da selvajaria praticada contra outros presos, incluindo a exibição de corpos ensanguentados e cabeças decapitadas.
 
O vídeo, de dois minutos e 32 segundos, foi divulgado hoje pelo sítio web do jornal brasileiro "Folha de São Paulo". As imagens foram encaminhadas ao jornal pelo Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão.
 
Nas cenas, que terão sido gravadas no dia 17 de dezembro, é possível ver apenas a perna dos criminosos, que chegam a brincar com o corpo das suas vítimas. Um deles chuta a cabeça de um cadáver, e em seguida exibe outras duas cabeças separadas dos seus corpos.
 
Os detidos vítimas das agressões aparecem com diversos ferimentos profundos, causados, segundo o jornal, por cortes com facas e estiletes.
 
O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão confirmou à Lusa o encaminhamento do vídeo. O arquivo com as imagens terá sido compartilhado entre os presidiários até chegar a alguém fora da cadeia e, em seguida, às mãos de responsáveis do Sindicato.
 
Segundo uma representante da instituição, que não quis identificar-se, não há dúvidas quanto ao local onde as imagens foram feitas, principalmente pela possibilidade de identificação do rosto das vítimas.
 
O Complexo Penitenciário de Pedrinhas fica localizado num bairro rural de São Luís, capital do Maranhão, no nordeste brasileiro, e tem sofrido com constantes rebeliões e brigas entre fações rivais que já levaram à morte de 62 detidos em 2013.
 
A cadeia está sobrelotada, com 2.500 internos, num local projetado para receber até 1.700, segundo um recente relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
 
O documento em questão, assinado pelo juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Douglas de Melo Martins, foi realizado após uma visita ao presídio, no dia 20 de dezembro de 2013, um dia após a morte de um preso.
Na segunda-feira à noite, o governo do Maranhão anunciou que aceitará a oferta, feita pelo Ministério da Justiça, de transferir parte dos presos de Pedrinhas para Penitenciárias do Governo Federal.
 
A oferta ocorreu após os ataques deste fim de semana, quando criminosos atacaram esquadras da polícia e incendiaram autocarros, provocando a morte por queimadura de uma criança de seis anos, na segunda-feira. As ações de terror terão sido ordenadas de dentro da cadeia de Pedrinhas.
 
Lusa, em jornal i
 

Timor-Leste: O ESTADO DEVE PARAR COM A IMPORTAÇÃO DE ÁLCOOL



07 de Janeiro de 2014, 14:50
 
Jacinto Viegas Vicente um dos membros da comissão B no Parlamento Nacional solicitou ontem, durante o plenário do Governo, para parar com a importação de álcool no país.

“O V Governo Constitucional conseguiu resolver a questão das artes marciais com sucesso, mas para reduzir o conflito e não estragar o futuro das novas gerações, o atual governo deve parar com a importação de álcool. Porque durante a época natalícia e a celebração da passagem de ano, o problema permaneceu no país e isto devido ao consumo de álcool por parte dos jovens”, informou Jacinto Viegas Vicente.

Por outro lado o deputado Francisco Branco da bancada da Fretilin, pediu ao Estado para que regularize a circulação de álcool no país.

SAPO TL com STL
 

Parlamento timorense inicia na quarta-feira debate do Orçamento do Estado para 2014

 


Díli, 07 jan (Lusa) - O parlamento nacional de Timor-Leste inicia na quarta-feira o debate do Orçamento Geral do Estado para 2014, que deveria ter ocorrido em dezembro, mas foi adiado devido à participação do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, no funeral de Nelson Mandela.
 
"A discussão do Orçamento do Estado vai ter início no dia 08 de janeiro de 2014", disse, na altura, o presidente do parlamento timorense, Vicente Guterres, explicando que Timor-Leste queria retribuir o gesto de apoio de Nelson Mandela à luta pela restauração da independência do país, através da presença do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, no funeral.
 
A proposta de lei do Orçamento Geral do Estado do Governo de Timor-Leste, aprovado na reunião de Conselho de Ministros, prevê um total estimado das despesas para 2014 de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros).
 
O total estimado das receitas de todas as fontes para o mesmo período, segundo o Governo, é de 2,4 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros).
 
As maiores dotações orçamentais vão para Bens e Serviços, com 475,6 milhões de dólares (cerca de 345 milhões de euros), e para o Capital de Desenvolvimento, com 525,5 milhões de dólares (cerca de 382 milhões de euros).
 
A despesa com salários e vencimentos será de 166,9 milhões de dólares (cerca de 121 milhões de euros).
 
Hoje, o parlamento nacional debateu a Conta Geral do Estado de 2012.
 
MSE // VM - Lusa
 

Ministro australiano recusa comentar alegada recusa de barco com requerentes de asilo

 


Sydney, Austrália, 07 jan (Lusa) -- O ministro da Imigração da Austrália, Scott Morrison, escusou-se hoje comentar as notícias de que a marinha australiana recusou um barco com requerentes de asilo e o recambiou para a Indonésia.
 
A estação australiana ABC informou que o navio que transportava 47 pessoas, a maior parte do Sudão e Somália, foi forçado a voltar para as águas indonésias em meados de dezembro e acabou por ficar sem combustível.
 
O navio acabaria por encalhar numa ilha indonésia (Rote Island) a 19 de dezembro, com os passageiros a bordo a serem retirados pelas autoridades indonésias, segundo a televisão australiana.
 
"Por razões de segurança operacional, o Governo não revela, confirma ou comenta informações das atividades marítimas em relação ao programa 'Operation Sovereign Borders'", disse Morrison em comunicado
 
O 'Operation Sovereign Borders' é um programa liderado pelos militares que visa impedir as redes de tráfico de pessoas de levarem requerentes de asilo para a Austrália e que frequentemente viajam em barcos de pesca sobrelotados a partir da Indonésia.
 
Como parte da política, o Governo do primeiro-ministro Tony Abbott prometeu recambiar barcos sempre que seja seguro fazê-lo, uma medida que irritou a Indonésia, que alegou que isso violaria a sua soberania.
 
FV // JCS - Lusa
 

Carlos Alves Moura nomeado representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau

 


Lisboa, 07 jan (Lusa) -- O brasileiro Carlos Alves Moura foi nomeado representante especial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a Guiné-Bissau, anunciou hoje a organização.
 
Carlos Alves Moura, que foi representante temporário da CPLP na Guiné-Bissau entre 2004 e 2006, vai ser formalmente apresentado em reunião extraordinária do Comité de Concertação Permanente, na quarta-feira, às 09:30, na sede da organização lusófona, em Lisboa.
 
Em representação da CPLP, Carlos Alves Moura chefiou também a missão de observação eleitoral às legislativas de 2012 em Timor-Leste.
 
Formado em Direito, Carlos Alves Moura iniciou a vida profissional como advogado de sindicatos e da Federação de Trabalhadores Rurais do Estado do Rio de Janeiro, segundo informação publicada na página da Fundação Cultural Palmares.
 
Carlos Alves Moura foi coordenador geral do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra, órgão da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura do Brasil.
 
Fundador do Centro de Estudos Afro-brasileiros, do qual foi presidente, Carlos Alves Moura foi também assessor para os assuntos de cultura afro-brasileira no Ministério da Cultura do Brasil.
 
Defendendo as "reivindicações das entidades do movimento negro", Carlos Alves Moura teve uma atuação "decisiva para a criação da Fundação Cultural Palmares, em 1988, da qual foi o primeiro presidente, voltando ao cargo em 2001", pode ler-se na página da fundação brasileira.
 
Entre 2003 e 2007, participou do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República do Brasil.
 
A Guiné-Bissau vive desde abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado e está prevista a realização de eleições gerais a 16 de março deste ano, que estiveram inicialmente previstas para 24 de novembro de 2013, mas foram adiadas devido a atrasos no financiamento e no recenseamento eleitoral.
 
SBR // VM - Lusa
 

Guiné Equatorial deve cumprir "roteiro estabelecido" para adesão à CPLP - Rui Machete

 
 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, sublinhou ontem que a Guiné Equatorial deve cumprir o "roteiro estabelecido" para a entrada na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem vindo a ser adiada.

"A CPLP afirma-se cada vez mais no plano internacional e suscita o interesse de vários Estados, que se pretendem aproximar institucionalmente, seja como membros de pleno direito ou como observadores", afirmou o governante, na abertura do Seminário Diplomático, em Lisboa.

Na sua intervenção, Rui Machete destacou o caso da Guiné Equatorial, salientando "a importância do cumprimento do roteiro estabelecido com as suas autoridades, tendo em vista uma futura adesão como membro de pleno direito".

A Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos, deve promover o uso da língua portuguesa e adotar uma moratória sobre a pena de morte.

O país tem estatuto de observador na CPLP desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em Díli, capital de Timor-Leste, em julho.

O anterior ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, manifestou-se em 2012 contra a adesão plena da Guiné Equatorial à comunidade lusófona, considerando que o país não fez "progressos suficientes" nas questões dos direitos humanos.

Sobre a CPLP, Rui Machete afirmou hoje o empenho de Portugal na dinamização desta organização de oito países, principalmente na valorização da língua portuguesa e na dimensão económica.

Quanto à questão económica, o Governo português propõe a aplicação de instrumentos jurídicos para agilizar a "mobilidade e as trocas comerciais" e evitar a dupla tributação entre os países-membros da CPLP, admitindo que os países com estatuto de observadores "possam beneficiar de muitas das medidas assim adotadas".

Sobre a língua e ensino do português, serão promovidos através de "novas técnicas de comunicação, com o aumento de docentes e de bolsas de estudo, de acordo com as possibilidades financeiras disponíveis".

Lusa

Governo moçambicano acusa Renamo de querer "dividir o país" e recrutar jovens

 


O ministério da Defesa Nacional de Moçambique (MDN) acusou hoje a Renamo de querer "dividir o país a partir do rio Save", afirmando que o partido de Afonso Dhlakama está a recrutar jovens para "operacionalizar esta estratégia".
 
O diretor Nacional da Política de Defesa do MDN, Cristão Artur Chume, que falava durante uma conferência de imprensa em Maputo, considerou que "pelo discurso de vozes bem colocadas na Renamo", a intenção do partido de Afonso Dhlakama é "dividir o país a partir do rio Save", que limita a região norte e centro do sul do país.
 
"Pelo discurso político [da Renamo] anterior à situação que temos vindo a assistir [conflitos armados], o objetivo é dividir o país a partir do Rio Save. Vozes bem colocadas na liderança da Renamo vieram a público com intenções de colocar cancelas na ponte sobre o rio Save", disse o coronel Artur Chume.
 
Lusa
 

OS REFUGIADOS VERSUS A EUROPA E A INDIFERENÇA GERAL

 

Benjamim Formigo – Jornal de Angola, opinião
 
Os refugiados são um problema que nem sequer tira um minuto de sono aos líderes mundiais, políticos ou económicos.
 
Andam por aí, de Herodes para Pilatos por esse Mundo fora até serem instalados em campos que ninguém assume serem definitivos. Campos sem condições mínimas de higiene ou de dignidade mantidos com os recursos, cada vez mais escassos do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. A protecção que encontram nestes campos é muitas vezes precária e dependente dos países que os autorizam e/ou de forças de manutenção de paz que se encontrem na região.

Contudo será bom não esquecer uma desprotegida categoria de refugiados, os que não atravessarem as fronteiras do seu país e são considerados IDP – deslocados internos – que muitos Governos recusam ajudar ou permitir o apoio ou a fiscalização do ACNUR cuja jurisdição se limita aos refugiados fora das fronteiras dos seus países de origem.

Em 2012, segundo os números oficiais das Nações Unidas, havia em todo o Mundo 35.826.203 refugiados, dos quais 17.670.368 eram deslocados internos (IDP) e 1.329.595 pessoas em risco. Um aumento de cerca de 400 mil pessoas relativamente ao ano anterior. Paralelamente o financiamento do ACNUR tem vindo a descer em termos reais e relativos quando comparamos os custos dos alimentos, a redução das doações, a multiplicação de conflitos e sua complexidade, a subida de combustíveis e a redução de doadores. A situação criada na Síria não é da responsabilidade dos sírios, como no Afeganistão não é da responsabilidade dos afegãos, e por aí fora. Contudo as portas dos países, designadamente europeus, envolvidos directa e/ou indirectamente nos conflitos, fecham-se. Os refugiados económicos e políticos recebem o mesmo tratamento na “fortaleza Europa” cujas políticas de asilo estão reduzidas a zero ou quase, os financiamentos de ONG’s e do ACNUR limitados aos mínimos. Na Grã-Bretanha recentemente o próprio Alto Comissário foi criticado pessoalmente porque os escritórios locais do Alto Comissariado para os Refugiados fizeram publicamente uma constatação de facto sobre a política britânica relativa aos refugiados. Não que Londres alguma vez fosse um exemplo pela positiva quanto a refugiados. Abundam ali os imigrantes da Commonwealth que afinal garantem o pequeno comércio e o trabalho que os ingleses não gostam, como sucede com os alemães e os turcos mas não os refugiados.

Porém a Europa que recebia famílias desalojadas por conflitos, como os países nórdicos, onde no inicio da década de 90 do século passado consegui encontrar parte de uma família de refugiados do Cambodja que se encontravam num campo de IDP na fronteira com a Tailândia, hoje fecharam as portas e usam o Tratado de Schengen como um álibi para o encerramento de apoio humanitário.

Só na República Centro Africana existem 935 mil pessoas em risco, desalojadas, a maioria dos quais IDP (500 mil) assistidos em campos perto de Bangui. E os números vão crescendo em África à medida que se agrava a situação do Sudão do Sul.

Ninguém ganha com estes confrontos diz-se, é falso. Os confrontos que desertificam largas zonas, ditas pobres, do planeta trazem imensos dividendos a médio e longo prazo. Basta olhar para os números, as verbas emprestadas aos Governos de países como o Cambodja, Vietname, Etiópia e por aí fora para perceber quem ganha.

Angola: PGR ANUNCIA COMBATE AOS CRIMES FINANCEIROS

 

Adelina Inácio – Jornal de Angola
 
O Procurador-Geral da República reafirmou ao Jornal de Angola que uma das áreas que este ano merece especial atenção é o combate à corrupção. “Vamos continuar com as acções de formação dos magistrados e técnicos da Direcção Nacional de Combate à Corrupção da Procuradoria-Geral da República e outras áreas”, disse.
 
João Maria de Sousa realçou a participação de magistrados do Ministério Público no grupo de trabalho criado pelo Presidente da República para o reajustamento da legislação sobre a corrupção, do mesmo modo que estão a ser preparados novos instrumentos legais para o combate ao branqueamento de capitais.

“A Procuradoria-Geral da República está preparada para aplicação dos instrumentos legais que resultarem da reforma da Justiça”, referiu João Maria de Sousa. No seu balanço das actividades desenvolvidas em 2013, João Maria de Sousa pediu aos magistrados do Ministério Público que evitem prender primeiro o cidadão para depois investigar.

“Devemos continuar a combater a tendência de tudo prender e de todos manter na prisão”, disse e sublinhou que o momento “exige que se investigue e depois se prenda. O Procurador-Geral referiu ser preciso mais rigor na aplicação da prisão preventiva e nas prorrogações das prisões.

“A Democracia e o Estado de Direito pressupõem um Ministério Público capaz de garantir a igualdade dos cidadãos perante a lei e que seja o garante da legalidade e do regular funcionamento das instituições democráticas”, lembrou.

A nossa vocação, insistiu, coloca-nos na linha de frente entre os mecanismos sociais dedicados à defesa da legalidade, do interesse público, do princípio da igualdade dos cidadãos, da preservação da paz social e da garantia dos Direitos Humanos.

Defesa da legalidade

O Procurador-Geral da República anunciou que o Ministério Público, no âmbito da defesa da legalidade no exercício da função jurisdicional, emitiu pareceres e praticou actos de outra natureza em 11 processos a nível do Tribunal Constitucional, 1.112 processos na Câmara dos Crimes Comuns do Tribunal Supremo, 214 processos na Câmara do Cível e Administrativo e 1.648 a nível do Tribunal de Contas. Junto dos órgãos de Investigação Criminal da Polícia Nacional, disse o Procurador-Geral da República, os magistrados do Ministério Público realizaram actos em 43.421 processos instruídos e 48.825 interrogatórios de arguidos presos, 22.533 dos quais foram restituídos à liberdade nos termos da lei.

João Maria de Sousa afirmou que nos tribunais de primeira instância, magistrados e funcionários da Procuradoria-Geral da República praticaram actos em 36.701 processos, 8.083 dos quais transitados do ano anterior. Deste número, disse o Procurador-Geral da República, foram introduzidos em juízo 24.744 processos. O Procurador-Geral da República falou também da Procuradoria Militar das Forças Armadas, órgão da Procuradoria-Geral da República para o foro militar. Aquele órgão, salientou o Procurador-Geral da República, cumpriu com zelo a sua missão, tendo registado a entrada de 3.655 processos, interrogado 2.196 arguidos presos, restituído à liberdade 2.231 e realizado 1.240 visitas a unidades e prisões militares para a fiscalização da legalidade.

Mais magistrados

Outro factor apontado pelo Procurador-Geral da República e que promete dar tratamento este ano está ligado à falta de procuradores nos municípios. João Maria de Sousa manifestou esta preocupação na província do Cunene.

João Maria de Sousa disse que um dos desafios para os próximos anos “é conseguir um número suficiente de procuradores para cobrir todos os municípios do país que não tenham magistrados do Ministério Público.”

O Procurador-Geral esteve em Outubro no Cunene e foi informado sobre a situação da Procuradoria-Geral da Republica na província e apresentou algumas indicações para melhorar o seu funcionamento. João Maria de Sousa teve encontros com magistrados judiciais, efectivos da Polícia Nacional, bem como com responsáveis da direcção do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

Também visitou a unidade penitenciária do Peu-Peu, o complexo turístico de Oihole, em Namacunde, e as instalações das Alfândegas em Santa Clara. O Executivo está a construir uma nova cadeia no Cunene para fazer face à sobrelotação da unidade do Peu-Peu.

Foto Rogério Tuti
 

Angola: Autoridades desmentem mortes em rixas em prisões de Luanda e Cabinda

 

 
As autoridades angolanas desmentiram esta terça-feira alegações quanto à existência de mortos nas duas rixas entre presos registadas nas últimas semanas em Luanda e Cabinda.
 
O desmentido foi feito pelo segundo comandante da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, quando apresentava à imprensa o balanço nacional da quadra festiva, em que mais de 60 mil efectivos das forças de segurança estiveram de prevenção.
 
Segundo aquele oficial da polícia, as duas rixas entre reclusos provocaram 84 feridos e 156 tiveram que receber tratamento hospitalar.
 
Paulo de Almeida justificou a ocorrência de rixas entre reclusos com a falta de condições das unidades penitenciárias existentes e o excesso de detidos.
 
A actual população prisional em Angola totaliza mais de 21 mil reclusos, em que mais de metade são presos preventivos e em que os jovens entre os 18 e os 30 anos representam 70 por cento do total.
 
Na edição de hoje do diário Jornal de Angola, o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, defendeu a necessidade de se "combater a tendência de tudo prender e de todos manter na prisão".
 
João Maria de Sousa defendeu o primado da investigação em vez da prisão.
 
Instado a comentar a afirmação, o segundo comandante da Polícia Nacional reconheceu que diariamente são feitas detenções, mas justificou a medida com a "grande demanda".
 
"Se há excesso de prisão, isso é muito relativo. A polícia age. Nós temos o dever de garantir a ordem e tranquilidade pública e, nas nossas acções, todo o elemento que está à margem da lei nós detemos", acrescentou.
 
Paulo de Almeida reconheceu ainda as "limitações" a nível da própria polícia, do Ministério Público e dos tribunais.
 
"É verdade que todos temos de reconhecer que temos limitações (…) de podermos dar celeridade aos processos e então muitas vezes os prazos expiram por esta falta de capacidade", disse.
 
Quanto ao balanço dos 10 dias abrangidos pela operação que colocou em estado de prontidão mais de 60 mil efectivos, Paulo de Almeida destacou o registo de 1.595 crimes (média diária de 106 crimes), e de 192 mortos e 636 feridos nos 725 acidentes de viação registados.
 
Na quadra festiva do Natal e Ano Novo, a média diária de sinistralidade rodoviária em Angola foi de 48 óbitos.
 
Depois da malária, a sinistralidade rodoviária representa a segunda causa de morte em Angola.
 
A este respeito, Paulo de Almeida recordou que ainda este mês o Ministério do Interior vai organizar uma conferência nacional sobre segurança rodoviária.
 
Lusa / NJ
 

Moçambique: Há ricos que nem sabem quanto têm e pobres que não sabem o que vão comer

 


Dom Francisco Chimoio diz que desigualdades sociais podem perigar a paz

O País (mz)
 
O arcebispo de Maputo considera que a ocupação da base de Santungira não foi uma decisão correcta. Dom Francisco Chimoio apela às delegações a assumirem um diálogo sincero e a evitarem partir à mesa com respostas nos bolsos
 
O que marcou a comunidade cristã católica em 2013?
 
No dia 28 de fevereiro, Bento XVI renunciou ao papado. Graças a Deus, a 13 de março, foi escolhido o Papa Francisco. Tivemos a conclusão do ano da fé no dia 24 de novembro, que tinha sido iniciado a 11 de Novembro de 2012. Perdemos o dom Bernardo Filipe Governo no dia 21 de Outubro, em Quelimane, vítima de doença. Tivemos também o falecimento do dom Luís Gonzaga Ferreira da Silva e do monsenhor Mabuianga, na África do Sul. Tivemos, a nível da nossa igreja, ordenações sacerdotais. No dia 21 de Dezembro, foram ordenados dois sacerdotes e um diácono.
 
E, fora da igreja?
 
Marcou-nos a tensão que existe no nosso país, sobretudo no troço entre rio Save e Muxúnguè (na Estrada Nacional Número Um). É uma situação que cria muitos transtornos para pessoas que querem viajar e desestabiliza o ritmo que tínhamos de crescimento económico. Em janeiro e fevereiro, tivemos cheias no Chókwè, que dizimaram vidas humanas e destruíram bens materiais e culturas diversas. Mais recentemente, tivemos o despenhamento do avião que resultou na morte das 33 pessoas a bordo, incluindo a tripulação. Lamentamos isso e, como gesto de solidariedade com as famílias enlutadas, celebrámos uma missa. Marcámos presença também na cerimónia ecuménica no pavilhão do Maxaquene. Mas, durante o ano, acompanhámos a exploração do carvão de Moatize e notámos que há mais pessoas que conseguiram emprego e estão a melhorar as suas vidas.
 
Como avalia o diálogo entre o Governo e a Renamo?
 
Que seja um diálogo eficiente, sincero, transparente e que leve à conquista, de novo, da paz. Sem o diálogo, é muito difícil conseguirmos descobrir no nosso irmão algo de bom. Com o diálogo, podemos diminuir as distâncias, podemos evitar ter um pensamento que não corresponde ao que o nosso irmão é. O princípio é este: não há uma pessoa que seja 100% má. Todas as pessoas têm algo de bom. É esse algo de bom que devemos descobrir e valorizar. Na nossa vivência, como moçambicanos, temos que nos sentir verdadeiramente cidadãos deste país. E ser cidadãos deste país significa ter responsabilidades, deveres e direitos. Os direitos consignados pela Constituição são realmente para todos os moçambicanos, em qualquer situação em que se encontre. Mas é necessário que nos demos as mãos. O país precisa de nós, precisa da nossa compreensão e precisa, sobretudo, de trabalho em conjunto. A nossa solidariedade com todas as pessoas há-de criar uma família única de moçambicanos. O diálogo deve ser sempre cultivado e sempre querido.
 
Há dois meses que prevalece o impasse no diálogo. O que estará a falhar?
 
É difícil saber o que está a falhar. Mas vemos que uma coisa podia ser feito. Que dialoguem mais e que sejam mais sinceros no seu diálogo. Que não vão com ideias de saírem vitoriosos. Uma pessoa que vai dialogar não deve ir com respostas no bolso e ideias prévias. As pessoas que vão dialogar vão desarmadas. É preciso ouvir o que o teu interlocutor tem a dizer e ele ouvir o que tens a dizer. Depois discutir o que pode ser feito.
 
Não estará a faltar confiança mútua entre as duas delegações?
 
Quando alguém desconfia, é sinal de que alguma coisa pressente não vai bem. Faltaram os encontros habituais onde as pessoas poderiam dizer as coisas. Cada um andou como andou. Era necessário que houvesse sempre esses encontros, mas ficámos tranquilos depois do cessar fogo. Temos que retomar o caminho do diálogo. Mas tem de ser seriamente, como foi para o cessar-fogo da guerra civil.
 
Defende a necessidade da mediação internacional do diálogo entre o Governo e a Renamo?
 
Se a presença dos mediadores vem facilitar a paz, bem-vinda à paz. Aquilo que nós queremos é que os moçambicanos não vivam numa situação de angústia e de medo. Fomos falar com o Chefe de Estado e dissemos que é necessário que o cenário de guerra termine. Está nas suas mãos, como Presidente da República, resolver esse problema. Ele respondeu que estava a ter contactos com a outra parte. Acreditamos naquilo que ele disse e esperamos que, de facto, a paz volte.
 
Volvidos 21 anos após o acordo de paz, era previsível que voltássemos a ter viaturas escoltadas na estrada?
 
Eu não tinha nenhuma previsão para isso. Estava convencido de que continuaríamos em paz. Fiquei também admirado e triste ao ver, depois de tanto tempo a conviver em paz, muitos investidores e infra-estruturas melhoradas, de novo o sangue a ser derramado nas estradas. Apelo que abdiquemos do caminho militar e sigamos a via do diálogo. Cada pessoa que vai dialogar deve tocar no seu coração e lembrar-se que aquelas pessoas que estão a morrer são cidadãos moçambicanos que gostariam de realizar os seus sonhos. As pessoas não podem dizer que isto não depende de mim. Cada um deve fazer o seu melhor no sector onde se encontra. Ser honesto e respeitar o outro, procurar sentir-se parte integrante na construção deste país.
 
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Moçambique: POLÍCIA E TÉCNICOS DA SAÚDE FOGEM COM MEDO DA RENAMO

 


Profissionais de saúde e polícias abandonam Phembe e Fanha-fanha com medo dos homens da Renamo
 
Os centros de saúde das localidades de Phembe e Fanha-fanha, no distrito de Homoíne, na província de Inhambane, estão sem profissionais de saúde que abandonaram o local com medo dos supostos homens armados da Renamo, que desde a semana passada circulam na região, sem no entanto molestar a ninguém. A polícia local fugiu, também, com a população. Esta refugiou-se na vila sede do distrito e na cidade de Maxixe.
 
Dia e noite, segundo relatos de populares que consideram que o seu futuro é incerto, os presumíveis homens da Renamo movimentam-se pelas localidades, pedem comida nas comunidades e em caso de necessidade compram. Em Gorongosa, na província de Sofala, enquanto milhares de pessoas das regiões de Vunduzi, Kanda, Nhakuku, Tazaranda, Nhambira, Mucodza, Nhataca, Tambararra, Morombodzi e do posto administrativo de Kanda-nhamadzi procuram lugares seguros devido à intensificação de confrontos militares entre as Forças de Defesa e Segurança e os homens armados da Renamo, há indicação de existência de helicópteros que transportam guerrilheiros para a zona sul de Moçambique, supostamente para o distrito de Homoíne.
 
Um oficial da Polícia em Gorongosa, que prefere manter o anonimato, garantiu ao @Verdade que, na madrugada desta segunda-feira (06), por volta das 03 horas, partiu da serra de Gorongosa um helicóptero transportando militares em direcção ao sul do país, uma situação que acontece desde a semana passada. Entretanto, o nosso interlocutor não soube explicar se os militares eram da Renamo ou do Exército.
 
Relativamente as mais de três 3.500 pessoas que abandonaram os seus domicílios à procura de locais seguros na vila sede de Gorongosa, o número tende a aumentar a cada dia que passa nos sítios de acomodação, o que se persistir, nos próximos dias poderá originar problemas relacionados com a falta de assistência e provisão de alimentos. Aliás, alguns cidadãos que se encontram na Escola Primária de Mapombwe e nas associações de AZM e de PACO, por exemplo, já se queixam de não estarem a receber ajuda de forma satisfatória.
 
Verdade (mz)
 

VIOLÊNCIA CONTINUA EM MOÇAMBIQUE, DIÁLOGO NÃO

 


Enquanto isso, a Renamo indica nomes de mediadores internacionais para as negociações, uma proposta que o executivo de Armando Guebuza continua a recusar.
 
Alvaro Ludgero Andrade – Voz da América
 
Os confrontos registaram-se perto da vila de Tambarara, tendo uma pessoa perdido a vida nos arredores da Gorongosa, onde foi morto um comerciante local, que teve os seus bens saqueados.

Em Nhatsapa e Tazoronda, outras duas pessoas morreram atingidas por projécteis.

Em declarações à agência portuguesa Lusa, um morador disse que “os ataques foram intensos na quinta e sexta-feira, e no sábado de manhã já na vila de Gorongosa demoraram quase três horas.

As investidas intensificaram-se desde que o exército tomou de assalto e a base de Sadjundjira, onde vivia há um ano o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama.

A guarda presidencial da Renamo viria a recuperar ao exército a base nos finais de Novembro.

As escaramuças entre as partes têm provocado o aumento de deslocados das zonas rurais, sobrecarregando a vila da Gorongosa.

As estatísticas governamentais indicam que 552 famílias refugiaram-se na vila da Gorongosa, nos últimos dois meses devido aos ataques no interior, atribuídos a guerrilheiros da Renamo.

Enquanto isso, em Maputo os líderes dos dois principais partidos, a Frelimo, no poder, e a Renamo, continuam o diálogo de surdos dos últimos meses.

Depois de o Governo ter aceitado dois observadores nacionais propostos pela Renamo e de ter recusado a presença de observadores internacionais, aquele partido da oposição refaz a proposta em carta enviada ao presidente da República no passado dia 5.

Na carta, o partido de Afonso Dhlakama quer que o diálogo que insiste em chamar 'negociações”, seja mediado pelo constitucionalista moçambicano, Gilles Cistac, o bispo italiano Matteo Zuppi, o ex-presidente su-africano, Thabo Mbeki e um representante não identificado da União Europeia.

A composição - um moçambicano e três mediadores estrangeiros – é a mesma da equipe de mediadores nas negociações de paz havidas em Roma entre 1990 a 1992.

Quanto aos observadores, a Renamo propõe quatro moçambicanos – o bispo anglicano Dinis Sengulane; o académico e Reitor da Universidade Politécnica, Lourenço do Rosário; o ex-reitor da Universidade Eduardo Mondlane, Filipe Couto; e Alice Mabota, a presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.

Na lista de propostas, Renamo avança também seis observadores estrangeiros, mas todos são países no lugar de indivíduos: os Estados Unidos, China, Portugal, Cabo Verde, Quénia e Botswana.

O Governo, através do chefe da sua delegação, José Pacheco, reiterou que o Executivo não vai aceitar a presença de observadores estrangeiros.

Ou seja, mais uma segunda-feira, mais uma semana de impasse na crise que marca Moçambique neste 2013.

Procurador-geral guineense diz que tem sido alvo de ameaças na sequência do caso TAP

 


"Quer dizer eu, que não embarquei ninguém, nem sei se são sírios ou se são turcos, sou ameaçado. Agora eu é que sou responsável, quando não envergonhei a República", disse Abdu Mané
 
O Procurador-Geral da República da Guiné-Bissau, Abdu Mané, afirmou hoje que tem sido alvo de ameaças na sequência de investigações abertas pelo Ministério Público ao caso do embarque forçado num voo da TAP de 74 sírios para Portugal.
 
"Quer dizer eu, que não embarquei ninguém, nem sei se são sírios ou se são turcos, sou ameaçado. Agora eu é que sou responsável, quando não envergonhei a República", disse Abdu Mané.
 
O Procurador guineense reagia desta forma à queixa-crime apresentada na segunda-feira pelo advogado do ministro do Interior do Governo de transição, António Suca Ntchama, no Supremo Tribunal de Justiça contra Abdu Mané por alegada difamação ao governante.
 
O advogado de Suca Ntchama quer que o Supremo Tribunal aja criminalmente contra o procurador por considerar que este incorreu no crime de violação de segredo de justiça e de difamação por ter dito que o ministro se teria recusado a ser detido.
 
"Isso não passa de um ‘fait divers'. Dizer com pompa e circunstância que há uma queixa-crime contra o Procurador não passa de um ‘fait divers', é tentar fazer com que as pessoas se distraiam dos factos reais", disse Abdu Mané.
 
O procurador guineense acrescentou que se for chamado pelo Supremo Tribunal irá responder por não se sentir acima da lei, mas não entende a ação intentada pelo ministro quando foi o próprio Governo quem denunciou o envolvimento de Suca Ntchama no embarque forçado de 74 sírios no avião da TAP, a 10 de dezembro.
 
"Perante este facto, o que é que a Procuradoria-Geral da República deve fazer senão continuar com as investigações. Foi o que se fez. Não tenho muita coisa a dizer", disse Mané, reafirmando que existe um mandado de condução do ministro às celas que o diretor-geral da Polícia Judicia se teria recusado a cumprir.
 
O Procurador-Geral guineense reuniu-se hoje com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Sori Djaló, a quem disse ter mostrado o mandado de detenção que o ministro Suca Ntchama alega que não existe.
 
"Tudo isso é fazer tempestade num copo de água. Não retiro nem uma vírgula. Enquanto eu for Procurador-Geral da República quem cometer um crime será responsabilizado", sublinhou Abdu Mané.
 
Lusa, em jornal i
 

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