domingo, 23 de junho de 2013

PORTUGUESES TRABALHAM MAIS 400 HORAS QUE OS ALEMÃES



Margarida Cardoso - Expresso

Os portugueses trabalham em média mais 400 horas por ano que os alemães mas, têm "falta de estratégia", diz Nadim Habib, diretor da Nova Executive Education.

Os portugueses trabalham em média 1700 horas por ano, mais 400 que os alemães. "Trabalham muito mas, infelizmente, produzem pouco com esse trabalho. Geralmente isso significa falta de uma estratégia clara que nos ajude a definir o que vamos fazer e, ainda mais importante, o que não vamos fazer", afirmou Nadim Habib, diretor da Nova Executive Education.

Na conferência "As empresas e o futuro - Competitividade e Empreendedorismo", organizada esta semana pela revista Exame e pelo Banco Popular, Habib deixou claro que a estratégia é um problema crucial da economia portuguesa.

Leia mais na edição de 22 de junho do Expresso.

“BARROSO É O CARBURANTE DA EXTREMA-DIREITA”, diz ministro francês




Daniel Ribeiro, correspondente em Paris - Expresso

A votação na extrema-direita ronda os 47 por cento numa eleição legislativa parcelar e os franceses andam com os nervos à flor da pele.

Dezenas de montras de bancos e de comércios foram atacados, esta tarde, em Paris, quando milhares de pessoas desfilaram numa manifestação "anti-fascista", em memória de Clément Méric, jovem militante de extrema-esquerda morto há duas semanas depois de ter sido agredido, durante uma altercação, por um skinhead, membro de um grupo semi-clandestino da extrema-direita.


Os militantes de esquerda e extrema-esquerda, muitos vestidos de negro, atacaram com pedras montras de dezenas de bancos e de comércios ou vandalizaram-nos com slogans anti-capitalistas e anti-fascistas, mas a polícia não interveio e manteve-se à distância.

Pouco depois, em Villeneuve-sur-Lot, no sudoeste do hexágono francês, numa eleição legislativa parcelar, o candidato da extrema-direita (da Frente Nacional-FN, de Marine Le Pen) alcançou 47 por cento dos votos, sendo batido pelo seu adversário da direita clássica, que apenas foi eleito por ter beneficiado dos votos, na segunda volta, da "frente republicana anti-Le Pen" (direita, socialistas, comunistas, centristas).

A subida da extrema-direita, sublinhada por todas as recentes sondagens, provoca inquietação em França, onde analistas prevêem que a FN vença as eleições europeias de meados de 2014.

Esta situação, designadamente o afastamento desde a primeira volta, no domingo passado, do candidato socialista na parcelar de Villeneuve-sur-Lot, enerva os próprios membros do Governo. "Durão Barroso é o carburante da FN", disse esta tarde o ministro francês da Indústria, Arnaud Montebourg, a propósito da polémica sobre as declarações do presidente da Comissão europeia sobre os "reaccionários" que defendem a excepção cultural nas negociações comerciais entre a UE e os EUA.

O ministro francês acha que a principal causa da subida da FN em França não são os escândalos, nem a subida do desemprego, nem os problemas com o poder de compra, nem os escândalos, nem os conflitos provocados pelas religiões. "A UE exerce uma pressão considerável sobre os Governos democraticamente eleitos, é inaceitável, temos um presidente da Comissão que diz 'todos os que são contra a mundialização são reacionários'... temos uma UE imóvel, que não mexe, que não responde às aspirações populares dos europeus, que dá força aos partidos nacionalistas, aos anti-europeus da UE", explicou Arnaud Montebourg.

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Guiné-Bissau: RISCOS DE SEGURANÇA NA NAVEGAÇÃO MARÍTIMA



Bissau Digital

Bissau – A Guiné-Bissau não dispõe, desde há alguns meses, de qualquer tipo de sinalização dirigida à navegação marítima, durante o período noturno.

Tal acontece porque os painéis solares dos faróis de sinalização, colocados no mar para este fim, foram quase todos roubados por indivíduos não identificados, para uso pessoal.

A 4 de Maio, o único painel solar do farol de controlo que ainda se mantinha em funcionamento, em Caio, na região de Cacheu, norte do país, a principal entrada para o Porto de Bissau, foi roubado por um jovem. O indivíduo chegou a ser detido pela Brigada Costeira da Guarda Nacional, que recuperou o painel solar ainda com as suas baterias.

Em declarações à PNN, Mita Nhace Cumba, Comandante da Brigada Costeira da Guarda Nacional, disse que esta situação constituiu um perigo para a navegação, ao nível da costa marítima da Guiné-Bissau. 

«Sabemos que Caio é a entrada principal de todos os navios que passam por este lugar e, o facto de não ter sinalização, pode representar um alto risco para a navegação», referiu Mita Nhace Cumba.

O responsável adiantou ainda que não é a primeira vez que estes actos acontecem, tendo exemplificado que outros faróis, na extensão de Bissau até às ilhas de Bijagós, foram roubados, deixando país em perigo.

Mita Nhace Cumba lembrou que muitas embarcações circulam sem sinalização, causando a morte de pessoas no mar, tal como aconteceu recentemente com um bote rápido de fiscalização, que embateu contra uma piroga, causando uma vítima mortal.

(c) PNN Portuguese News Network

Guiné-Bissau: VIATURA DO PRESIDENTE DA ANIE INCENDIADA




Bissau – A viatura do Presidente da Associação Nacional de Importadores e Exportadores (ANIE) da Guiné-Bissau, foi incendiada na madrugada desta sexta-feira, 21 de Junho, junto da sede da instituição, na Avenida dos Combatentes de Liberdade da Pátria, no mesmo prédio onde reside o responsável.

Contactado pela PNN, Amadu Iero Djamanca afirmou que se trata de uma polémica em torno da fracassada campanha de comercialização da castanha de caju, da época de 2013. 

«Estava à espera porque, nos últimos dias, tenho vindo a receber ameaças via SMS, relativamente à minha posição face à presente campanha», revelou o responsável da ANIE.

De acordo com Amadu Iero Djamanca, o episódio aconteceu por volta das 4 horas da madrugada, quando foi acordado por um alarme, tendo acabado por perceber que se tratava da sua própria viatura, que estava em chamas.

Depois do sucedido, os autores da iniciativa deixaram uma carta dirigida ao Presidente da ANIE, com a seguinte mensagem: «Djamanca, és tu quem defende os estrangeiros, agora toma».

Reagindo ao acontecimento, Mamadu Saliu Lamba, Conselheiro do Presidente de transição para a área empresarial e um dos vice-Presidentes da Câmara do Comércio, condenou a situação, que considerou como grave.

«Estou muito triste por mais uma vez os guineenses enveredarem pela via da violência, por discordarem com Djamanca. Que façam o contrário, através de denúncias nos meios de comunicação social», disse Mamadu Saliu Lamba, acrescentando que, com esta situação, o sector privado ficou «muito mais pobre». O Conselheiro do Presidente de transição repudiou também o teor da carta endereçada ao Presidente da ANIE.

Saliu Lamba recomendou que seja feita justiça sobre o caso, uma vez que estas práticas de violência não podem continuar a registar-se na sociedade guineense.

De recordar que, em conferência de imprensa realizada a 17 de Junho, Amadu Djamanca responsabilizou a Câmara do Comércio pelas falhas dos últimos anos, registadas nas campanhas de comercialização do caju. 

«A Câmara do Comércio é a única e exclusiva responsável pelas péssimas campanhas dos últimos anos», disse, na altura, Amadu Djamanca. 

Neste encontro com a imprensa, o responsável máximo da ANIE negou que a Câmara do Comércio guineense representasse o sector privado nacional, ou fosse o único interlocutor do mesmo junto do Governo, como tem sido anunciado oficialmente. 

«A sistemática e fraudulenta forma de procura de dinheiro fácil, sem a responsabilização da sua utilização, tem agravado o normal funcionamento das diferentes campanhas de caju, desde há algum tempo», referiu.

A ANIE sublinhou que, contrariamente ao que acontece nos outros países produtores de castanha de caju, as propostas apresentadas pela Câmara de Comércio têm vindo a contribuir para o disfuncionamento do mercado, proporcionando um mau ambiente para o desenvolvimento de negócios e para os preços para o consumidor.

Sobre este assunto, a Assembleia Nacional Popular aprovou uma resolução, exigindo a devolução de valor de 50 F.cfa (0,08 euros) por cada quilograma de castanha exportado pela Câmara de Comércio e Indústria.

(c) PNN Portuguese News Network

SENTENÇA DO CASO “LANCHA VOADORA” EM CABO VERDE NOVAMENTE ADIADO



JSD – VM - Lusa

Cidade da Praia, 21 jun (Lusa) - A leitura da sentença do processo conhecido por "Lancha Voadora", ligada à apreensão de 1,5 toneladas de cocaína em Cabo Verde, foi hoje novamente adiada, desta vez por uma semana, devido a um mal-estar súbito do juiz presidente.

Os trabalhos ainda começaram, mas foram interrompidos 10 minutos depois, após o presidente do coletivo de juízes, Sebastião de Pina, ter-se sentido mal, tendo começado a sangrar do nariz.

Depois de assistido por um médico presente na sessão, Sebastião de Pina ainda tentou regressar, mas os restantes juízes optaram por adiar a sessão para 28 deste mês, ainda dentro do prazo legal de prisão preventiva, garantiram os advogados da defesa e da acusação.

A leitura das sentenças de 15 arguidos e de cinco empresas, inicialmente marcada para 03 deste mês, ficou assim adiada por mais uma semana.

Iniciado a 18 de março último, o julgamento terminou a 29 de abril com as alegações finais do Ministério Público, que reiterou a condenação de todos os arguidos em regime de prisão preventiva pelos crimes de tráfico de droga, lavagem de capitais e associação criminosa, como consta dos autos, consultados pela Inforpress.

A acusação pediu ao coletivo de juízes, presidido por Sebastião de Pina, a prisão efetiva para os arguidos que se encontravam em regime de TIR (termo de identidade e residência) e a dissolução das cinco empresas envolvidas no processo.

A operação "Lancha Voadora" foi tornada pública a 08 de outubro de 2011, com a maior apreensão de droga de sempre no país: uma tonelada e meia de cocaína em estado de elevada pureza escondida numa cave de um prédio na Achada de Santo António, na Cidade da Praia, e que foi incinerada a 25 de outubro, na presença de autoridades e de jornalistas.

Além da droga, a Polícia Judiciária apreendeu milhares de euros e de outras moedas, milhões de escudos cabo-verdianos em notas e 15 viaturas, das quais cinco veículos topo de gama, três jipes, quatro "jet-sky",duas "pick-up", uma "moto-quatro" e várias armas e munições.

A PJ deteve então, e sucessivamente, Paulo Pereira, a sua mãe, Ivone, e a irmã Ernestina, Quirino dos Santos, bem como o na altura presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo Pinto, Carlos Gomes Silva, os empresários António "Totony" Semedo, Luís Ortet e Djoy Gonçalves e o mestre de pesca Jacinto Mariano.

A judiciária cabo-verdiana deteve ainda o empresário José Teixeira e três seus colaboradores, Nilton Jorge, Sandro Spencer, Nerina Rocha, além de José Oliveira, funcionário do Banco Africano de Investimento (BAI).

Além dos 15 arguidos, estiveram sob investigação várias empresas cabo-verdianas ligadas direta ou indiretamente aos acusados: Editur, ImoPraia, AutoCenter, Aurora Internacional e TecnoLage, todas com sede na capital cabo-verdiana.

CABO-VERDIANO DE 84 ANOS ACUSADO DE VIOLAR CONTINUADAMENTE VIÚVA DE 103



JSD – VM - Lusa

Cidade da Praia, 21 jun (Lusa) - Um cabo-verdiano de 84 anos está a ser acusado de violar, de forma continuada, uma idosa, viúva, de 103, noticia hoje a edição "online" do jornal A Semana.

Segundo o semanário cabo-verdiano, o caso aconteceu no concelho de São Salvador do Mundo (Picos), interior da ilha de Santiago, e já foi encaminhado para o Ministério Público.

Fontes no município de São Salvador do Mundo disse ao jornal que a filha da idosa dirigiu-se na quarta-feira à esquadra policial, onde registou uma queixa contra o violador, um homem de 84 anos e vizinho da centenária, que vive com os netos na localidade de Manhanga.

Após emitir uma guia para exames ginecológicos, que confirmaram o ato, a Polícia dos Picos encaminhou o caso para o Ministério Publico, que vai agora proceder a investigações.

MANIFESTAÇÃO EM MAPUTO APELA AO FIM DA VIOLÊNCIA EM MOÇAMBIQUE



Deutsche Welle

Centenas de pessoas manifestaram-se, este sábado (22.06), em Maputo, exigindo o fim da violência no país, que já causou a morte de três pessoas. A circulação no centro de Moçambique foi restabelecida.

Mostrando dísticos com frases, os manifestantes apelaram ao retorno à normalidade no país. No protesto participaram, entre outras pessoas, o presidente do Conselho Municipal de Maputo, David Simango, líderes religiosos e dirigentes da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), o partido no poder, como o seu secretário-geral, Filipe Paúnde.

Filipe Paúnde disse "não ser admissível que, num país democrático e com 20 anos de paz", se registe o atual clima de violência e que “não se pode admitir que se tire a vida dos cidadãos”.

A manifestação foi convocada pela própria FRELIMO, na sequência dos ataques, de sexta-feira (21.06), que causaram a morte de três pessoas, segundo a agência Lusa. Os ataques ocorreram contra viaturas que circulavam no troço rodoviário entre o Rio Save e a região de Muxúngué, nos distritos de Chibabava e Machanga, na província central de Sofala.

RENAMO diz que detenção de dirigente é ilegal

O porta-voz da polícia moçambicana, Pedro Cossa, já veio a público responsabilizar a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana) pelos ataques. 

E Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação do principal partido da oposição, foi detido.

A polícia relaciona os ataques com a ameaça anunciada por Jerónimo Malagueta, na quarta-feira (19.06), de impedir a circulação na Estrada Nacional 1 (EN1), no troço Muxúngué-Save, e na Linha Férrea de Sena.

Entretanto, António Muchanga, dirigente da RENAMO, já acusou a polícia de ter detido ilegalmente o Jerónimo Malagueta, que continua preso numa esquadra de Maputo. 

Circulação volta à normalidade

A RENAMO justificou a ameaça de impedir a circulação de pessoas e bens no troço Muxúngué-Save e na Linha Férrea de Sena com a necessidade de alargar o perímetro de segurança do presidente do partido, Afonso Dhlakama, que se encontra aquartelado na Gorongosa.

A circulação no centro de Moçambique já foi restabelecida sob fortes medidas de segurança. As viaturas que seguem para o centro e norte são perfiladas no Rio Save. As que se dirigem para sul ficam perfiladas em Muxúngué e depois são escoltadas em coluna, de acordo com a agência Lusa.

África do Sul: NELSON MANDELA EM "ESTADO CRÍTICO"



Sol - Lusa

O antigo presidente sul-africano Nelson Mandela, internado para tratamento a infecção pulmonar recorrente, encontra-se "agora em estado crítico", anunciou hoje a presidência da África do Sul.

"O estado do antigo presidente Nelson Mandela, que ainda se encontra hospitalizado em Pretória, é crítico", disse Mac Maharaj, porta-voz da presidência sul-africana, em comunicado.

O estado de Mandela, que deu entrada no hospital a 08 de junho, agravou­-se nas últimas 24 horas.

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, visitou Mandela esta tarde e foi o primeiro a transmitir as informações dadas pelos médicos: "o estado do antigo presidente piorou nas últimas 24 horas e é agora crítico".

Nelson Mandela, que em 1994 se tornou no primeiro presidente negro da África do Sul, comemora a 18 de julho os 95 anos.

Desde dezembro, o herói da luta anti-apartheid foi hospitalizado quatro vezes, devido a uma infeção pulmonar recorrente, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.

EDWARD SNOWDEN PEDE ASILO AO EQUADOR



Deutsche Welle

Ex-consultor da NSA teria embarcado em voo em direção a Moscou. Destino final seria Venezuela, segundo agências de notícias russas. Snowden disse a jornal chinês que EUA espionaram telefonia móvel na China.

O governo do Equador anunciou neste domingo (23/06) que o ex-consultor da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden, acusado de espionagem pelos Estados Unidos, pediu asilo político ao país. "O governo do Equador recebeu um pedido de asilo de Edward Snowden", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, Ricardo Patino, na rede social Twitter.

Snowden, que é procurado pelos Estados Unidos, está "em trânsito para a República do Equador", confirmou logo em seguida o portal WikiLeaks. "Ele está em trânsito para o Equador, através de uma rota segura, para obter asilo e será acompanhado por diplomatas e conselheiros jurídicos do WikiLeaks", declarou o WikiLeaks, no comunicado publicado no site, fundado pelo australiano Julian Assange.

De acordo com a agência noticiosa francesa AFP,  os Estados Unidos anularam o passaporte de Snowden, acusado de espionagem pela justiça americana, depois de o ex-consultor ter divulgado documentos sobre programas de vigilância das comunicações.

Rumo a Moscou

O jornal South China Morning Post afirma em sua edição deste domingo que Snowden estaria a caminho de Moscou em um voo comercial, porém visando um terceiro destino. A plataforma Wikileaks afirmou que auxiliou o ex-funcionário da inteligência norte-americana a conseguir asilo em um “país democrático”. Agências de notícias russas informaram que seu destino é a Venezuela, para onde iria após escala em Cuba.

Snowden revelou a existência do programa de espionagem Prism, o qual realiza grampos telefônicos e vigia atividades online. Ele também forneceu à imprensa detalhes sobre o funcionamento do Tempora, programa similar britânico que supostamente coleta informações de mesma natureza no mundo todo, através de cabos de fibra ótica. As revelações de Snowden foram veiculadas pelo jornal britânico The Guardian.

O governo de Hong Kong confirmou que Snowden "deixou Hong Kong para um terceiro país através de canais legais e normais" e que informou os Estados Unidos sobre o embarque do americano.

Um dia após ter incriminado Snowden por espionagem, as autoridades americanas confirmaram que solicitaram a Hong Kong a extradição do ex-funcionário da NSA. Acredita-se que ele deixou os Estados Unidos no início de junho.

Conflito diplomático

No comunicado divulgado neste domingo, o governo de Hong Kong alegou que o pedido dos Estados Unidos não atende completamente aos critérios da lei local e solicitou mais informações a Washington para analisar se poderia responder positivamente ao pedido.

"Hong Kong tem sido historicamente um bom parceiro dos Estados Unidos em questões de reforço da lei, e nós esperamos que eles cumpram o acordo neste caso", havia afirmado o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Tom Donilon, em entrevista à emissora americana CBS.

O Ministério Público dos Estados Unidos entrou com uma queixa-crime contra Snowden na sexta-feira. As acusações contra Snowden podem levá-lo a ser condenado a até 10 anos de prisão por comunicação de informações de defesa nacional, revelação de informação confidencial e roubo de propriedade do governo.

China também seria vítima

De acordo com a edição online do South China Morning Post publicada no sábado, Snowden também passou informações sobre espionagem digital americana na China.

Em uma entrevista publicada no dia 12 de junho, ele teria dito ao jornal chinês que os Estados Unidos hackeou computadores em empresas chinesas de telefonia móvel assim como sedes da Pacnet de Hong Kong – empresa proprietária da “maior rede de fibra ótica submarina da região”. Ele também teria revelado que a base de dados da Universidade de Tsinghua, uma das principais instituições de ensino superior da China, também fora espionada.

O ex-funcionário da NSA mostrou ao Postdocumentos para comprovar as suas declarações, de acordo com o artigo.

No ano passado, Washington e Pequim se acusaram mutuamente, por diversas vezes, de espionagem cibernética. Os Estados Unidos declararam inocência, acusando a China de tentar extrair informações ilegalmente.  

EUA sob críticas

Baseado em documentos fornecidos por Snowden, o jornal britânico The Guardian revelou no início deste mês a existência do programa norte-americano Prism, que coleta informações de ligações telefônicas e registros na internet.

Apesar das tentativas de assegurar ao público que o governo não pode realizar este tipo de monitoramento sem prévia autorização judicial – após apresentar evidência que justifiquem a quebra de sigilo – a NSA e o governo dos Estados Unidos têm enfrentado pesadas críticas da opinião pública.

Os representantes da NSA alegam que o programa ajudou as autoridades a evitarem 50 “potenciais ações terroristas” desde os ataques de 11 de setembro de 2001.

MP/dw/ap/afp/rtr/dpa/lusa

BRASILEIROS NO EXTERIOR SAEM ÀS RUAS PARA APOIAR MANIFESTANTES NO BRASIL



Deutsche Welle

Em diversas cidades do mundo aconteceram protestos em solidariedade às manifestações que pedem mudanças no Brasil. Os atos são organizados por brasileiros que vivem no exterior e convocados pelo Facebook.

Em praticamente todos os cantos do mundo aconteceram, nestes últimos dias, manifestações em solidariedade aos protestos que acontecem no Brasil. Assim como no Brasil, os manifestantes no exterior – a maioria, brasileiros – defendem mudanças no país, incluindo um melhor combate à corrupção e mais investimentos em saúde e educação.
Na Alemanha, o maior protesto aconteceu neste sábado (22/06) na cidade de Colônia, a quarta maior do país e onde mora uma das maiores comunidades de brasileiros na Alemanha. A manifestação aconteceu em frente à Catedral da cidade renana e transcorreu sem incidentes.

Gabriela Zopolato, uma das organizadoras do ato, diz que o protesto reuniu brasileiros e estrangeiros interessados em demonstrar solidariedade aos manifestantes no Brasil.

"Queremos incentivar as pessoas a irem às ruas, a se manifestarem. Não nos posicionamos contra nenhum governo, mas entendemos que é o povo quem precisa fazer a política", afirmou a estudante de engenharia mecânica na Universidade de Duisburg-Essen.

Hamburgo

Na nesta terça-feira, protesto semelhante havia acontecido em Hamburgo, maior cidade do norte do país. Algumas dezenas de pessoas – aproximadamente 250, pelos cálculos dos organizadores – reuniram-se em frente à estação central de metrô da cidade.

Assim como os demais, o protesto de Hamburgo foi convocado pelo Facebook. A belo-horizontina Liz Cunha, de 22 anos, foi uma das organizadoras da manifestação. Há três anos e meio em Hamburgo, a mineira diz que teve a ideia após ler sobre a repercussão dos protestos em outras cidades da Europa. Ela afirmou estar "muito emocionada e muito orgulhosa" com os protestos em seu país natal.

A paulistana Lúcia Zanforlin Trede, de 30 anos, veio para a manifestação acompanhada dos pais e da filha pequena, de alguns meses. "Eu estou aqui para afirmar, para mostrar que o brasileiro quer mudar o Brasil, independentemente de morarmos lá ou aqui."

"Eu fico feliz por o povo brasileiro ter acordado, por estar se manifestando contra todas essas coisas que têm de mudar para o país ir para a frente", afirmou a engenheira química, que mora há nove anos em Hamburgo.

Berlim

O primeiro protesto de brasileiros na Alemanha aconteceu em Berlim, no domingo passado. A passeata contou com a participação de mais de 250 pessoas, segundo a polícia, e criticou principalmente a violência policial em São Paulo e os gastos com a realização de grandes eventos esportivos no Brasil.

"Essa marcha é para mostrar para os alemães, para as pessoas que moram aqui e também para a mídia que está acontecendo algo no Brasil e que o país precisa ser olhado com atenção", disse Juliana Doraciotto, organizadora da manifestação em Berlim, à DW Brasil. A profissional de marketing se inspirou nos movimentos de apoio às manifestações turcas que estão sendo realizados na capital alemã.

Também em Bremen, Hannover e Frankfurt aconteceram protestos organizados por brasileiros no exterior.

Cidade da Praia

Cerca de 30 brasileiros saíram neste domingo às ruas na Cidade da Praia, em Cabo Verde, para se manifestarem pacificamente com cartazes e entoando o Hino Nacional, em apoio aos protestos que ocorrem nos diversos Estados brasileiros desde o início deste mês.

A manifestação foi organizada pelo Movimento Acorda Brasil em Cabo Verde, formado por um grupo de brasileiros residentes e que surgiu no Facebook. O objetivo é "dar uma força" aos compatriotas que estão organizando os protestos em várias cidades brasileiras.

Manifestações de solidariedade semelhantes aconteceram em várias cidades do mundo, entre elas Londres, Paris, Cidade do México, São Francisco, Boston, Dublin, Toronto, Buenos Aires, Lisboa, Porto e até na praça Taksim, na Turquia.

AS/dw/lusa

O MAIS URGENTE: CONVERSAR SOBRE O BRASIL




A democracia deve ser exercida ali onde está o poder. Não há nada mais precioso na vida de uma Nação do que o momento em que o poder se define nas ruas. Assegurar que ele seja um poder democrático é a tarefa mais urgente no Brasil nesse momento.As forças progressistas, preocupadas com os rumos das legítimas manifestações de massa em todo o país, tem uma tarefa simples, prática, urgente e incontornável. Reunir-se em todos os fóruns possíveis para exercer a democracia dando-lhe um conteúdo propositivo. Conversar sobre o Brasil. Entender o momento vivido pelo Brasil. Formular e reforçar  linhas de passagem  entre o país que já temos e aquele que queremos. Como bem disse a Presidenta Dilma em seu discurso, 6ª feira: ‘Precisamos oxigenar o nosso sistema político. É a cidadania, e não o  poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar'. É preciso dar organicidade a esse princípio. Os valores que vão ordenar a travessia para o novo ciclo do desenvolvimento brasileiro estão sendo sedimentados nos dias que correm. As forças progressistas devem participar ativamente da carpintaria que definirá essa moldura histórica. Como? Organizando-se para ir às ruas. Reunindo-se previamente para conversar  sobre o Brasil. Em núcleos de base dos partidos, nos diretórios, sindicatos, nas ONGs,  nos locais de trabalho, nos círculos de vizinhança, nas escolas, nos condomínios, com a  turma do futebol e a do facebook. Na 6ªfeira, por exemplo, cerca de  800 pessoas, representando 80 entidades, reuniram-se no Sindicato dos Químicos, em São Paulo, a convite do MST. Em pauta: mobilizar um milhão de pessoas na capital, em defesa de um Brasil onde a democracia participativa  paute o destino da sociedade e o futuro do  desenvolvimento. Neste sábado, na Casa da Cidade, mais de 200 intelectuais, sindicalistas e integrantes do PSOL, PSTU, PT reuniram-se com igual espírito.  (Carta Maior; Domingo, 23/06/2013)

O PT e o governo precisam de uma faxina

Se a vontade política da presidente Dilma Rousseff e seu partido for realmente enfrentar a onda reacionária que tenta controlar as ruas, há uma lição de casa a ser feita. O PT e o governo precisam se livrar da quinta-coluna, que representa interesses alheios à esquerda e aos setores populares. A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Ele não é, porém, o único que flerta com o outro lado da barricada. Por Breno Altman

Breno Altman (*) – Carta Maior

Se a vontade política da presidente Dilma Rousseff e seu partido for realmente enfrentar a onda reacionária que tenta controlar as ruas, há uma lição de casa a ser feita. O PT e o governo precisam se livrar da quinta-coluna, que representa interesses alheios à esquerda e aos setores populares.

O termo nasceu na guerra civil espanhola, nos anos trinta do século passado. Quando Francisco Franco, líder do golpe fascista contra a república, preparava-se para marchar sobre Madri com quatro colunas, o general Quepo de Llano lhe assegurou: “A quinta-coluna está esperando para saudar-nos dentro da cidade.” Referia-se às facções que, formalmente vinculadas ao campo legalista, estavam a serviço do golpismo.

A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Não bastasse vocalizar o lobby das grandes empresas de telefonia e a pauta dos principais grupos privados de comunicação, resolveu dar entrevista às páginas amarelas da revista “Veja” desta semana e subscrever causas do principal veículo liberal-fascista do país.

Na mesma edição na qual estão publicadas as palavras marotas do ministro, também foi estampado editorial que celebra a ação de grupos paramilitares, na semana passada, contra o PT e outros partidos de esquerda, além de reportagem mentirosa que vocifera contra as instituições democráticas e os governos de Lula e Dilma.

Nesta entrevista, Bernardo referenda que se atribua, à militância petista, um programa que incluiria a defesa da censura à imprensa. Vai ainda mais longe, oferecendo salvo-conduto à ação antidemocrática da mídia impressa e restringindo qualquer plano de regulação a perfumarias que deixariam intactos os monopólios de comunicação, o maior obstáculo no caminho para a ampliação da liberdade de expressão.

De quebra, o ministro chancela o julgamento do chamado “mensalão”, ainda que escolhendo malandramente os termos que utiliza, caracterizando a decisão como um resultado “normal e democrático”. Por atacar seu partido nas páginas do principal arauto do reacionarismo, recebe de “Veja” elogio rasgado, ao ser considerado “um daqueles raros e bons petistas que abandonaram o radicalismo no discurso e na prática.”

Paulo Bernardo não é, porém, o único que flerta com o outro lado da barricada, apenas o que mais saçarica. Está longe de ser pequena a trupe de figuras públicas petistas que dormem com o inimigo, a maioria por pânico em enfrentar os canhões da mídia ou desejosos de receberem afagos por bom-mocismo.

O governador baiano, Jacques Wagner, é outro exemplo de atitude dúbia. Há algumas semanas bateu ponto, na mesma revista, para dar seu aval aos maus-feitos jurídicos de Joaquim Barbosa e seus aliados. Mas não parou por aí. Quando o presidente do PT, Rui Falcão, estava sob cerrados ataques por chamar sua gente à mobilização, Wagner correu aos jornais para prestar solidariedade. Não ao líder máximo de seu partido, mas aos lobos famintos que se atiravam contra o comandante petista.

Nos últimos dias assistimos incontáveis cenas que igualmente merecem uma séria reflexão. Não foi bonita ou honrosa a oferta do ministro da Justiça à repressão da PM paulista contra a mobilização social. Ou o prefeito paulistano fazendo companhia ao governador Alckmin na resposta ao movimento contra o aumento das tarifas de transporte. Nesses casos, contudo, não houve facada nas costas, mas flacidez político-ideológica que não pode ser relevada.

A questão crucial é que, para avançar na luta contra o reacionarismo e na reconquista das ruas, o PT e o governo precisam restabelecer uma ética de combate. A defesa dos interesses populares e da democracia não poderá ser feita, às últimas consequências, sem uma faxina de comportamentos e representantes que favorecem os inimigos do povo no interior das fileiras aliadas.

(*) Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

CENTRAL SINDICAL BRASILEIRA CONVOCA GREVE NACIONAL PARA QUINTA-FEIRA



FYB – JLG - Lusa

A central sindical brasileira CSP-Conlutas convocou uma greve nacional para a próxima quinta-feira, dia 27, que espera a adesão de setores como os dos metalúrgicos, professores, funcionários públicos, trabalhadores rurais e da construção civil.

"Nós achamos que o processo de lutas no país é um progresso, com as contradições que tem. É um conjunto de insatisfações. É importante que a classe trabalhadora, com seus métodos de luta, se organize e produza mudanças", disse à agência Lusa José Maria de Almeida, coordenador da CSP-Conlutas e presidente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).

As reivindicações da CSP-Conlutas, segundo José Almeida, serão "questões concretas", como o investimento de menos verba pública no Mundial de Futebol de 2014, mais qualidade para a saúde e a educação no país, aumento dos salários dos trabalhadores, congelamento do preço dos alimentos e das tarifas públicas e redução do horário de trabalho.

A CSP-Conlutas responde atualmente por cerca de 3,5 milhões de trabalhadores das áreas rural, metalurgia, construção civil, educação e serviço público, como os funcionários dos correios. José Almeida afirmou que há greves previstas para São Paulo, principalmente no interior, Minas Gerais e para estados do nordeste do país.

A central sindical é formada por integrantes de movimentos sociais e de partidos políticos de esquerda, como o PSTU e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Segundo Almeida, há a tentativa de um acordo com as outras centrais sindicais, para que a paralisação seja geral.

Há uma outra greve geral convocada pela rede social Facebook, para o dia 01 de julho, mas que não conta com o apoio dos sindicatos, nem do Movimento Passe Livre, que iniciou a atual onda de protestos no Brasil, pedindo uma redução dos preços das passagens dos transportes públicos.

O ato do dia 01 de julho foi convocado pelo produtor de shows e cantor de rap Felipe Chamone, 30 anos.

RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO COM NOVOS PROTESTOS MARCADOS PARA HOJE



FYB – JLG - Lusa

As cidades do Rio de Janeiro e de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo, têm manifestações convocadas para a tarde de hoje (noite em Lisboa) pela rede social Facebook.

No Rio de Janeiro, a manifestação foi convocada para a praia de Copacabana, contra a PEC 37 - Proposta de Emenda Constitucional que prevê uma perda do poder de investigação do Ministério Público.

Os organizadores esperam conseguir reunir até dez mil pessoas, para recolherem assinaturas contra a proposta, segundo a imprensa brasileira.

A PEC 37 é um tema jurídico que ganhou a antipatia dos manifestantes e, na semana passada, teve a votação adiada pelo poder legislativo brasileiro.

A PEC prevê que a investigação dos processos penais seja da responsabilidade da Polícia Judiciária, e não do Ministério Público, que tem a função de acusar.

Essa divisão, em teoria, já existe atualmente, mas, na prática, o Ministério Público também pode investigar, e foi responsável pela descoberta de importantes casos, como o do "mensalão", esquema de compra de votos durante o governo de Lula da Silva.

A praia do Rio de Janeiro também foi palco de uma manifestação na manhã de hoje, que reuniu 200 pessoas, com grande presença de crianças e adolescentes, contra a corrupção.

Parte dos manifestantes que se deslocaram na última sexta-feira para a frente da casa do governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ainda continuam no local, reivindicando um diálogo com o político.

No sábado, houve protestos em pelo menos nove cidades do Brasil, segundo a imprensa local, e noutras três no exterior - Nova Iorque, Madrid e Paris.

O único local onde se registaram confrontos entre manifestantes e a polícia foi Belo Horizonte, uma das sedes da Taça das Confederações.

O saldo do confronto foi de pelo menos 19 feridos e 30 pessoas detidos, segundo a polícia.

Entretanto, Marina Silva, que é pré-candidata do partido Rede Sustentabilidade e ficou em terceiro lugar nas últimas eleições presidenciais do país, criticou, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo os partidos que "surfam na onda das manifestações" e tentam conquistar apoio com as mesmas.

Os protestos começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil.

A intervenção policial motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de manifestação, bem como contra a corrupção e a falta de transparência.

Foto: Marcelo Sayao/Efe

A CORRUPÇÃO EM ANGOLA NO SEU MELHOR. QUEM É ACUSADO DE ROUBO É PROMOVIDO




William Tonet e Arlindo Santana* - Folha 8 – edição 1144 de 1 junho 2013

A carreira de Sívio Burity “ao serviço do seu país”, um país que não é Angola, mas um misterioso território independente que só ele conhece, é o retrato exacto daquilo que a corrupção é em Angola.

Variadíssimas vezes denunciado por pessoas de diferentes quadrantes como protagonista de actos e tomadas de atitude imorais, ilegais, e por demais incompatíveis com as suas funções e responsabilidades, Burity sempre conseguiu dar a volta por cima às acusações de que era alvo e mesmo agora, quando foi exonerado da chefia das alfândegas, foi isso mesmo que aconteceu.

O F8, sobretudo na pessoa do seu director, William Tonet, sabe do que está a tratar, uma vez que, quando teve a oportunidade de confirmar algumas denúncias do que se estava a passar na Alfândega e revelar até que ponto nessa instituição de Estado, entre as mais importantes do país, reinavam assiduamente práticas do desvio de fundos, de corrupção activa, passiva e peculato, foi, como já neste espaço relatámos, levado à barra do tribunal para ser julgado e condenado a pagar uma indemnização de USD 100 mil dólares, solicitada, entre outras pessoas,pelo próprio Sílvio Burity, alegando não serem verdadeiras as denúncias.

Claro está que a sentença terá sido encomendada e pronunciada em favor dos interesses superiores de um partido e seus interesses difusos, pelo juiz Manuel Manuel da Silva “Manico”, que, sem a mais pequena réstia de bom senso, imparcialidade, sentido de justiça e o que se pede de vergonha concedeu uma sentença adesão, mesmo tendo tudo ficado provado.

Passou o tempo e, num artigo publicado numa das nossas últimas edições, depois de termos feito alusão ao facto de ter sido a sua própria mulher a revelar a dada altura até que ponto esse dirigente podia ir na perfídia para levar avante os seus intentos, os seus alicerces tremeram, mas o dirigente não caiu.

Recentemente, porém, a situação agravou-se quando uma carta de queixa foi enviada ao Presidente da República e ao ministro das Finanças de Angola,que não se deve confundir com república das bananas por um grupo de quadros superiores e não só das Alfândegas, que, atempadamente pensavam eles, avisavam os seus superiores hierárquicos do que se estava a passar nos serviços alfandegários, sobretudo no porto de Luanda e demais fronteiras.Foi como se não tivessem avisado, pois o superior JES, indirectamente, estava na jogada por intermédio do seu filho Zenú, segundo relatam as fontes que nos informaram sobre este caso da Bromangol.

Entre parênteses, digamos desde já que até hoje não se sabe com exactidão quem são os donos da Bromangol. Mas o rumor diz que José Filomeno dos Santos,“Zenu”, é apontado como um dos sócios predominantes da empresa, em associação com o inefável Sívio Burity. Anotemos.

Voltando, porém, ao nosso tema, verdade é que na missiva dos trabalhadores alfandegários podemos ler um apanhado de todas as denúncias das trafulhices feitas antes, trata-se, portanto, de uma confirmação do que já se sabia, sugerindo pela ocasião e com firmeza, que a Inspecção Geral do Trabalho ou o MAPESS se decidissem a fazer uma auditoria para ver in loco o abuso de poder do Sílvio Burity e fazer um relatório a quem de direito, que nestas ocasiões nunca se sabe bem quem é!... Nada se passou!

A páginas tantas, inquietos, os trabalhadores denunciantes vão mais longe, ao assegurar que «é tempo de este cidadão ir embora, mesmo sabendo nós que o mesmo é facilitador de negócios escuros que entram e saem do Pais (Entrada de Drogas e mercadorias, Saída de Capitais de forma clandestina). O país precisa de quadros capazes de levar o país a bom porto e não dizimá-lo e/ou reduzi-lo a pó”, denunciaram.

Recorde-se ainda ter Silvio Burity assumido publicamente que ganhava entre 100 a 200.000 USD mensalmente.

De onde sai esse dinheiro todo? Quem lho dá? É lícito? Quanto ganha o Presidente da República e o ministro das Finanças, se o vosso subordinado assumiu perante o juiz que ganha 100.000.00 (cem mildólares)?»

A “volta por cima” de Burity graças aos dólares

Neste lance de exoneração para cima de Sílvio Burity, o que desencadeou terá sido o papel da estranha empresa Bromangol, de inspecção de produtos alimentares, com todas as suas derrapagens e atropelamentos das leis.

O sentimento de culpabilidade dos mais altos dirigentes das instituições sob égide de Burity reflecte-se no nervosismo do mesmo e no esbanjamento de dinheiro, tirado ele também dos cofres do Estado, para defesa dos seus chefes em tribunal.

Dizer que ao serviço da Alfândega Nacional oficia uma enorme brigada de mais de 20 (vinte) juristas e advogados, parece denunciar que trabalho não falta no que toca a diferendos e makas de toda a espécie, mas como porta de fuga de  dinheiro dos cofres públicos,são sempre recrutados os serviços de advogados de fora, inclusive estrangeiros.

O resultado, como se vê, sai exactamente ao contrário do que estava programado por esses auto-servidores dos seus Estados, de alma e de finanças.

Se formos ao fundo da questão, vemos primeiro que a demissão de Burity, formalmente ordenada pelo novo ministro das Finanças, Armando Manuel,foi, segundo fonte de F8, “decidida” pelo Presidente, José Eduardo dos Santos (JES) por estar intimamente relacionada com o chamado “caso Bromangol”.

Isso parece estar provado

Esta instituição privada foi criada em condições consideradas opacas em fins de 2012, tendo-lhe sido atribuída a faculdade de efectuar, a título obrigatório, análises bromatológicas a todos os produtos alimentares importados por Angola.

Sem delongas, verificaram-se exageros nos custos das análises efectuadas pela empresa, assim como se lamentava a lentidão da entrega dos resultados aos importadores das mercadorias, que espontaneamente, se lançaram em campanhas de protestos muito contundentes.

Armou-se uma frente de protesto alargada num clima de descontentamento geral, pois eram os próprios consumidores as principais vítimas do agravamento causado aos preços pelas práticas da Bromangol.

Perante esta situação de protestos dos importadores, secundados por manifestações de descontentamento de distribuidores e do público consumidor o que é que aconteceu? - estamos em Angola -, o Serviço Nacional das Alfândegas correu ao socorro da Bromangol “com uma campanha de imprensa, inspirada em métodos de agitação considerados insidiosos”.

Dá vontade de meter toda essa gente na cadeia, mas não é possível, pois em Angola, quem vegeta as cadeias são os inocentes, acusados injustamente.

Entretanto, sabe-se que existe uma instituição pública com o mesmo fim, o Laboratório Central Agro-Alimentar, dependente do Ministério da Agricultura, habilitado a realizar análises bromatológicas a preços aceitáveis. Brincadeira! Não tutelada pelas Finanças, foi, num primeiro tempo, enviada às favas. A Bromangol do filhote e amigo estava ali para as encomendas.

Só que, agora, neste exercício para apagar o calor insuportável do descontentamento geral, o novo ministro das Finanças pôs também termo ao monopólio da Bromangol. Mas, faz calma, não te precipites…

Na preocupação superior de poupar Sílvio Burity - e temos aqui com certeza uma das chaves das denúncias de corrupção em Angola - explica-se o facto de ele ter sido automaticamente nomeado Director Nacional do Património, um departamento do Ministério das Finanças, que tem sob sua alçada os imóveis do Estado, no país e no estrangeiro, o parque automóvel, etc – o que de certeza alimentará com sucesso a sua polimorfia, dinheiro, riqueza acumulada e negócios sujos.

E JES, tem agora mais uma batata quente, pois acolhe mais uma vez, alguém que todos contestam. Assim terá de fazer alguma coisa para que não digam estar ele por trás de tudo isso.

Como se diz estar provado, ficamos por aqui e está tudo explicado!

Angola: FILHO DO PR PRESIDE A FUNDO DE CINCO MIL MILHÕES DE DÓLARES




Decisão poderá aumentar receios de falta de transparência

Numa decisão que poderá aumentar a apreensão sobre a corrupção e nepotismo o filho  mais velho de José Eduardo dos Santos, José Filomeno, vai controlar o Fundo Soberano de Angola (FSDA), de cinco mil milhões de dólares.

O fundo, que sucede ao fundo petrolífero, foi criado em Outubro de 2012 para investir domesticamente e no exterior do país os recursos gerados pelas exportações de petróleo em infra-estruturas e outros projectos tendentes a diversificar a economia angolana, fortemente dependente dos hidrocarbonetos.

Na altura foi nomeado director do fundo Armando Manuel que contudo foi exonerado em maio deste ano quando foi nomeado ministro das finanças.

O outro membro do conselho de administração é Hugo Gonçalves.

Quando o fundo foi criado em Outubro a nomeação do filho do presidente para administrador provocou algumas criticas de nepotismo não servindo, segundo se disse na altura, para dissipar a imagem de corrupção entre os governantes de Angola.

A agencia Reuters disse na altura da formação do fundo que a presença dofilho de dos Santos na administração “deverá levantar questões sobre a transparência” do fundo.

A Reuter entrevistou na altura Filomeno dos Santos que disse que  “a transparência do fundo será garantida por estritas normas de auditoria e  publicação de dados e por uma política de investimentos a ser anunciada em breve”.

Só agora contudo é que foi divulgada a a Política de Investimento.

Segundo o documento, "a alocação diversificada de ativos sob gestão do FSDEA apoiará três critérios fundamentais: preservação do capital, maximização dos retornos a longo prazo e desenvolvimento infra-estrutural".

Concretamente, até metade das verbas do FSDA serão investidas em rendimentos fixos e instrumentos de caixa emitidos pelas agências soberanas, instituições supranacionais, grandes empresas com grau de investimento ou instituições financeiras e, também, em títulos de participação societária emitidos no G7, refere o documento.

O restante das verbas será dirigido para investimentos alternativos, incluindo, os mercados emergentes, de alto rendimento, dos “commodities”, da agricultura e da mineração, da infraestrutura, imobiliário, dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e em títulos de participação societária de mercados fronteiriços, e oportunidades exclusivas em ativos depreciados.

Para já, o FSDA vai concentrar os investimentos no sector hoteleiro, através da criação de um denominado Fundo Hoteleiro para África.

Nesse sentido, o comunicado refere que foi lançado um concurso "a operadores que lideram o ramo hoteleiro internacional" para desenvolver e operar uma carteira de hotéis de negócios de três a cinco estrelas em toda a África subsaariana.

A construção de uma escola de hotelaria no continente africano figura igualmente entre as previsões de investimentos no setor hoteleiro.

Quanto a iniciativas de cariz social, o FSDA irá destinar 7,5 por cento dos fundos a projectos nas áreas da educação, geração de rendimento próprio e expansão acesso à água potável, saúde e energia.

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