quinta-feira, 16 de maio de 2013

A VIDA SECRETA DE 100 GRANDES EMPRESAS NOS PARAÍSOS FISCAIS




As 100 empresas mais importantes do Reino Unido tem mais de 8 mil subsidiárias em paraísos fiscais. Os bancos são os usuários mais prolíficos destes circuitos da evasão fiscal global, mas ao seu lado operam também multinacionais manufatureiras, telefônicas, energéticas, de turismo, supermercados e bebidas. Segundo o informe da ONG ActionAid, essas empresas tem umas 311 subsidiárias no Brasil e uma forte presença em todo o mundo em desenvolvimento. Por Marcelo Justo, de Londres.

Marcelo Justo - Carta Maior

Londres - As 100 empresas mais importantes do Reino Unido, aglutinadas em torno do famoso índice das bolsas de valores FTSE100, tem mais de 8 mil subsidiárias em paraísos fiscais. Os bancos são os usuários mais prolíficos destes circuitos da evasão fiscal global, mas ao seu lado operam também multinacionais manufatureiras, telefônicas, energéticas, de turismo, supermercados e bebidas. Segundo o informe da ONG ActionAid, as FTSE100 tem umas 311 subsidiárias no Brasil e uma forte presença em todo o mundo em desenvolvimento.

O informe da ActionAid questiona a suposta vontade política do governo britânico para combater o uso de paraísos fiscais. Na reunião de ministros de Finanças do G8, no sábado passado, o do Reino Unido, George Osborne, indicou que era “fundamental que as empresas e os indivíduos paguem o que lhes corresponde de impostos”. A realidade é que sob o nariz do ministro, 98 das 100 empresas do FTSE100 tem subsidiárias em paraísos fiscais e dez delas tem sua sede central em um destes locais, um claro sinal de que não mudou muita coisa desde que, em 2009, o G20 anunciou “o fim dos paraísos fiscais”.

Hoje a magnitude da crise é tal que não bastam anúncios barulhentos e promessas grandiloquentes, como as feitas pelo então presidente francês, Nicolas Sarkozy, que se comprometeu a nada mais nada menos do que “refundar o capitalismo”. Na reunião de ministros de finanças da União Europeia (UE) de abril, nove países – Espanha, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Polônia, Holanda, Bélgica e Romênia – aderiram a um projeto piloto de intercâmbio automático de informação bancária sobre os dados dos não residentes, algo que permitirá fiscalizar a evasão de impostos de multimilionários. Mas segundo Chris Jordan, um dos responsáveis pelo informe da ActionAid, este instrumento, reclamado durante muito tempo pelas organizações não governamentais, é apenas a ponta do iceberg.

“Este modelo de intercâmbio automático se baseia em um mecanismo adota pelos Estados Unidos e o problema é que ainda não se sabe bem a sua abrangência. A mecânica dos paraísos fiscais é tão complexa que pode haver buracos negros pelos quais escorrem a maioria dos grandes sonegadores, incluindo as multinacionais e os bancos”, disse Jordan à Carta Maior.

As contradições britânicas

Em junho, o Reino Unido presidirá a cúpula do G8 e o primeiro ministro David Cameron indicou que a sonegação fiscal e o segredo das contas “offshore” estarão no centro da agenda. Nicholas Shaxson, autor de “Treasury Islands” (Ilhas do Tesouro), um exaustivo estudo dos paraísos fiscais, acha que as contradições britânicas em torno do tema são claras. “Por um lado, o governo está pressionado pelos seus problemas fiscais e uma economia que acaba de sair de uma dupla recessão, mas não da estagnação. Por outro, é um centro financeiro que se beneficia enormemente da existência dos paraísos fiscais”, disse à Carta Maior.

As 100 empresas do FTSE tem umas 1685 subsidiárias em territórios dependentes da coroa britânica e conhecidos paraísos fiscais como Jersey, Ilhas Virgens britânicas, Ilhas Caiman, Bermuda e Gibraltar. Nas Bahamas, há 115 mil empresas para os 307 mil habitantes das ilhas. Nas Ilhas Jersey, a proporção é igualmente exorbitante: 33 mil empresas para 91 mil habitantes. O próprio presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exemplificou o problema em mais de uma ocasião com a Ugland House, um edifício situado em outra dependência britânica, as Ilhas Caiman, que abriga mais de 18 mil companhias.

A mecânica da evasão e sonegação fiscal varia de acordo com o sujeito – indivíduo, banco, multinacional – mas o objetivo é o mesmo. No caso das corporações, as subsidiárias em paraísos fiscais servem para distorcer a estrutura de preços internos das empresas, um mecanismo de longo alcance já que, segundo a OCDE, 60% do comércio internacional ocorre entre multinacionais. “Suponhamos que uma empresa multinacional opera em um país X com um imposto corporativo de 30%. A empresa pagará menos impostos quanto menos lucros tiver. De maneira que contratará a preços inflacionados serviços legais ou financeiros ou de promoção de suas próprias subsidiárias instaladas em distintos paraísos fiscais onde pagam muito menos impostos”, explicou à Carta Maior John Christensen, diretor de Tax Justice International.

Este mecanismo tem um forte impacto nos países em desenvolvimento. As FTSE 100 tem 311 subsidiárias no Brasil que vão do campo da mineração e do petróleo ao de alimentos, artigos para o lar e seguros. “Isso não prova que necessariamente haja evasão fiscal. Mas sim que estas empresas têm uma estrutura internacional tal que podem com toda facilidade mover seus lucros por meio dos paraísos fiscais praticando uma dupla evasão de impostos, tanto no Reino Unido como no Brasil”, explica Jordan.

O realismo mágico dos paraísos

Empresas internacionais de serviços como Google ou Starbucks se viram obrigadas a reconhecer que praticamente não pagavam impostos no Reino unido. O especialista em economia comparada da Universidade de Cambridge, o chileno José Gabriel Palma, explicou à Carta Maior o mecanismo usado.

“Starbucks não paga impostos sobre seus rendimentos porque, segundo dizem, “não tem lucros contábeis”. E não tem porque suas empresas locais, de propriedade e administração de Starbucks, pagam uma empresa de Starbucks fora do país uma quantidade sideral pelo direito de usar o nome Starbucks. Ou seja, Starbucks paga a Starbucks pelo uso do nome Starbucks. E na legislação tributária neoliberal desse país, isso é perfeitamente legal. É realismo mágico contábil. A meu juízo, Gabriel Garcia Márquez deveria ter sido consultor de empresas de contabilidade”, indicou Palma.

No passado, a opacidade financeira era complementar à opacidade midiática: ninguém falava do tema. A crise econômica colocou o foco sobre a estrutura fiscal dos países. Na cúpula de 22 de maio da União Europeia, a evasão de impostos será um dos eixos da agenda. Algo similar ocorrerá com a cúpula do G8 em junho e com a do G20 em setembro.

Assim como a Tax Justice International, a Action Aid assinala que mudar as coisas não é complicado, mas requer vontade política. “Tudo o que se necessita é de transparência. Deve haver um registro público dos paraísos fiscais para saber quem são os donos reais das empresas registradas. As multinacionais também deveriam publicar suas contas em cada lugar onde operam porque isso permitiria detectar facilmente a evasão fiscal”, indicou Jordan à Carta Maior.

Tradução: Marco Aurélio Weissheimer

Fotos: Lista das dez principais empresas do Reino Unido que utilizam paraísos fiscais 

ALEMANHA JUNTA-SE AO CORO DE CRÍTICAS CONTRA A AUSTERIDADE DAS TROIKAS




ISABEL ARRIAGA E CUNHA (em Berlim) - Público

Responsáveis alemães demarcam-se da austeridade imposta aos países periféricos. Críticas são particularmente duras contra a Comissão Europeia e o seu presidente, Durão Barroso.

Já não é só em Portugal, Grécia ou Irlanda que as receitas de austeridade impostas pelas troikas de credores internacionais estão a ser criticadas: na Alemanha, as equipas da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) também são acusadas de impor receitas erradas aos países sob programa de ajuda externa.

Mais de três anos passados desde o início da crise da dívida europeia, os responsáveis alemães já estão mais do que habituados, e mesmo resignados, a serem apontados como os responsáveis pelas dificuldades vividas pelos países periféricos. Esta resignação não os impede, no entanto, de se demarcarem muito claramente do mantra da austeridade a todo o vapor que tem imperado na Europa desde 2010.

O termo "austeridade" tem em alemão uma conotação particularmente negativa de sofrimento extremo, o que os responsáveis em Berlim garantem que está longe de ser o que defendem.

Dentro da troika, a irritação de Berlim dirige-se sobretudo contra a Comissão Europeia, incluindo o seu presidente, Durão Barroso, o que não deixa de ser paradoxal quando muitas das exigências de austeridade aplicadas aos países sob programa de ajuda são implicitamente apresentadas em Bruxelas como resultantes de exigências alemãs.

Mais no PÚBLICO desta quinta-feira e na edição online exclusiva para assinantes.

Portugal: TIJOLO A TIJOLO




Fernando Dacosta – Jornal i, opinião

Os portugueses sabem hoje que os contratos feitos ontem não são garantia de nada, que a corrupção, o surripianço, a vigarice, a impunidade se tornaram morais, que viver dentro das suas possibilidades significa a miséria na comida, na saúde, no agasalho, na assistência, na educação, na cultura, no conforto, significa não ter aquecimento no Inverno, recorrer às meias-solas nos sapatos, aos fatos virados, à carne duas vezes por ano, à autocensura; significa descrer dos que combateram pela democracia, pela liberdade, pela justiça, pelo desenvolvimento.

Como mobilizar as pessoas se elas apenas vêem ser premiados os carreiristas, promovidos os subservientes, festejados os oportunistas, retribuídos os videirinhos, protegidos os corruptos?

A distância entre nós e a Europa (somos o país dela onde menos se ganha e mais se retribui) aumentou, afinal, com a integração comunitária, com a moeda única, com a (ludibriante) ajuda dos seus fundos. Não passamos afinal de servos entrados nas cozinhas dos senhores, pensando que éramos da sua família.

Tijolo a tijolo o edifício da dignidade vai ruindo. Tudo aquilo que conseguimos juntar, casa, carro, poupanças, conforto, está a ser penalizado, esbulhado.

O número dos destruídos pelo ultraliberalismo suplanta já o dos destruídos pelo fascismo. O fosso entre os integrados no regime e os excluídos dele não pára de crescer. O país fractura-se. Uma “guerra civil” lavra subterraneamente – com outro nome, outras armas, outros afrontamentos, outras retóricas. O prometido na revolução não passava afinal de miragem. Os que escolhemos, pagamos para nos defender, paralisaram e traíram-nos – vivendo (já) bem no mal e mal no bem.

Escreve à quinta-feira

“Os alunos não devem ter nenhum contacto com esta Constituição”, diz Fernando Negrão




Pedro Rainho – Jornal i

PSD e CDS chumbam projecto que obriga os alunos a estudar a Constituição. PS pode dividir-se e esquerda vota a favor

O parlamento debate hoje se a Constituição deve ser ou não estudada nas escolas e o mais certo é a proposta ser inviabilizada com os votos contra do PSD e do CDS. O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Fernando Negrão, defende, em declarações ao i, que “os alunos não devem ter nenhum contacto com esta Constituição”, já  que faz mais sentido terem contacto com o conhecimento de “conteúdos de direito constitucional” que não estejam vinculados a ideais “de direita, nem de esquerda”.


A iniciativa é do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) e pretende que a Constituição seja ensinada aos alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário. No projecto de resolução lê-se que, “37 anos depois da sua aprovação, a Constituição da República Portuguesa é ainda nitidamente desconhecida por muitos portugueses”. Foi essa percepção que levou os ecologistas a recomendar ao governo que “integre (...) o estudo da Constituição” naqueles programas, ainda que sem definir em que moldes isso aconteceria.

O problema, para os centristas, está na carga ideológica do actual texto. Por isso, “o CDS votará contra, entendendo que a Constituição da República não se ensina, pratica-se. Muito menos com derivações ideológicas”, diz ao i fonte do partido. O PSD também é contra a intenção do PEVpor entender que “a matéria é tratada na vida escolar – até ao 12.º ano – de maneira transversal, que satisfaz o conhecimento” dos mais jovens, explica ao i o deputado Pedro Lince.

À esquerda, a questão mantém-se. A deputada Isabel Moreira até assume que, se a intenção for a de transmitir “os princípios fundamentais que regem a ordem constitucional”, o projecto do PEV é positivo. “Seria importante que os jovens não saíssem da escola sem a mínima noção do que são os princípios fundamentais” da organização do Estado, para que se formem “cidadãos com um espírito mais crítico”, refere a constitucionalista.

Uma ideia partilhada por Basílio Horta, que admite querer “não votar contra” o projecto. O deputado participou na construção do actual projecto constitucional e defende que a actividade cívica “não se limita a um voto de quatro em quatro anos”. Professor universitário, o socialista reconhece que os alunos chegam ao ensino superior “muito mal preparados” e “muito afastados da política” e que isso tem consequências para a qualidade da democracia. Um problema que poderia ser atenuado com o reforço do estudo da lei fundamental no percurso escolar obrigatório. Mas, ao i, a deputada Odete João sublinha que “o currículo dos alunos tem de ser pensado na globalidade e não com medidas avulsas”. Daí que, “da forma como está, não” haja espaço para um voto global favorável da bancada socialista.

 O PCP votará favoravelmente por entender que “faz todo o sentido que possa ser estudada” a Constituição,“sobretudo no momento que vivemos”, como sublinha a deputada Rita Rato. E, do lado do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda refere que o partido “apoiará genericamente a iniciativa”, acrescentando que se “deve ir mais longe” na intenção, não limitando a questão ao ensino da Constituição.

Reforçar a cidadania 

Os mais novos confirmam a tese que de há um hiato considerável entre o seu mundo e o universo da política. Catarina Henriques, da Organização Nacional de Estudantes Socialistas do Ensino Básico e Secundário – e, portanto, uma excepção à regra –, reconhece que “os jovens estão muito desligados da política” e que é “importante” pô-los em contacto com estas matérias, pelo que “faz todo o sentido” aumentar o contacto dos alunos com a Constituição. E, abrindo caminho a como essa aproximação poderá fazer-se, a estudante de 18 anos diz ser fundamental que a disciplina de Formação Cívica “voltasse a fazer parte da estrutura curricular”.

Paulo Guinote lembra, a propósito do percurso escolar, que os alunos têm o primeiro contacto com a ideia de Constituição no segundo ciclo (nas cadeiras de História e Geografia) e que a matéria volta a ser abordada no terceiro ciclo – já consta, por isso, das “metas de aprendizagem” dos alunos, ainda que “não de forma extensiva”. Considerando o projecto do PEV “interessante”, o professor de História refere, contudo, que “as medidas transversais acabam por não dar em nada”. E é precisamente acusando a falta de um pensamento global sobre os currículos escolares que Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, apela à “autonomia” das escolas, para que possam“organizar o seu projecto” e, “além de capacidade e conhecimentos, possa haver uma preparação integrada de cidadãos civilizados e capacitados”. 

Maria Ivone Melo (não verificado) | Qui, 16/05/2013 - 10:43
TANTA IGNORÂNCIA Junta ! Duzentos e trinta deputados e nenhum sabe que todas as constituições portuguesas fazem parte do programa de HGP e História do 3º ciclo. Que bem entregues estamos!

Comentário Página Global:
A súcia de malfeitores anda à solta.

Áudio TSF no programa Sinais – Fernando Alves

O SONHO DE PEDRO PASSOS COELHO




José Vitor Malheiros – Público, opinião

“Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. Se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. 

Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. 

Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo.

Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.

Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.

Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena... os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta.  

Portanto, são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.

O outro terço temos de os pôr com dono. É chato ainda precisarmos de alguns operários e assim, mas esta pouca-vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar -, mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura. Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam.  

A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazerem algumas coisas chatas e, para mais (por enquanto), votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. 

Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.

O outro terço são profissionais e técnicos, que produzem serviços essenciais, médicos e engenheiros, mas estes estão no papo. Já os convencemos de que combater a desigualdade não é sustentável (tenho de mandar uma caixa de charutos ao Lobo Xavier), que para eles poderem viver com conforto não há outra alternativa que não seja liquidar os ciganos e os desempregados e acabar com o RSI e que para pagar a saúde deles não podemos pagar a saúde dos pobres.

Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. A verdade é que a pegada ecológica da sociedade actual não é sustentável. E se não fosse assim não poderíamos garantir o nível de luxo crescente da classe dirigente, onde eu espero estar um dia. Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portar-mo-nos bem, um dia nós também vamos poder pertencer à elite."

UNIÃO BANCÁRIA: UM NOVO TESTE PARA A ZONA EURO




LA VANGUARDIA, BARCELONA – Presseurop – imagem Hassan Bleibel

Mutualizar a partir de agora as dívidas dos bancos da zona euro, tal como o BCE deseja, ou esperar que cada país trate da sua própria situação, como exige Berlim? É necessário que se façam ambos, estima o Eurogrupo. Resta saber como conciliá-los.


A união bancária é, atualmente, um teste sobre o futuro da zona euro. Se avançar, é um sinal positivo; caso contrário, não será uma boa notícia. Mas a questão é que, apesar de a Europa ser certamente a solução, as coisas são mais complicadas porque as posições nacionais e institucionais divergem.

A questão fundamental é como se vai fazer frente à elevada dívida bancária, talvez desconhecida no futuro. A Alemanha coloca uma questão básica: quem se encarrega do balanço de um banco quando ele vai à falência (como o Bankia) e, por sua vez, quem deve garantir os depósitos de uma entidade com problemas.

As duas fases defendidas por Schäuble

São problemas reais, resolvamo-los primeiro à escala nacional, diz. O BCE afirma que a união bancária deve avançar. A polémica é positiva, entendendo que a resolução dos problemas reais não é imaginária. A Europa entrou na hora do realismo puro, não das declarações. E isso é um desafio.

Há uma nova onda de ceticismo europeu, ao mesmo tempo que se levanta a possibilidade de uma separação de zonas, entre o Norte e o Sul, mas os factos não permitem alimentar essa ideia. As reuniões financeiras internas são tão transparentes que na própria Alemanha há debate entre Schäuble e o conselheiro alemão Jörg Asmussen, responsável pelas relações internacionais do BCE.

Para Schäuble, há muito crédito tóxico escondido nos bancos europeus e entregue a empresas e instituições públicas. Uma união bancária precipitada levaria a que o fundo financeiro que deverá garantir o equilíbrio geral ficasse sobrecarregado com dívidas incobráveis. Por isso, defende duas fases, uma primeira de saneamento à escala nacional, com toda a carga de reformas e ajustes que implica e, uma vez realizado este período, abrir caminho à cobertura de riscos futuros da zona euro. Ou seja, a dívida não desaparecerá por artes mágicas ao ser passada para outros, o mesmo é dizer, os contribuintes dos países da zona euro, mas cada um deve assumir a sua dívida. É o princípio da responsabilidade.

Agir em conjunto

O BCE, pela boca de Asmussen, mostrou a sua confiança em poder conjugar a supervisão bancária que lhe será entregue com a deteção dos riscos do sistema que vigia e, assim, iniciar a sua desativação. Sobre as responsabilidades em fazer face aos pedidos dos afetados em caso de liquidação de um banco, a questão continua em aberto, bem como a da gestão de um fundo de apoio para os bancos que dele precisem. Mas tudo pode e deve ser feito ao mesmo tempo. Estar juntos é isso.

Apesar do pó e da confusão que tudo isto levanta, o Eurogrupo reconheceu que as objeções alemãs eram razoáveis, ao mesmo tempo que incentivou a continuação do processo de integração bancária. Provavelmente, percebeu que a nova normalidade não é o resultado da complacência, mas sim de uma reavaliação das exigências que a globalização impõe.

Traduzido por Maria João Vieira

OS SENTIDOS DO IMPÉRIO



Rui Peralta, Luanda

I - O projecto de construção de uma América unida, iniciada por Bolivar, Francisco de Miranda, Francisco Morazán, José Marti e outros, sempre encontrou, por parte de Washington, uma persistente resistência, uma vez que contrariava as apetências imperiais, desde muito cedo manifestas, da parte Norte do continente. Ontem, como hoje, as forças que sempre se opuseram á integração americana e a um real e efectivo processo de independência e assunção da soberania popular na América Latina e Caribe, encontraram (tal como encontram) em Washington os seus mentores, financiadores e protectores.

Desde muito cedo, nos USA, desenvolveram-se tendências, que se tornaram dominantes, contrárias á independência dos territórios que actualmente compreendem a América Latina e o Caribe. John Adams, que foi presidente dos USA entre 1797 a 1801, aconselhava prudência aos seus compatriotas, alertando-os para o perigo da Inglaterra se fortalecer com as independências a Sul do continente, reagindo às informações que chegavam ao Norte, sobre a insurreição de Tupac Amaru em 1780 - 1781.

Thomas Jefferson, manifestou as mesmas preocupações e considerava que o fim do domínio espanhol só beneficiaria a Inglaterra. Foi com os mesmos argumentos que George Washington (presidente no período 1789 – 1797) decidiu apoiar a administração colonial francesa no Haiti, durante a revolução haitiana e que os USA negaram-se durante muitos anos a reconhecerem a independência do Haiti.

II - Só no início do século XIX é que os líderes norte-americanos concluíram que os processos em curso, na época, na parte sul do continente, eram, afinal, os ecos da revolução iniciada no norte e que seriam inevitáveis os resultados das independências a sul do continente. Mas se o Congresso dos USA aplaudia e apoiava o processo de emancipação a Sul do continente, no executivo continuava a preponderar a ideia de que este processo apenas iria beneficiar a Inglaterra e que constituiria a médio prazo uma ameaça á independência dos USA, pelo que seria preferível manter a presença espanhola a sul do continente, até que os USA estivessem em condições de enfrentar a Inglaterra e conduzir esse processo de emancipação.

Em 1819, John Quincy Adams, presidente dos USA e Luís de Onís, ministro espanhol, subscrevem em Washington o tratado que legalizava a possessão da Florida para os USA. Após a ratificação do tratado a política norte-americano alterou-se em relação às independências sul-americanas. Os USA passaram á ofensiva no Texas e em Cuba, que reivindicaram territorialmente e reconhecem as independências das colónias espanholas, embora mantenham uma política de neutralidade, aprovada pelo Congresso dois anos antes do tratado da Florida, durante a administração de James Madison (1809 – 1817).

Mas esta neutralidade dos norte-americanos é apenas aparente, consistindo na realidade um subterfúgio para dissimular os seus reais interesses. Em 1817, o governo republicano da Venezuela proclamou o bloqueio da Guayana e Angostura, em posse dos realistas espanhóis. Os USA fizeram ouvidos de mercador e furaram o bloqueio. Os republicanos venezuelanos aprisionaram dois barcos norte-americanos, que ignoraram o bloqueio e que transportavam viveres e munições para os realistas.

Nos USA, Cobbett iniciou uma campanha no seu semanário, contra a falsa neutralidade parcial dos USA a favor de Espanha e solidarizou-se com os republicanos da Venezuela, exigindo que o governo norte-americano entregasse armas, munições e equipamento aos Venezuelanos e terminasse com o apoio camuflado de neutralidade aos espanhóis. Um facto ocorrido em 1817 contribuiu ainda mais para desmascarar a pretensa neutralidade norte-americana: em Junho desse ano, mais de uma centena de patriotas sul-americanos ocuparam a ilha Amélia, na costa norte da Florida e proclamaram a Republica Livre da Florida, estabelecendo a capital em Fernandina. Os revolucionários içaram a bandeira venezuelana e dominaram toda a ilha.

A posse deste ponto na Florida era de extrema importância para os patriotas venezuelanos, pois permitia-lhes a comunicação com os USA, para além das operações logísticas a partir da costa norte-americana e ao mesmo tempo era um reforço ao bloqueio de Guayana e Angostura, detendo todo o abastecimento norte-americano aos realistas. Foi a partir desta Republica Livre, que durou 66 dias, que as duas embarcações norte-americanas foram detidas. Os norte-americanos (decorria a administração James Monroe, sendo John Quincy Adams o secretario de estado) invadiram a Ilha Amélia e ocuparam Fernandina.

III - Para além desta política de falsa neutralidade dos governos norte-americanos perante os movimentos de emancipação sul-americanos, Washington adoptou uma atitude de recusa em receber os enviados diplomáticos da América Latina. A Junta Suprema de Caracas foi a primeira a enviar as suas comissões aos USA em busca de apoios para a causa da independência e do reconhecimento oficial. A missão foi um fracasso. Os norte-americanos não reconheceram a Junta Suprema de Caracas e não ouve qualquer apoio. Por exemplo, as fábricas norte-americanas alegaram que não podiam fornecer armas porque já havia outros compromissos comerciais com outras nações.

O presidente norte-americano Madison prometeu enviar a Caracas um cônsul, depois de Caracas decretar a liberdade de comércio. Esta proposta foi recebida friamente em Caracas. No fundo a posição norte-americana resumia-se a não reconhecer a Junta Suprema, desde que esta não reconhecesse de forma oficial o governo dos USA e aceitasse as condições comerciais dos USA.

Também o Governo de Cartagena das Índias (Colômbia) pretendeu estabelecer relações diplomáticas com o governo dos USA, mas teve o mesmo destino que a Junta Suprema de Caracas, e das comissões do Chile e de Buenos Aires, embora a este último bastasse reconhecer os USA como a nação mais favorecida no relacionamento comercial. Na administração de Madison, o único enviado diplomático que o secretário Monroe recebeu de imediato e com cortesia foi o do México, mas para propor ao governo mexicano a incorporação desse país nos USA.    

IV - Do lado sul-americano, a atitude era a oposta. Os sul-americanos recebiam respeitosamente os agentes diplomáticos norte-americanos. Buenos Aires recebeu o cônsul-geral norte-americano em 1811, Caracas o agente diplomático em 1812, Cartagena em 1816 e Buenos Aires, Santiago e Lima receberam o agente diplomático em 1817 (Tendo Buenos Aires recebido o cônsul-geral seis anos antes).

O governo norte-americano só reconheceu a Grande Colômbia (actualmente Venezuela, Colômbia, Panamá e Equador) em Março de 1822. Cuba realizaria uma luta pela independência, durante 30 anos e apenas foi reconhecida por Washington depois de ter assinado a Emenda Platt, um apêndice á constituição cubana que converteu a ilha numa neocolónia dos USA. O Haiti, independente desde 1804, apenas seria reconhecido pelos USA em 1862. Esta política de Washington é contraditória se considerarmos que a Republica do Texas, que se tornou independente em 1836, foi reconhecida pelos USA no ano seguinte e o Panamá que optou pela secessão, afastando-se da Grande Colômbia, em 1903, a 3 de Novembro, foi reconhecido 3 dias depois, devido ao canal interoceânico que os norte-americanos estavam interessados em construir. 

Todo este pequeno e resumido historial é, no entanto, suficientemente demonstrativo da política externa norte-americana, que desde a sua fundação sempre se regeu pela necessidade de expandir a sua hegemonia. Os USA apenas reconheciam a independência dos países do sul do continente quando os benefícios económicos se tornavam evidentes. Para trás e no esquecimento ficaram todas as declarações dos pais fundadores dos USA e os seus princípios constitucionais. Até hoje e durante todo o tempo em que o Capital subjugar a democracia norte-americana.

V - Há 250 anos David Hume intrigava-se com o facto de muitos serem governados por poucos, de uma maneira tão fácil e interrogava-se sobre o que conduzia o Homem a essa submissão. Concluiu, há 250 anos, que o governo baseia o seu controlo na opinião.

Hutchenson, um pedante moralista, contemporâneo de Hume, considerava que a questão colocada por Hume era subversiva e que existia um princípio, a que denominou consentimento dos governados, que era o que fazia que as massas “estupidas e preconceituosas” consentissem com o que era feito em seu nome, pelos governantes.  

Este princípio foi aprimorado nos USA, através da sua história. Está evidenciado nas relações com o sul do continente americano, foi evidenciado na Guerra das Filipinas (onde a imprensa norte-americana afirmava que as tropas norte-americanas estavam “massacrando os nativos á moda inglesa, de forma civilizada” e com o “consentimento futuro dos filipinos, que reconheceriam o gesto norte-americano, num futuro próximo”, foi patente na Coreia, no Vietname e mais recentemente no Iraque e no Afeganistão.

A indústria mediática dedica-se ao controlo da opinião pública, ao ponto desta tornar-se um murmúrio zombie, apenas ouvido em privado. Toda esta atitude tornou-se ofensiva generalizada a partir do momento em o moralista (medíocre, como todos os moralistas) Hutchenson tentou tapar a boca a Hume. Porque a partir daí surgem todo o tipo de barbaridades expressas, como a de Hamilton considerar que o povo é uma grande besta que precisa de ser domada.

Há de facto uma besta, mas não é o povo, mesmo se não entendermos muito bem o que é que esta identidade o povo representa e que sectores comporta (o léxico burguês está carregado destas meias verdades e de conceitos inúteis e vazios, como povo, sociedade civil, opinião pública, etc., devido á mediocridade e generalização do mundo burgues), mas existe de facto uma besta – o Capital – indomável e cuja única solução para os problemas que causa é o seu extermínio.

Os USA são sempre um exemplo nestas questões (Tocqueville foi o primeiro a compreender a importância dos USA como exemplo). O comportamento, a atitude, da política externa norte-americana em relação á América Latina é um exemplo da forma como os diversos sectores do Capital, dominaram as relações com as nações do sul do continente, ultrapassando as tímidas recomendações e princípios expressos pelo Congresso e as barreiras criadas pela soberania popular. Mas esses princípios aplicados nas relações exteriores não eram mais do que o espelho da política interna. A diplomacia do negócio não é mais do que a continuidade do negócio doméstico, levado para lá das fronteiras.
            
VI - O padrão de relacionamento com a América do Sul nunca mudou. Durante a administração Kennedy o conceito de missão das Forças Amadas da América Latina foi alterado. Do conceito de “defesa hemisférica” passou a “segurança interna”. Esta decisão não foi uma mera alteração de conceito de defesa ou de política externa dos USA. Foi uma alteração de relacionamento entre centro e periferia. Com essa alteração a administração Kennedy reposicionou a periferia.

A primeira consequência deste reposicionamento foi o golpe que instituiu a ditadura militar brasileira. As Forças Armadas brasileiras eram consideradas pelos norte-americanos como uma “ilha de sanidade” e o golpe foi considerado pelo embaixador dos USA na época, Lincoln Gordon (um economista de Harvard), como uma “rebelião democrática” e “vitória mais decisiva da liberdade na metade do século XX”, acrescentando que o golpe militar iria “criar um clima muito melhor para investimentos privados”. A continuação deste processo é conhecida e trágica quando foi transposta para a Argentina e para o Chile.

A protecção do investimento privado dos USA e o comércio são a base da política externa dos USA. O principal destinatário da ajuda e do treino militar norte-americano na América Latina, actualmente é a Colômbia, cujo regime oligárquico, curiosamente, é o campeão das violações aos direitos humanos no hemisfério. A base deste relacionamento é um mito denominado “guerra ao narcotráfico”, um mito criado em Washington, usando actores colombianos (de péssima qualidade).

Um mito porque o regime colombiano é alicerçado no narcotráfico e sustentado pelas verbas dos narcotraficantes. É um regime aberrante, produto das decadentes oligarquias latifundiárias e da sua aliança com os sectores financeiros, suportada pelos militares corruptos, cujos salários são pagos pelos cartéis da droga. O país é um imenso cemitério, onde as milícias paramilitares dos traficantes impõem a sua lei. O terrorismo de estado é a norma e o genocídio prática corrente. Pois é esta a “democracia” que os USA consideram estável e um exemplo para a América Latina.  

VII - Esta politica externa é a consequência do panorama interno dos USA. E o panorama interno não é mais do que uma sociedade dominada por uma minoria manipuladora que controla a maioria através da alienação. Sociedade profundamente alienada, em que a opinião publica é manipulada por “fazedores de opinião”, cujas elites escolhem os candidatos a presidentes, como se fossem presidentes de conselhos de administração de uma qualquer multinacional e que fazem do eleitorado um imenso rol de consumidores que votam na melhor cosmética realizada aos candidatos e que assumem como seus os representantes do Capital.

A alienação da sociedade norte-americana é traduzida nos conceitos do “american dream” e do “american way of live”, conceitos divulgados de forma persistente pela indústria mediática, a nível interno e na periferia. São milhões os pobres que vindos da América do Sul correm atrás do “american dream”. Muitos perdem a vida em busca desse sonho e milhões vêm a sua ilusão acabar mal. Poucos são os que se apercebem, a tempo, do alcance desta máquina propagandística e muito poucos os que conseguem singrar no mundo hostil do “american nightmare”. 

Uma coisa já ficou determinada pelos últimos movimentos democráticos de contestação social nos USA, os Occupy: A elite é apenas um por cento…Talvez esta quantificação ajude a despertar os sentidos entorpecidos por séculos de intoxicação.

Fontes
Castro,  Manuel Medina, Estados Unidos y América Latina, Siglo XIX, Casa de las Américas, 1968,
Salazar, Luis Suárez Madre América. Un siglo de violencia y dolor (1898-1998) Editorial de Ciencias Sociales, La Habana, 2006
Pividal, Francisco Bolívar: Pensamiento precursor del antiimperialismo Fondo Cultural del ALBA, La Habana, 2006
Guerra, Sergio, Jugar con fuego. Guerra social y utopía en la independencia de América Latina, Fondo Editorial Casa de las Américas, La Habana, 2010
Chomsky, Noam Democracy and Markets in the New World Order, Duke University Press, 1994
Chomsky, Noam Deterring Democracy, Verso, Columbia, 1991
Chomsky, Noam Year 501, South End University Press, 1993.
Chomsky, Noam, World Orders, Old and New; Columbia University Press, 1994
Luttwak, Edward Turbo Capitalism; Ocean Publishing Group Ltd. London, 1998
Appleborne, Peter New York Times, August 1, 1994
Lake, Anthony New York Times, September, 23, 1994.

“BRASIL VIROU GENTE GRANDE E PRECISA SER MAIS OUSADO”




O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma defesa veemente, nesta terça-feira (14), em Porto Alegre, da necessidade de o Brasil ter uma política externa mais ousada. "O Brasil está vivendo um momento especial, venceu o complexo de vira-latas, virou gente grande e tem que ser mais ousado e disputar espaço em todas as partes do mundo. Precisamos oferecer à África e à América Latina uma perspectiva não colonizadora", disse Lula durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS).

Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

Porto Alegre - “O Brasil está vivendo um momento especial, venceu o complexo de vira-latas, virou gente grande e tem que ser mais ousado em sua política externa. O país deveria estar no G7, pois já é a sexta economia do mundo. Não está porque o G7 é uma confraria. O Brasil precisa disputar em todas as partes do mundo. Tem que ir entrando e conquistando espaço. Precisamos oferecer à África e à América Latina uma perspectiva não-colonizadora. Para isso, temos que ajudar a financiar as economias menores. Se não fizermos, os chineses, os americanos e os europeus o farão”. Essa é a síntese da proposta apresentada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (14), em Porto Alegre, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (CDES-RS).

A intervenção de Lula foi uma defesa veemente da necessidade de o Brasil ter uma política externa mais ousada. Após elogiar a iniciativa do governador Tarso Genro de realizar uma série de missões internacionais para, entre outras coisas, abrir novos mercados para empresas gaúchas e atrair investimentos para o Estado, Lula relatou um pouco do que foi a política externa em seu governo e defendeu o fortalecimento da presença do Brasil no mundo. Falando sobre as viagens que fez em seu governo, o ex-presidente lembrou que recebeu muitas críticas quando decidiu começar a visitar a África e quando rejeitou, junto com outros presidentes da região, a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) em favor do fortalecimento do projeto do Mercado Comum Sulamericano (Mercosul) e, mais tarde, da União Sulamericana de Nações (Unasul).

Empresário defende missões internacionais

Lula defendeu que o governo gaúcho deve aprofundar essa política, recordando um episódio de seu governo: “Nós gastamos cerca de 500 mil dólares para fazer uma feira em Dubai. Recebemos muitas críticas de gente que dizia que estávamos jogando dinheiro fora. No outro dia dessa feira, empresas brasileiras venderam 50 milhões de calçados. E os críticos não disseram nada sobre isso”.

O empresário gaúcho Paulo Tigre, integrante do CDES-RS, defendeu a posição de Lula e a política de missões internacionais implementada pelo governo estadual. “Alguns negócios levam anos para sair. Para que isso ocorra, é muito importante abrir esse diálogo entre governos e empresas”, afirmou. Na mesma linha, Tarso Genro defendeu enfaticamente a política de seu governo: “Superamos uma visão paroquial da política marcada pelo complexo de vira-latas. Algumas pessoas ainda acham mais importante ficar perguntando quanto custa cada missão, ignorando por completo os benefícios que trazem para o Estado no médio e longo prazo”.

Aumento de poder e de responsabilidade

“Quando iniciei meu governo, a nossa balança comercial com a Argentina era de apenas 7 bilhões de dólares. No final, era de 39 bilhões”, destacou Lula. Ele defendeu ainda que o Brasil, na condição de maior país e maior economia da região, tem que ser mais generoso e querer que seus vizinhos cresçam também. “Por isso, quando deixei o governo, nosso principal parceiro comercial era a América Latina e não os Estados Unidos ou a União Europeia”. 

Hoje, acrescentou, o desafio colocado para nossos governantes e empresários é maior. “Ganhamos as direções da FAO e da OMC e as nossas responsabilidades aumentaram muito. Na hora em que nos tornamos grandes não podemos nos comportar da mesma maneira”, emendou ao justificar a defesa de mais ousadia na política internacional brasileira.

Lula contextualizou essa necessidade fazendo um diagnóstico da crise financeira e econômica internacional, iniciada em 2008. “Essa crise, que ainda não terminou, é resultado de uma crise política maior. Ela poderia ter sido resolvida entre 2008 e 2009. Só não foi por falta de dirigentes políticos capazes de decidir. Cerca de 9,5 trilhões de dólares já foram gastos para enfrentar a crise sem resolver o problema. Na Europa, agravou-se o problema do desemprego. A economia está dando sinais de recuperação nos Estados Unidos porque Obama está querendo reindustrializar o país. Por outro lado, os Estados Unidos gastaram cerca de 3 trilhões de dólares, só na guerra no Iraque. Imaginem quantos programas como o Bolsa Família ou o Luz para Todos poderiam ser financiados na África com esses recursos”. Diante deste cenário, o ex-presidente pediu maior protagonismo dos governantes e empresários brasileiros em todas as partes do mundo.

A diplomacia do mascate

“Tem que jogar o jogo e, para isso, é preciso disputar, é preciso viajar e se reunir com representantes de outros países. Se não fizermos isso, podem ter certeza que a China, a Índia e outros países o farão”. Lula lembrou também as tentativas dos Estados Unidos de recuperar espaço perdido na região com propostas de tratados de livre comércio bilaterais (como o que está sendo discutido com a Colômbia) e do Pacto do Pacífico, querendo afastar os países dessa região da área de influência do Brasil e dos projetos de integração sulamericanos. “Os Estados Unidos precisam olhar o Brasil como parceiro e não como adversário. Eles querem afastar países como Equador, Colômbia, Peru e Chile da América do Sul. Ao mesmo tempo, querem fazer o Pacto do Atlântico. Essa é outra razão pela qual o Brasil precia ser mais ousado”, reforçou Lula, acrescentando, de modo enfático: 

“O país tem que fazer política externa como se fosse um mascate, precisa mapear cada país e ver onde há complementariedades e onde o Brasil pode colocar seus produtos. Precisamos pegar tudo o que o Brasil produz e mostrar ao mundo. E temos que fazer isso propondo sociedades e parcerias, não querendo sufocar os países menores”.

Lula destacou também, como condição necessária para o sucesso dessa política externa, a necessidade de o Brasil manter sólidas relações com a Argentina. “A Argentina e o Brasil tem que compreender que um país precisa do outro. Se as relações entre Argentina e Brasil estiverem bem, o Mercosul e a Unasul estarão bem. Se não estiverem, esses projetos de integração ficam enfraquecidos”. Além disso, reforçou outro de seus temas prediletos nos últimos anos, que é a defesa do aprofundamento das relações do Brasil com a África. “O Oceano Atlântico não é nenhum empecilho para o Brasil”, ironizou. “Erroneamente, muita gente ainda pensa que a África é um continente de miseráveis. A democracia na África está se consolidando em quase todos os países. A Nigéria é um país que tem 170 milhões de habitantes e tem só 4.500 megawatts de energia. Ou colocamos nosso pé lá ou outros colocarão”, acrescentou o ex-presidente, lembrando da forte e crescente presença da China nesta região.

A metáfora do mascate empregada por Lula falar de sua proposta para a política externa brasileira não a reduz a uma dimensão meramente comercial. Ele acredita que essa é também uma solução política para a crise. “Em 2008, recebi muitas críticas quando falei que a crise seria uma marolinha e pedi à população para que consumisse. E a economia do país resistiu bem à crise, ao contrário do que aconteceu em outros países”. Lula defende que uma das medidas para enfrentar a crise política e econômica internacional é mais comercial, lembrando que os debates na Organização Mundial do Comércio estão congelados há quatro anos. E agora, um brasileiro estará na direção da OMC, o que não é um detalhe menor, lembrou. 

Precisamos revisar os manuais. A política exige mais velocidade, precisamos inovar no comportamento, inovar na atitude”.

Fotos: Claudio Fachel/Palácio Piratini 

BENFICA FAZ “SOFRER” PORTUGUESES E BENFIQUISTAS DOS PAÍSES LUSÓFONOS




Um filme repetido em Campo de Aliu, Bissau

15 de Maio de 2013, 20:35

Bissau, 15 mai (Lusa) - Em Campo de Aliu, bairro de Chão de Papel Varela, no coração de Bissau, a derrota do Benfica de hoje frente ao Chelsea foi recebida quase como uma fatalidade, um filme que já foi visto muitas vezes.

Num "salão de filmes", uma casa com paredes de folhas de palmeira entrelaçadas e telhado de zinco, mais de 200 guineenses pagaram para ver a derrota do Benfica, o clube da grande maioria, não fosse o Benfica o clube que mais adeptos parece ter na Guiné-Bissau.

Laizinho Maradjau é um deles. "Hoje o meu coração?", diz ainda o jogo nem tinha começado, acrescentando: "se fosse uma bruxa hoje fazia tudo, mas não tenho nada de bruxismo".

Por isso, sofre ao longo de todo o jogo, mas é o primeiro a sair. O mais perto de "bruxismo" na sala são dois ou três guineenses que, rádios colados ao ouvido, onde o jogo corre 30 segundos à frente, gritam os golos com antecedência.

Na Guiné-Bissau, o futebol português é acompanhado com paixão e não raras vezes abre a página do desporto nos noticiários do canal público. O futebol é o desporto nacional e montar uma "salão de filmes" que passa filmes e jogos de futebol é um bom negócio.

O salão está equipado com três televisões e dezenas de bancos corridos. Paga-se 200 francos (30 cêntimos) de entrada e em jogos como o de hoje enche, que finais da Liga Europa com o Benfica não são todos os dias.

Porque o gasóleo do gerador fica caro lucra-se também de outra forma: ao centro da sala um combinado velho, a porta do congelador caída e sem préstimo mas a parte de cima, do frigorífico, adaptada para carregar telemóveis no seu interior, uma luz vermelha (por certo não relacionada com cores de clubes) a dar charme.

Na sala só homens, jovens na maioria, também a maioria eufóricos, despindo as camisas à medida que a temperatura na sala fica quase insuportável e agitando-as nas jogadas mais "quentes".

Os comentários são em francês (o canal que exibe o jogo é francês), mas não interessa. Laizinho Maradjau vai contando a sua vida nos tempos mortos, que trabalhou em Portugal e em Espanha, que escreve livros, mas que nunca editou. Fala de cidades por onde andou, do que fez por lá, do que faz por cá. "Hoje, nem sequer vou jantar", diz no final do jogo.

O salão não é confortável e o calor é muito, mas também ninguém está preocupado com o jantar, exceto os mosquitos, que, esses sim, têm um verdadeiro banquete.

E, no final, apesar do golo de Ivanovic já em período de compensação deitar por terra as esperanças de Laizinho Maradjau e de muitos outros, valeu a pena o espetáculo do futebol no "salão de filmes".

Para que não hajam dúvidas, muitas das palmas que se ouvem no fim não são para o Chelsea, nem para o Benfica, nem sequer para o futebol, são meras tentativas de matar mosquitos.

FP // VR

Portugueses em Cabo Verde desiludidos e lamentam "maldição dos 92 minutos"

15 de Maio de 2013, 21:24

Cidade da Praia, 15 mai (Lusa) - A derrota do Benfica (2-1) na final da Liga Europa em futebol, diante do Chelsea, provocou hoje a desilusão entre a comunidade portuguesa em Cabo Verde, que lamentou o azar dos "encarnados" e a nova maldição dos 92 minutos.

A "nova maldição", que se junta à existente desde 1962, quando Bela Guttmann disse que, sem ele, o Benfica jamais seria campeão europeu, foi repetida até à exaustão por vários adeptos benfiquistas que acompanharam o jogo, disputado no Arena Stadium, em Amesterdão, num ecrã gigante montado num dos principais hotéis da capital cabo-verdiana.

A alusão tem a ver com a derrota sofrida sábado pelo Benfica em casa do FC Porto, igualmente por 2-1, em que o segundo golo portista foi alcançado também aos 92 minutos, por Kelvin, permitindo aos "azuis e brancos" ascenderem à liderança do campeonato português, a uma jornada do fim.

"Foi um bom jogo, jogamos bem, mas tivemos azar", disse à agência Lusa João Trabulo, responsável de uma empresa portuguesa de transitários em Cabo Verde, logo após o fim do jogo, e cujo amigo, a seu lado, profetizara a "maldição dos 92 minutos" na altura em que o Chelsea marcou o pontapé de canto que permitiu a Ivanovic marcar o segundo golo dos ingleses.

A frase "pegou" e, pouco depois, já a cerca de duas dezenas de portugueses que também assistiam ao jogo, nem todos benfiquistas, a proferiam como a nova "sina".

Sem festejos, a grande maioria dos adeptos optou por ficar sentada a beber mais uma cerveja, ouvindo-se constantemente no ar as palavras "maldição" e "92 minutos".

JSD // HB

Derrota do Benfica deixa adeptos em Maputo com "ressaca a dobrar"

15 de Maio de 2013, 22:49

Maputo, 16 out (Lusa) - A derrota do Benfica frente ao Chelsea na final da Liga Europa de futebol deixou várias dezenas de adeptos na capital moçambicana em estado de incredulidade, a prepararem-se psicologicamente para uma "ressaca a dobrar".

Ainda a final da Liga Europa estava longe de começa e já grande parte das mesas das esplanadas de Maputo se encontravam "reservadas", registando-se durante o dia de hoje uma verdadeira corrida de benfiquistas aos melhores lugares para se assistir ao jogo, que terminou com vitória dos ingleses (2-1).

Num imaginário eixo "encarnado" que se estendia por mais de 13.000 quilómetros, ligando Amesterdão a Maputo, os adeptos benfiquistas mostravam-se, ao início da partida, confiantes no sucesso do Benfica, na queda da "maldição" de Bela Guttmann, e no restaurar da dignidade do clube lisboeta, depois da recente derrota frente ao FC Porto (2-1).

"Se o Benfica ganhar hoje vai anular a derrota contra o Porto, se não, vai ser brutal", manifestou à agência Lusa Lúcio Rebeca.

Num reconhecido restaurante de Maputo, que à semelhança de vários outros espaços se encontrava praticamente sem cadeiras vagas, uma plateia composta por cerca de três dezenas de pessoas assistiu, entre pratos de petiscos e vários copos de cerveja, com serenidade à primeira metade do encontro.

"Acho que o Benfica está ter problemas de finalização nas jogadas, mas está a dominar o encontro. No entanto, apesar de estar calmo, o Chelsea pode surpreender", augurava António da Silva.

Trajando ostensivamente uma camisola do clube português, mas rodeado por dois amigos sportinguistas, também Lúcio Rebeca via com apreensão a prestação do Benfica.

"Está [o Benfica] a dominar, mas falta concretização. O Chelsea pode entrar forte e vencer", temia.

"Até agora, a melhor oportunidade foi do Chelsea. Os ingleses têm mais oportunidades de ganhar, porque são mais pragmáticos", sentenciava Daniel Costa, companheiro de mesa de Lúcio.

De volta ao relvado do Arena de Amesterdão para uma segunda parte bastante mais agitadora, Benfica e Chelsea digladiaram-se, até ao momento em que o espanhol Fernando Torres marcou o primeiro golo do jogo a favor da equipa londrina, estampando na pequena plateia do restaurante as primeiras impressões do desaire.

"Se o Benfica perder hoje vai ser uma ressaca a dobrar", atirava Lúcio Rebeca.

Alguns minutos depois, é marcado um penálti a favor do Benfica. Cardozo marcou e restaurou a confiança dos adeptos benfiquistas, mas apenas por mais alguns momentos.

Com as duas equipas empatadas, e o tempo de jogo a esgotar-se, ansiava-se pelo apito para prolongamento, e uma nova oportunidade para o Benfica que não chega a concretizar-se, porque, aos 93 minutos, Branislav Ivanovic, de cabeça, marou o fatídico segundo golo do Chelsea.

"Outra vez depois dos 90", ouve-se alguém gritar.

ENYP // PA.

"Não deu para o Benfica", refere imprensa cabo-verdiana

16 de Maio de 2013, 09:08

Cidade da Praia, 16 mai (Lusa) - A imprensa "online" cabo-verdiana dá hoje pouco destaque à derrota do Benfica na final da Liga Europa, com o jornal A Semana a ser o único a noticiá-la, destacando a vitória obtida pelo Chelsea nos últimos minutos.

"Chelsea marca no último minuto, bate Benfica e leva Liga Europa", é o título da notícia do A Semana, em que se escreve que o "duelo de Amesterdão" "não deu" para os "encarnados", que perderam a final por 2-1.

"Ivanovic marcou o golo da taça e fez chorar jogadores e muitos adeptos da equipa encarnada de Lisboa. Resta agora aos portugueses ainda sonharem com o título da Liga, que anda perto do rival FC Porto, e também com a Taça de Portugal", lê-se na notícia do A Semana.

Narrando os acontecimentos ao longo dos 93 minutos do encontro, a edição "online" do semanário cabo-verdiano realça a "deceção" dos benfiquistas com o golo de Ivanovic, quando já todos anteviam o prolongamento.

O golo desfez a igualdade a uma bola, depois do avançado espanhol Fernando Torres ter marcado aos 59 minutos e do paraguaio Cardozo empatar a partida numa grande penalidade, sete minutos depois.

"Para a deceção dos adeptos encarnados, Ivanovic, já nos descontos, quando todos acreditavam que haveria tempo extra, garantiu a festa dos londrinos. O defesa escapou da marcação e cabeceou no canto esquerdo de Artur, para alegria dos muitos adeptos londrinos na Holanda", escreve o A Semana.

A notícia dá também conta da "alegria" de David Luiz e Ramires, dos dois ex-jogadores do Benfica, atualmente no Chelsea, que, após vencer a Liga dos Campeões na época passada, leva para Londres a Liga Europa.

Nas edições "online" dos restantes semanários cabo-verdianos, Expresso das Ilhas, A Nação e Notícias do Norte (regional de São Vicente), não foi publicada qualquer notícia, bem como na agência Inforpress.

JSD // NF.

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