domingo, 24 de fevereiro de 2013

DOCUMENTÁRIO MOSTRA EXPLORAÇÃO DE ESPANHÓIS NA AMAZON ALEMÃ




Roberto Almeida, Berlim – Opera Mundi

Trabalhadores são aliciados com promessas que não são cumpridas e passam a ser vigiados por seguranças ligados a grupos neonazistas

Um documentário da TV estatal alemã Hessischer Rundfunk, afiliada à rede nacional ARD, gerou forte repercussão sobre as péssimas condições de trabalho na Amazon.de, versão local da gigante do varejo online. Com meia hora de duração, “Entrega feita! Os Temporários da Amazon” (que pode ser visto aqui), dos jornalistas Peter Onneken e Diana Löbl, apresenta o recrutamento de pessoas com promessas salariais vazias, alojamento em hotéis abandonados e intimidação por seguranças ligados a grupos neonazistas.

As filmagens ocorreram durante novembro e dezembro do ano passado, período em que a Amazon saiu em busca de temporários para suprir a demanda e cumprir seu cronograma apertado de entregas no Natal europeu. O roteiro, que denuncia abusos trabalhistas, é facilmente reconhecível, semelhante a casos na América Latina. O que chama a atenção é a origem da mão de obra aliciada: são espanhóis expostos pela crise, onde o desemprego bateu na casa dos 26% em janeiro.

Eles contam que estavam animados com a possibilidade de trabalhar em uma gigante multinacional, com salários de cerca de 8 euros por hora (em torno de R$ 20), mas que acabaram indo parar em empresas terceirizadas, ganhando até 12% menos. Em seguida, seus direitos foram cerceados. Entre eles, o da privacidade.

É o caso de Silvina, uma professora de artes desempregada, que embarcou na promessa de uma das subcontratadas pela Amazon alemã. Entrariam no pacote casa e comida, que são na verdade um hotel fechado a quilômetros do local de trabalho, na região de Bad Hersfeld, centro da Alemanha.

A área é vigiada por seguranças vestindo uniformes paramilitares, alguns claramente associados a grupos de extrema-direita que, segundo as vítimas, dizem ter poderes de polícia. Se não forem obedecidos, eles ameaçam expulsar os trabalhadores do hotel sem comida e sem salário, o que chocou a população local. Há semelhanças demais com os campos de trabalho forçado do período nazista. Um deles tenta evitar as filmagens e intimida os produtores. 

O documentário já teve mais de 4 milhões de visualizações e gerou debates sobre o boicote à Amazon na Alemanha. A classe política local também se envolveu. A ministra do Trabalho, Ursula von der Leyen, da CDU (União Democrática-Cristã), mesmo partido da chanceler alemã, Angela Merkel, cobrou uma posição da gigante multinacional sobre as condições de trabalhadores temporários.

O primeiro resultado veio à tona no dia 18 de fevereiro. Em nota, a multinacional afirmou que é responsável pelo bem-estar de seus empregados e que, por isso, terminaria imediatamente o contrato com a empresa que forneceu alojamento, transporte e os serviços de segurança para seus funcionários. Mas a agência federal de emprego alemã encontrou violações de leis trabalhistas. O caso ainda está sob apuração.

Leia mais

ELEIÇÃO É DECISIVA PARA DEFINIR FUTURO DE ITÁLIA





Itália vai às urnas e Europa aposta na possibilidade de formação de um governo estável no país, apesar de todas as dificuldades.

Com dois dias de votação, as eleições na Itália chamam a atenção de toda a Europa. Trata-se de um dos pleitos nacionais observados com maior atenção, tendo em vista que o governo eleito terá como tarefa tirar a Itália da recessão, contribuindo também para solucionar a crise econômica que afeta a zona do euro como um todo.

As urnas permanecem abertas neste domingo (24/02) e segunda-feira (25/02), com resultados a serem divulgados na manhã da terça-feira (26/02). Aproximadamente 47 milhões de italianos estão convocados a votar. No domingo, o número de eleitores se manteve baixo, sobretudo no norte do país, devido ao mau tempo, com neve e chuvas.

Complexidade do "porcellum"

A lei eleitoral na Itália tem um nome sui generis: "Porcellum", que significa algo como "porcaria". O nome não foi cunhado por eleitores decepcionados, mas sim por cientistas e políticos, quando a lei foi criada, quase dez anos atrás. A "porcaria" referida é a sua complexidade: quase ninguém é capaz de compreender de imediato o sistema de divisão de cadeiras nas duas câmaras do Parlamento.

Na Câmara dos Deputados, o partido mais forte recebe automaticamente uma maioria absoluta de cadeiras, mesmo que tenha apenas 30% dos votos. No Senado, os assentos são divididos por listas regionais. "Há uma maioria muito confortável graças a esse Porcellumna primeira Câmara, o que não vale de forma alguma para a segunda, ou seja, para o Senado. E isso pode exercer uma influência muito grande sobre a capacidade de governar do vencedor", explica Lutz Klinkhammer, especialista em assuntos italianos do Instituto Histórico Alemão em Roma.

Caso no Senado a maioria política seja diferente da da Câmara, o futuro chefe de governo terá que enfrentar uma coalizão com diversos pequenos partidos. Como no Parlamento haverá representação de até 20 facções, o resultado pode ser uma aliança bem pouco estável. Seja como for, uma estabilidade como a ansiada pela União Europeia e pelos mercados financeiros para a altamente endividada Itália, é muito pouco provável.

Beppe Grillo: novos ventos

Tais artimanhas táticas pouco interessam aos 47 milhões de eleitores italianos. A maioria deles está cansada dos antigos políticos. Uma exceção neste cenário é o comediante e ator Beppe Grillo, que obteve muito sucesso com seu movimento de protesto Cinco Estrelas.

Com suas tiradas bem humoradas de ataque ao sistema, ele atraiu milhares de pessoas aos comícios nas cidades italianas, nos quais canta um rap com o texto: "Somos cidadãos e basta". O comediante de 61 anos é admirado principalmente pelos eleitores urbanos mais jovens, muitos dos quais desempregados, apesar do diploma universitário na mão.

Berlusconi: campanha eleitoral eterna

O ex-premiê Silvio Berlusconi, por sua vez, já demonstrou sua habilidade de comunicador na campanha eleitoral. Dezesseis meses atrás, aos 76 anos, ele foi obrigado a deixar o governo do país e entregá-lo a Mario Monti, uma vez que não estava conseguindo manter a crise econômica e de endividamento sob controle.

Agora, Berlusconi usa peças publicitárias sóbrias para se apresentar como estadista, que defende a restituição dos impostos recém-criados ao bolso do contribuinte. Dependendo dos resultados do pleito, Berlusconi poderá se unir à Liga Norte, de extrema direita, e, com maioria no Senado, trazer dores de cabeça ao próximo governo.

Como Beppe Grillo obteve muito sucesso com seu "movimento", Berlusconi declarou que seu partido assume a partir de agora também o status de movimento – no caso, um bastião contra a arbitrariedade do sistema judicial italiano. Um bastião do qual o próprio Berlusconi pode precisar, pois se sente "perseguido pela Justiça" do país, que move três processos contra ele. Depois das eleições, deverá ser declarado o veredicto de um deles, onde é acusado de ter tido relações sexuais com uma menor.

Os delitos de Berlusconi causam repúdio sumário no exterior, mas não necessariamente dentro da Itália, analisa o especialista Klinkhammer. "Ele incorpora o sonho italiano do self-made mane do sedutor. Ele ainda pode fazer pontos. Um ano de governo Monti já bastou para fazer com que a população esquecesse o que foram os anteriores dez anos de governo Berlusconi", acrescenta Klinkhammer.

"Culpa de La Merkel"

E uma coisa Berlusconi e Grillo têm em comum, apesar de se rejeitarem mutuamente: eles delegam a Bruxelas e à Alemanha, especialmente à chanceler federal Angela Merkel, a culpa pela crise de endividamento e pela recessão na Itália. Segundo Berlusconi, foi a chefe de governo alemã que deu ordens a Mario Monti para apertar o cinto.

"A Alemanha exerce um papel importante nessa campanha eleitoral. No caso, como bode expiatório. Quando se ouve o que Berlusconi tem a dizer, a conclusão é a de que tudo o que é ruim vem do norte. Tam´bem com Beppe Grillo se pode ler isso, nas entrelinhas", diz Lutz Klinkhammer.

Fato é que todos os políticos italianos rejeitam conselhos de Bruxelas ou de Berlim. Supostas declarações da premiê alemã a respeito de uma predileção de Berlim por Monti no cargo de chefe de governo na Itália renderam manchetes no país durante dias a fio. "Isso é compreendido como uma interferência na política interna italiana. Não tem muita influência sobre a campanha eleitoral, mas não beneficia, a meu ver, nem Mario Monti, nem a posição alemã".

Autor: Bernd Riegert (sv) - Revisão: Augusto Valente

UM GOVERNO PARA PORTUGAL

 


Carvalho da Silva – Jornal de Notícias, opinião
 
Não se justificam hesitações e adiamentos. Precisamos rapidamente de derrotar as políticas em curso e o atual Governo, de uma consulta responsabilizadora dos portugueses em eleições e da formação de um governo democrático que assuma a governação de Portugal ao serviço dos interesses do país e do seu povo. Às forças e personalidades de Esquerda, mas também a todos os democratas e cidadãos progressistas, coloca-se a obrigação de cumprir este objetivo.
 
Se os indivíduos que nos "governam" - Passos Coelho, Gaspar, Portas, Barroso, Olli Rehn, Lagarde, Merkel, e todo o seu séquito de comparsas e lacaios - fossem avaliados pelos critérios do "mérito" e da "obtenção de resultados", há muito deviam ter sido despedidos por participação em roubos organizados e exploração gritante dos povos.
 
No que a Portugal diz respeito, por que esperamos?
 
Um quarto dos portugueses está no desemprego ou com atividade que não dá para sobreviver, a dívida pública já vai em 122,5% do PIB, a recessão e o desemprego vão agravar-se, as empresas e as atividades privadas e públicas continuarão a ser destruídas e, se nada for feito, em 2015 estaremos a contabilizar a saída, em 6 anos, de 400 000 jovens do país. É a sobrevivência de Portugal e a viabilidade do seu desenvolvimento futuro que estão em causa.
 
As promessas e compromissos que o Governo apresenta aos portugueses não têm qualquer credibilidade: o Governo PSD/CDS representa os credores e os agiotas que nos exploram. Entre aquilo que o Governo dizia e o que o Governo diz agora há uma grande diferença. Dizia não querer "nem mais tempo, nem mais dinheiro". Diz agora que quer adiar mais um ano a meta do défice orçamental prevista para 2013 e ainda pedir à troika uma "recalendarização da dívida oficial", ou seja, quer mais tempo.
 
Isto não é uma mudança, nem uma viragem na sua política, nem sequer uma pirueta; é simplesmente o reconhecimento da impossibilidade de cumprir a meta do défice de 2013 e de reembolsar os credores nos termos contratados.
 
A "recalendarização da dívida oficial" de que fala Gaspar é, de certo modo, uma reestruturação da dívida. Feitas umas encenações combinadas entre os mandantes da troika, Gaspar, Passos e C.ª, dir-nos-ão que esse prémio é dado por termos sido bem comportados e porque geramos "confiança externa". A verdade é outra: o bom comportamento lançou o país numa recessão tão profunda que os credores são os primeiros a reconhecer que têm de aliviar a pressão, sob pena do bem comportado morrer da cura, sem pagar as dívidas. Estamos já numa situação em que os próprios credores concluem ser perigoso espremer mais o devedor.
 
A reestruturação da dívida de que precisamos é outra: uma reestruturação que permita reduzir juros, montantes e prazos, e libertar recursos para o investimento e para a criação de emprego.
 
Quando todos os sinais de alarme estão a soar estridentes, há que resolver dois problemas: remover os credores da posição que ocupam no governo do país e encontrar uma alternativa de governação que nos represente numa negociação efetiva, séria e acutilante com os credores.
 
Os portugueses têm de ser chamados a discutir com as forças sociais, económicas e políticas problemas muito delicados como a questão do euro ou as formas de assumir compromissos para a produção de bens e serviços úteis e adequados a um processo de recuperação económica e social. Existem propostas concretas formuladas por partidos, por forças políticas, movimentos sociais, ou mesmo por universitários empenhados, como viu quem esteve no sábado passado na Conferência da rede "Economia com futuro", na Gulbenkian.
 
A mobilização dos trabalhadores e do povo para uma intervenção contínua de denúncia, de protesto e de afirmação de novos rumos que os sindicatos e outras organizações estão a fazer precisa de todo o apoio, também para que o regime democrático não seja afetado.
 
Grandes manifestações populares a 2 de março podem ter um efeito muito positivo.
 
Não haja dúvidas, a consequência da não resposta no plano da construção da alternativa política é o alargamento do vazio, o divórcio entre os cidadãos e as instituições políticas, terreno fértil para o populismo e o apelo a soluções autoritárias.
 

Portugal: GANGUIÕES ALCOÓLICOS DO GOVERNO




José Alberto Quaresma – Expresso, opinião

Os jovens com 16 anos podem continuar a comprar cerveja e vinho. Não podem emborcar bebidas espirituosas ou equiparadas, as chamadas bebidas brancas que espevitam as noites brancas.

O governo anunciara a proibição da venda de todas as bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Já no princípio deste mês, o secretário de estado da Saúde, o garantia sem distinguir diferenças entre líquidos.

Só que algum pirolito espirituoso de António Pires de Lima, em convívio promovido pela Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APPC) de que é presidente, pôs o governo aos lóres, recuando na intenção.

A APPC foi a única entidade que apreciou a bebida, perdão, a medida. Considerou-a "adequada". O secretário-geral da APPC, Francisco Gírio - e acreditem que o homem com umas bejecas a bordo ficava mesmo Gírio - achou que o consumo entre os jovens de tenra idade deve "iniciar-se com bebidas de menor grau alcoólico". Se iniciar-se com bebidas não alcoólicas pode constituir um verdadeiro problema de saúde pública. Digo eu.

Pires de Lima, também presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, considerara a proposta "completamente disparatada", opondo-se frontalmente ao "proibicionismo" fundamentalista do PSD. Nas intermináveis reuniões do CDS-PP os conselheiros são hidratados a águas Vitalis ou Pedras Salgadas. A cerveja Superbock nunca é ingerida nestes importantes conclaves. Pode provocar incomodativa eructação e fazer tremer a coligação.

Ninguém duvida de que houve muita pressão do CDS-PP para que a lei fosse publicada de acordo com a sua sede. Uma compreensível e legítima pressão. Então a Superbock não é uma bebida de pressão?

Quem não apreciou a medida, perdão, a bebida, foi o professor Fernando Ramalho, da Faculdade de Medicina de Lisboa, e especialista em doenças do fígado. Considerou este diploma o "mais ridículo" que já viu.

Lamentou que os interesses das "empresas que vendem álcool se sobreponham ao interesse da saúde dos portugueses". E não tem dúvidas de que o álcool é todo igual, "seja vinho, cerveja ou outra coisa".

Não concordo. Sem ter consultado Gaspar, o grande especialista em números deste governo e que não falha uma só previsão, tenho a certeza de que dez ou quinze imperiais têm muito menos álcool do que um só "shot".

E é por temer algum "shot" transviado, destilado em Grândola vila morena, que o ministro janta como quem lancha no hotel, para chegar mais cedo a uma conferência e abandonar o estabelecimento pela garagem. Inadvertidamente.

Nas garagens há níveis elevados de gases, nomeadamente monóxido de carbono. Pires de Lima, mais saudável, cuida-se com elevados níveis de dióxido de carbono, com caricas da nova geração dos milhões de taras perdidas que vende. Mas não se pense que o gestor conserva alguma tara perdida. Sabe mais que a Justiça. E muito mais que a Saúde.

O professor Ramalho não tem razões para se inquietar. O governo com esta inflexão etílica anda a tratar bem da saúde dos portugueses. E a estimular o desenvolvimento científico.

Muitas cirroses entre a população mais jovem podem contribuir para aprofundar a investigação da doença hepática, permitindo aperfeiçoar a técnica dos transplantes.

E um jovem servindo como cobaia num projecto médico sempre é mais interessante do que ser convidado a andar pela estranja ao Deus-dará. Aqui pelo menos sempre pode ficar em casa ou num hospital universitário, anestesiado e a apanhar cócegas de um bisturi.

Quarenta por cento de jovens desempregados. É gente que tem disponibilidade para abusar da bebida. Mas ainda bem que lhe falta o subsídio ou o pilim para o vício. O governo sabe muito. A lúpulo e a malte. E a malte que se amanhe...

Miguel Macedo ouve "Grândola" à distância no quartel dos bombeiros de Espinho




AYC – PL – Lusa, com foto Nuno Andrade Ferreira

Populares de Espinho entoaram hoje alguns trechos da música “Grândola, Vila Morena” ao ministro da Administração Interna, mas a 50 metros de distância do governante por a estrada estar cortada à circulação.

Miguel Macedo encontrava-se no quartel dos bombeiros voluntários espinhenses para assinar o protocolo, que vai criar o agrupamento entre aquela corporação e os bombeiros voluntários de Espinho.

A circulação na rua 16 foi cortada à circulação pedonal, assim como na rua 15 e na 19, pelo que os populares apenas se podiam fazer ouvir nas pausas que a banda dos bombeiros fazia.

Um cidadão destacou-se entre os populares que se deslocaram ao local, ao começar a entoar a canção composta por Zeca Afonso. O homem foi depois acompanhado pelos restantes na música, que tem sido ouvida nas deslocações de vários ministros por todo o país.

Outras palavras fizeram-se ouvir entre os manifestantes como “gatuno” e “ele nem cá vem abaixo com medo de nós”.

Angola: POLÍCIA ESPANCA DEPUTADO DA UNITA





Luanda - O líder da UNITA Isaías Samakuva foi na manhã de sábado, 23, impedido de efectuar uma simples visita as populações do bairro Mayombe que viram as suas casas partidas pela administração de Cacuaco no início deste mês.

O incidente deu-se por volta das 12 horas quando uma barreira da polícia antimotim, militares da UGP e polícia da ordem pública, apoiados por helicópteros travou a caravana da UNITA que se dirigia ao bairro Mayombe.

Diante da insistência de Isaías Samakuva em se manter no terreno, o que provocou uma agitação por parte da população indefesa que gritava pelo nome do líder do maior partido da oposição, tendo a Polícia Nacional solicitado reforço aéreo e de polícia da ordem pública que fizeram vários disparos ao ar o que agitou ainda mais a população.

A polícia agrediu fisicamente dirigentes da UNITA, inclusive um deputado à Assembleia Nacional e secretário para os Assuntos Eleitorais, José Pedro Katchiungo, Adriano Sapinala, secretário de Segurança e para Ordem Pública.

Pedro Katchiungo, que, entretanto, não ficou ferido, foi salvo das mãos da polícia pela população, tal como ilustra um vídeo que está a circular pelas redes sociais.

A situação só ficou mais calma com a chegada do segundo comandante provincial de Luanda, Dias do Nascimento, que justificou a intervenção da polícia ao líder do Galo Negro, que terá sido para a sua protecção, porque a população podia ataca-lo, o que Samakuva respondeu: “a mim a população não fará mal de certeza”.

Antes de se retirar do local, Isaías Samakuva falou para a população prometendo que o partido que lidera não irá cruzar os braços perante tanto sofrimento.

Relacionados em Página Global:

Angola: NÃO MORRE A CONTROVÉRSIA DA KILAMBA




Denuncias de corrupção continuam a ser ouvidas

Arão Ndipa – Voz da América – na foto Kilamba Kiaxi, Luanda

A Sonangol Imobiliária e Propriedades (Sonip) suspendeu temporàriamente, Sexta-feira, a venda de habitações, iniciada a 1 de Fevereiro em curso, nas centralidades do Kilamba, Cacuaco, Capari, Km 44 e Zango, este último denominado Condomínio Vida Pacífica.

A medida, segundo uma nota de imprensa da Sonip decorre da necessidade de se proceder ao balanço das actividades desenvolvidas até ao momento.

Durante 22 dias, as vendas foram processadas em regime de renda resolúvel, com capital inicial e sem capital inicial, num horizonte de 15 a 20 anos.

As habitações estiveram à disposição do público também em regime de "arrendamento e de vendas a pronto pagamento".

A suspensão das vendas dá-se depois de alegações de corrupção e outros problemas relacionados com a aquisiçao das habitações.

O jurista António Kaparakta disse que as imagens que estão a ser divulgadas sobre o processo para se adquirir casas nesses projectos “não são abonatórias para o estado”.

Kaparataka considerou que o facto de milhares de trabalhadores terem que ficar em filas vários dias “para adquirir uma ficha” que lhes pode dar acesso á compra de um apartamento “ é algo de anormal”.

Alguns juristas consideram ilegal o modelo que está a ser utilizado.

Para além das enormes filas de candidatos a habitação cidadãos têm denunciado a corrupção. Pessoas com influências estão a cobrar cerca de 2.000 dólares para se beneficiar das senhas de acesso, dizem alguns dos candidatos.

A empresa Delta Imobiliário encarregue do sistema desmentiu tal ocorrência.

O director da empresa reconheceu as dificuldades no processo de atendimento mas disse que a sua empresa não pode fazer mais e recordou que a empresa está a atender “mais de 400 pessoas por dia”.

​​Um dos problemas com os apartamentos é que inicialmente foram fixos preços que depois foram reduzidos já que poucos compradores houve.

Para António Kaparakata aqueles que pagaram inicialmente mais do que os preços actuais devem agora “exigir o reembolso daquilo que pagaram a mais”.

Ouça o debate clicando aqui:

PORTUGAL E JONAS SAVIMBI




José Ribeiro – Jornal de Angola, opinião - 24 de Fevereiro, 2013

O pesadelo da guerra terminou com a morte de Jonas Savimbi, o traidor da Pátria angolana até ao fim dos seus dias. Mas ontem como hoje ainda há entre nós uma minoria pouco esclarecida que tem saudades do colonialismo que serviu convictamente. Como serviu o “apartheid” e está pronta a servir tudo desde que esteja contra Angola e o seu povo. O mesmo se passa com a desvairada imprensa portuguesa e as elites corruptas políticas e económicas daquele país em profunda crise moral, acossado pelos credores e ao mesmo tempo a exibir tiques imperiais ridículos.

Uma parte significativa das elites políticas corruptas e intelectuais portuguesas fez tudo para que Angola não fosse um país independente. Se o plano aprovado na ilha do Sal por Spínola, Nixon e Mobutu tivesse resultado, hoje as elites portuguesas e a sua imprensa tratavam os angolanos como trataram durante décadas a UNITA. Já a ONU tinha aprovado pesadas sanções contra a organização de Jonas Savimbi e os seus dirigentes e Portugal era ainda um paraíso para os sancionados. A imprensa portuguesa apresentava Savimbi como um herói. Mário Soares, então presidente da República, tratava-o como um amigo e o seu filho João como compadre. Altos dirigentes políticos seguiram o exemplo e curvaram-se reverenciais diante dos servidores do colonialismo e organizados nas forças repressivas do regime de “apartheid” da África do Sul.

Nunca a imprensa portuguesa referiu que Savimbi foi um dos carcereiros de Nelson Mandela, ao colaborar com o regime racista da África do Sul. Ou que pôs as suas armas ao serviço da sangrenta guerra colonial. Os dirigentes da UNITA andaram décadas por Lisboa a traficar armas e diamantes e a tratar das suas negociatas criminosas. Mas nunca a Procuradoria-Geral da República Portuguesa ou os serviços de combate ao banditismo investigaram os traficantes e criminosos que circulavam livremente em Portugal. Muito menos os raptores e assassinos de cidadãos portugueses que viviam em Angola. Antes pelo contrário, muitos foram premiados com a atribuição da nacionalidade portuguesa e integrados em instituições e sociedades secretas para ficarem melhor protegidos.

Qualquer jornalista português sabe disso, mas todos se calaram. O império mediático português foi sempre um fiel servidor de Jonas Savimbi. Os jornais e canais de televisão do senhor Pinto Balsemão trataram a rede criminosa como se os seus membros fossem os seus heróis. Savimbi escolhia a dedo os jornalistas portugueses necessários às acções de propaganda para a guerra em Angola. Os nomes dos jornalistas a quem Savimbi pagava os seus serviços são conhecidos e continuam activos nas redacções. Mas mantêm um silêncio cúmplice até hoje. Alguns estão agora em lugares-chave das grandes empresas e passaram a ter como nova tarefa prejudicar ao máximo as relações luso-angolanas. Já o escrevi aqui e volto a repetir: a imprensa portuguesa foi responsável pelo prolongamento da guerra em Angola e as elites corruptas portuguesas apenas se servem dos angolanos. Por trás estimulam ataques violentos contra quem lhes dá a mão e oferece amizade desinteressada. Continuamos a lidar com uma chocante falta de carácter.

Um antigo ministro da Defesa português, Castro Caldas, voltou a pôr a mão na ferida. Confirmou o que todos sabíamos: Jonas Savimbi e a UNITA foram agentes das autoridades coloniais portuguesas, que armaram, municiaram e financiaram as suas operações para impedir a libertação de Angola. Pensava eu que face a mais esta confirmação oficial da traição, a actual direcção da UNITA fosse rever a sua posição de continuar a apresentar o fundador do partido como um patriota. Mas nada aconteceu. O defunto chefe da UNITA continua a ser glorificado pela desacreditada imprensa portuguesa e pela liderança do maior partido da oposição.

Oa recursos que foram roubados pela UNITA em Angola para pagar os serviços prestados pelos jornalistas portugueses ordena os silêncios e as cumplicidades em Portugal. Mas essa cobardia merece uma profunda indignação em Angola.

Por continuar ainda hoje, décadas depois da independência, a perseguição aos interesses de Angola em Portugal, soa mal e gera muita desconfiança quando vem a Luanda um ministro do governo de Lisboa afiançar que a amizade entre Portugal e Angola continua de pé e os investimentos angolanos são “bem vindos” em Portugal. Já começamos a acreditar que isso não é sincero. Mesmo quando o portador da mensagem é Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, que é líder de um partido que nunca escondeu a sua simpatia por Jonas Savimbi e que foi director de um jornal, “O Independente”, que tanta desinformação verteu para a opinião pública sobre a nossa realidade.

Hoje Paulo Portas é um grande amigo de Angola e está a ser lançado para liderar a direita portuguesa em caso de as coisas correrem mal à actual coligação, o que mostra que é possível, afinal de contas, um entendimento com Portugal, se calhar igual ao Entendimento do Luena, para que se ponha fim, de uma vez por todas, às guerras e guerrinhas portuguesas contra Angola.

Dispositivo policial impede visita do Presidente Samakuva aos desalojados de Cacuaco




UNITA ANGOLA

Passavam poucos minutos das 10H00 (ontem), quando a caravana do líder da UNITA escalou uma área vasta, sem casas, com apenas um imponente em pé, com chaminés ao ar – tratava-se da cerâmica Maiombe – a tal que está na origem da desgraça dos angolanos daquela zona. A visita do Presidente Samakuva começou pela área onde foram demolidas residências do povo. Já nessa altura começaram as movimentações de forças policiais, com intenção clara de inviabilizar a actividade do líder da UNITA

Logo pela manhã membros da UNITA dos mais diversos escalões dirigiam-se ao Cacuaco, para acompanhar a jornada de campo do Presidente Isaías Samakuva, que agendara para este Sábado, 23 de Fevereiro de 2013, visita aos desalojados dos bairros de Maiombe e Baixa de Cassanje.

Passavam poucos minutos das 10H00, quando a caravana do líder da UNITA escalou uma área vasta, sem casas, com apenas um imponente em pé, com chaminés ao ar – tratava-se da cerâmica Maiombe – a tal que está na origem da desgraça dos angolanos daquela zona. 

A visita do Presidente Samakuva começou pela área onde foram demolidas residências do povo. Já nessa altura começaram as movimentações de forças policiais, com intenção clara de inviabilizar a actividade do líder da UNITA.

Depois de constatar os prejuízos causados ao povo, o Presidente da UNITA dirigiu-se a outra área baldia onde se viam apenas chapas a brilharem, era para lá que as populações foram transferidas.

Foi nesse percurso que Isaías Samakuva que deslocou-se do seu gabinete para uma jornada de solidariedade com as populações desalojadas na zona de Maiombe e Baixa de Cassanje ao Município de Cacuaco, viu-se impedido de estabelecer qualquer contacto com homens, mulheres e crianças em situação de risco.

Acompanhado de Deputados e demais membros do Partido, o Presidente da UNITA foi travado por um aparato policial impressionante, orientado superiormente por António Ribeiro, Comandante de Divisão de Cacuaco, que alegava estar agir sob ordens superiores.

Durante pouco mais três horas, o Presidente da UNITA permaneceu diante da barreira policial e debaixo de um sol abrasador, ao mesmo tempo que assistia às investidas de helicópteros que realizaram manobras que perigavam a segurança das pessoas.

O Presidente Samakuva testemunhou com os seus próprios olhos a forma brutal e cruel como os efectivos policiais desferiram golpes e violentaram cidadãos indefesos e afugentaram as populações com vagas de voos arrasantes de helicópteros.

O Presidente da UNITA que é também membro do Conselho da República, nessa sua deslocação a Maiombe fazia-se acompanhar de cisternas de água para distribuir às populações que careciam do líquido precioso para as necessidades correntes do dia-a-dia. 

Os efectivos da polícia, em nome de interesses inconfessos impediram que o Presidente da UNITA, a segunda maior força politica em Angola, com 32 assentos na Assembleia Nacional falasse para os seus eleitores e ouvisse as suas preocupações.

Ficamos por saber desde quando é crime e desobediência às autoridades, os partidos políticos realizarem actividades políticas.

O que o Presidente Samakuva quis realizar no Maiombe seria uma jornada de solidariedade própria de políticos sensíveis ao sofrimento dos seus cocidadãos.

O que se assistiu este sábado no território de Cacuaco, mais precisamente no bairro Maiombe foi uma demonstração desproporcional de forças e meios contra as populações pacíficas e mais uma vez suscitou dúvidas se José Eduardo dos Santos é mesmo Presidente dos angolanos e se merece estar no Palácio da cidade alta. Está desqualificado.

Não pode ser Presidente da República quem movimenta forças policiais e helicópteros para intimidar o povo, mulheres e crianças e impedir que as populações exprimam as suas preocupações aos políticos que as visitam.

Os jornalistas da TV Zimbo que estiveram no terreno e presenciaram tudo, não tiraram nem sequer uma fotografia, por intimidação da polícia. O repórter da RTP-Africa confrontou diversas barreiras policiais.

Relacionado em Página Global

O DITADOR E O “DEMOCRATA” SAUDOSISTA DO COLONIALISMO




Imagem Escolhida para hoje. Dois figurões de bradar aos céus, dois sacanas – no dizer popular. Um deles rapina com todo o à-vontade em Angola acompanhado da sua vasta camarilha, o outro esforça-se por conseguir rapinar e minimizar saudades dos roubos dos tempos coloniais. Entretanto são os povos angolano e português que têm de suportar a carga das políticas absurdas e muitas vezes esclavagistas a que são sujeitos. Basta de hipocrisias e de roubos!

O mais recente dos jornais*

“Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sublinhou a importância de cooperação com um país onde vivem mais de 100 mil portugueses e para o qual se registam exportações de mais de 2,6 mil milhões de euros.” – dos jornais

“Angola desconfia da boa-fé de Portugal no relacionamento bilateral, revela o diário estatal” – dos jornais

*A tratar no PG seguidamente

Portugal: O ERRO DE GASPAR… O ERRO DE CAVACO E O TC




Henrique Monteiro – Expresso, opinião

O ministro das Finanças, sempre naquele tom pausado, veio dizer, sem mudar a cara do costume, que boa parte do Orçamento para este ano já não vale. Uns erros de previsão, como aquele erro 'ligeiro' de 100% na previsão do crescimento (ou, neste caso, decréscimo) da economia e umas condições nada favoráveis na Europa assim o determinam.

Ora, como aqui escreveu Ricardo Costa , o problema não é só sentirmo-nos enganados. O problema é que ninguém pode viver desta maneira, com esta falta de previsão.

Mas existe, previamente a este erro já muito referido, um outro e também grave erro que tem sido esquecido. Na devida altura, muita gente alertou para a provável inconstitucionalidade do Orçamento e eu escrevi (por exemplo, aqui e aqui , em novembro e dezembro passados) que Cavaco Silva deveria ter pedido a fiscalização preventiva da lei orçamental (o que teria obrigado o TC a tomar uma posição até ao dia 13 de janeiro deste ano).

O Presidente não o fez. E assim, em finais de fevereiro, ainda não sabemos se este OE tem ou não de ser profundamente alterado. Ou melhor, depois de se conhecer o parecer de Gomes Canotilho sobre a contribuição especial de solidariedade (CES) imposta às pensões de reforma, ficamos com a quase certeza que pontos essenciais da lei orçamental vão, quase por certo, cair às mãos do Tribunal.

Não faço a mínima ideia de como prevê o Governo sair deste buraco. Mas, pela imaginação demonstrada no passado, ocorre-me que devem andar a pensar em novos impostos, taxas, contribuições e outras enormidades que já ninguém aguenta. E também gostaria de perceber o que nos dirá o Presidente da República da situação que se vai criar. Porque não podemos ter um país que sistematicamente tem um Orçamento inconstitucional.

Portugal: Personalidades lançam manifesto contra política “anti-democrática”




Fabíola Maciel - Público

Conferência organizada pela comissão promotora do apelo “Em defesa de um Portugal soberano” ficou marcada por muitas críticas ao Governo.

A conferência nacional “Em defesa de um Portugal soberano e desenvolvido” foi o palco escolhido para lançar um manifesto ao povo português contra as “políticas anti-democráticas e anti-patrióticas”, que alegam estar a “destruir o débil estado social”.

O evento teve como objectivo discutir o apelo ao povo português, lançado em Dezembro de 2011 e subscrito por mais de mil personalidades – entre as quais, Siza Vieira, Souto Moura e Mário de Carvalho -, que invoca a que “os democratas e patriotas manifestem a sua opinião e para que se inscrevam, como imperativo patriótico da sua intervenção cívica e política, a denúncia e rejeição do programa que está a ser imposto ao país”.

Na conferência, realizada no auditório da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, António Avelãs Nunes, professor catedrático jubilado, centrou a sua intervenção em críticas à União Europeia e ao Governo português. “Estado português está em prisão domiciliária, sujeita visitas periódicas”.

Perante um auditório quase cheio, Avelãs Nunes sustentou que “o Governo não tem legitimidade”, uma vez que ”, acrescentando que “a democracia está em perigo”. O professor jubilado do Instituto Superior Técnico criticou também a “situação algo esquizofrénica” criada pela União Europeia, referindo-se à atitude de “deixar os estados-membros sozinhos ou mal-acompanhados quando enfrentam dificuldades”.

João Vilela, mestre em História, direccionou o discurso para a resistência popular a políticas dos sucessivos governos. “Se existe um principio que deve estar na base da luta contra políticas é da soberania nacional”, argumentou Vilela, acrescentando que “ a intervenção da troika diz “claramente que se entrega alguma soberania”.

O advogado especialista em Direito do Trabalho Fausto Leite, utilizou um tom irónico para “descer ao terreno”, ou seja, dar a visão de quem conhece de perto a realidade.. Fausto Leite recorreu às estatísticas para alertar que “as condições de trabalho se têm degradado” e que a “actividade laboral se tornou mais insegura e perigosa do que nunca”.

Ao padre e poeta Tolentino Mendonça coube fazer uma prospecção sobre a situação da Cultura, tendo lançado um alerta: “Há um recuo histórico”. O também professor defendeu que “este é o momento de reafirmar o lugar da Cultura” e de mostrar que “uma sociedade tem necessidade de artistas da mesma forma que precisa de cientistas e professores.”

A intervenção mais aplaudida da conferência foi realizada por Joana Manuel. A actriz contou a história dos seus pais para mostrar a evolução do conceito de “jovem”.  “Hoje percebo que aquilo que tornava o meu pai num adulto é aquilo que hoje me impede de o ser”, disse, referindo-se ao facto de, há algumas décadas, muitas serem as pessoas a trabalhar desde cedo. “Hoje tenho 36 anos e chamam-me jovem”, afirmou Joana Manuel, acrescentando: “Continuo a comer todos os dias, ter um tecto e continuo a passar recibos 15 anos depois. Isso faz de mim uma privilegiada, mas não uma adulta.”

Sobre o papel da Constituição, Guilherme da Fonseca, juiz jubilado do Tribunal Constitucional, vincou que “a lei não deve ser um obstáculo” e deu alguns exemplos de matérias que podem ser melhoradas sem custos para o Governo. “A Constituição não é uma simples bóia no meio do mar que está lá para acudir a qualquer emergência, é uma âncora firme no fundo do mar que não cede às ondas”, sustentou.

No final destas intervenções, vários membros do público subiram ao púlpito para realizarem breves declarações.

Portugal: António Borges critica desigualdades na repartição dos sacrifícios


O pulha muda de discurso para enganar mas continua um pulha bem instalado no Bando dos Pulhas (PG)
Público

O consultor do Governo para as parcerias público-privadas diz que injustiças e impunidade estão na origem do descontentamento.

O economista e conselheiro do Governo António Borges reconheceu este sábado que a distribuição dos sacrifícios pedidos aos portugueses não tem sido equitativa. Uns têm beneficiado muito com a política deste Governo e outros estão a ser prejudicados, afirmou o ex-dirigente do PSD.

Borges admitiu que esta diferença está na origem do descontentamento. “A crise é mais injusta, mais penosa e mais difícil e leva mesmo a sentimentos profundos de revolta que todos devemos sentir”, afirmou na abertura do encontro da Pastoral Social este sábado, acrescentando que “não foram os mais pobres” a beneficiar da política do Governo de Pedro Passos Coelho.

“Houve quem beneficiasse muito com esta política e não foram os mais pobres. (…) E houve também quem ficasse prejudicado em termos relativos e quem acabasse por ver a sua situação piorar ao longo do tempo”, continuou o economista que, no ano passado, defendeu o aumento da TSU e a redução "urgente" dos salários e recentemente falou do corte de quatro mil milhões de euros (nos objectivos do Governo) como uma “questão acessória”. “Infelizmente, muitas vezes, são aqueles que pagam mais nesta fase de ajustamento e correcção.”

Nas declarações, registadas pela SIC Notícias, António Borges, que é consultor do Governo para as parcerias público-privadas, concluiu: “Não há efectivamente uma distribuição equitativa das consequências e muitas vezes há mesmo muita, muita impunidade.”

Mais lidas da semana