Beatriz Gamboa
AGÊNCIA LUSA JÁ SAIU DE TIMOR-LESTE E A RTP SAIRÁ A SEGUIR
Não foi a primeira vez nem será a última que o coletivo de Página Global e antes no Timor Lorosae Nação (que será reativado quando possível e se se justificar) traz aos nossos leitores a demissão da Agência Lusa em fazer o trabalho que deve num país lusófono que muito mal domina a língua portuguesa apesar de há cerca de 10 anos fazer constar na sua constituição que essa é também a sua língua oficial juntamente com o tétum. Quem quiser ler notícias sobre a atualidade timorense só tem uma solução: aprender tétum porque em português só tem à sua disposição umas mitigadas notícias oficiais da Lusa e durante dias e dias nem isso.
É vasta a panóplia de notícias timorenses em tétum sobre o quotidiano daquele país pseudo-lusófono. A liberdade de imprensa é das melhores que existem no mundo. Podem acreditar. A mesma prática não podemos dizer sobre a Agência Lusa no tão pouco que subservientemente serve em verdades oficiais aos leitores da lusofonia. Sobre isso já pode encontrar e decerto mais encontrará nos próximos dias através do título AGÊNCIA LUSA, A VOZ DE QUE DONOS? (1), que teve por ponto de partida SAIBA COMO A LUSA ADULTERA E SONEGA NOTÍCIAS SOBRE TIMOR-LESTE em 20 deste mês de Julho.
Tudo se deveu, deve, à inexatidão com que a Lusa trata as notícias sobre Timor-Leste (e de outros lusófonos), que é o exemplo que aqui temos vindo a abordar. Para agravar a situação consta com bastante credibilidade que a Agência Lusa já há dias que não publica nada sobre Timor-Leste porque está a abandonar a sua delegação em Díli, onde funcionava juntamente com a RTP. A equipa da Agência Lusa, ao que garantem, já saiu ou está prestes a sair de Timor-Leste, a RTP irá secundá-la muito brevemente. Mais do que uma fonte garantem a veracidade de tal facto.
Assim sendo, e até porque não ficaremos mal servidos comparativamente aos serviços da Agência Lusa prestados em Timor-Leste aos leitores da lusofonia, resta propor aos países da CPLP que implementem no seu ensino oficial a língua timorense, o tétum. Porque só desse modo poderão os lusófonos adquirirem conhecimento sobre a realidade timorense com a mesma equidade com que se inteiram dos acontecimentos nos outros países lusófonos que têm mais ou menos profícuas edições online de jornais e blogues na linga portuguesa. Até a Guiné-Bissau consegue estar muito mais bem servida.
A ser implementada esta decisão nos países lusófonos – tétum no ensino obrigatório e oficial da CPLP - é evidente que não precisamos rigorosamente nada dos serviços da Agência Lusa nos países da lusofonia. Alternativas online sobre Angola, fora das mentiras oficiais do regime é o que não faltam, idem para Moçambique, para o Brasil, para São Tomé e Príncipe, para Cabo Verde e Portugal… Sobre Timor-Leste é que estamos realmente tramados porque os da lusofonia podem saber inglês, francês etc., mas não entendem, não sabem, tétum. Logo, regista-se um enorme abismo sobre o conhecimento da atualidade timorense. Para os lusófonos que catam a atualidade timorense sem que a encontrem ou a entendam, aprendendo tétum tudo será fácil, com a vantagem de não se verificar por parte do regime timorense censura ou qualquer espécie de ilícitos relativos à liberdade de imprensa. O que não se verifica com a Lusa ou com a RTP que, como é do conhecimento geral, usa de “estratagemas” para sonegar notícias, na ótica de semear prejuízos ou vantagens sobre o que serve a quem servem. Verdades e mentiras.
Não por mim, que sou timorense dos oito costados. Tanto quanto portuguesa. Mas por todos os lusófonos interessados em serem devidamente informados urge implementar no ensino oficial dos países lusófonos o tétum. O que pode parecer uma má ideia não o é, garanto. Será bem melhor que esperarem que em Timor-Leste se fale português como nos outros países lusófonos ou que timorenses fundem publicações online e outras em língua portuguesa.