terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Cenário para taxação de transações financeiras nunca foi tão favorável quanto agora"




ENTREVISTA - IGNACIO RAMONET

João Novaes, Brasília Opera Mundi

No fim da década de 1990, enquanto os governos e a opinião pública mundial defendiam em uníssono os princípios mais extremos do liberalismo, um jornalista espanhol radicado na França ousou desafiar esses conceitos.

Diretor da tradicional revista Le Monde Diplomatique desde 1991 (cargo que ocupou até 2008), esteve na linha de frente do ativismo altermundialista. Um editorial seu de 1997, influiu na criação do grupo anticapitalista ATTAC (Associação pela Taxação de Transações Financeiras por Ajuda aos Cidadãos), cujo objetivo de cobrar um imposto no mundo das finanças foi duramente atacado na época.

O mundo dá voltas. Nessa sexta-feira (04/11), o encontro de cúpula do G20, grupo das maiores economias do planetas, passou a considerar seriamente a hipótese, como mais uma alternativa à crise financeira que atingiu o primeiro mundo desde 2008. Outras ideias que Ramonet criticava, como a opção da centro-esquerda europeia em seguir pela terceira via, uma coabitação entre a social-democracia com o neoliberalismo, também estão cada vez mais em pauta, e uma nova alternativa política começa a ser encontrada na América Latina.

Em passagem pelo Brasil, onde participou do 1º Encontro Mundial dos Blogueiros, em Foz do Iguaçu, e de um debate promovido pela Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) na Universidade de Brasília, Ramonet concedeu uma entrevista exclusiva ao Opera Mundi, no qual abordou apalavra mais em moda no mundo contemporâneo: crise.

Longe de se restringir à economia, Ramonet mostra que o mundo também passa por um vazio de ideias e uma transformação sem precedentes na maneira de se comunicar, deixando o jornalismo tradicional sem rumo – o que não é necessariamente uma mudança positiva.

O sr. acredita que a social-democracia, após optar pela Terceira Via e o neoliberalismo no fim do século XX se encontra em crise de identidade? Como fazer para que seus partidos voltem a ser uma real alternativa política na Europa?

Não há dúvida que isso ocorre. A grave crise econômica e social a qual vive a Europa deve-se, em parte, ao fato de que não haver uma verdadeira alternativa à política econômica que rege o continente nos últimos 30 anos.

Isso ocorre porque a social-democracia se converteu à tese neoliberal, que consiste em dizer que, em matéria de Economia, não há outra alternativa possível: o mercado e os investidores privados antes de tudo. O Estado não tem nada a dizer e a deixa completamente nas mãos do setor privado. Pode haver alguma diferença em questão de moral, liberdades, expansão (da União Europeia), certos aspectos do Estado de bem-estar social, etc. Mas na Economia não se mexe.

Com essa atitude, chegamos à crise atual sem qualquer solução. E note que foram os países governados pelos social-democratas que se encontram em situação mais grave na Europa: Giorgos Papandreou, na Grécia, do Pasok (Partido Socialista Pan-helênico) e atual presidente da Internacional Socialista, José Luis Zapatero, na Espanha (Partido Socialista Operário Espanhol) e até recentemente perder a eleição, José Sócrates, em Portugal (Partido Socialista).

No meu ponto de vista, a social-democracia precisa ser refundada e se questionar. Assim como fizeram no passado Tony Blair (ex-premiê britânico pelo Partido Trabalhista) e Gerhard Schröder (ex-chanceler alemão pelo Partido Social-Democrata), que foram os teóricos dessa tese da Terceira Via, ou seja, imitar a direita na Economia e ser diferente no resto. Hoje temos que sair dessa alternativa. E muitos socialistas concordam que é preciso sair dessa prisão intelectual.

E esses socialistas já começaram a se organizar em torno de um movimento ou ainda estão perdidos?

Não vejo um movimento organizado nesse sentido. Nem houve qualquer menção na última reunião da Internacional Socialista realizada em Madri, onde o próprio (ex-presidente brasileiro) Lula participou.

Mas é importante lembrar que a social-democracia latino-americana foi também partidária do neoliberalismo. E isso começou a mudar a partir da Venezuela. E por que? Porque o dirigente social-democrata mais importante da região no início dos anos 1990, Carlos Andrés Pérez, adotou uma terapia do choque, que provocou uma explosão social no país a partir de 1989. Como conseqüência, surgiu uma forte oposição pela qual Hugo Chávez foi eleito democraticamente, defendendo que as propostas da social-democracia não eram mais válidas.

Podemos dizer que a integração da América Latina deveria seguir os mesmos passos percorridos pela UE (União Europeia) ou deve escolher seu próprio caminho?

Acho há lições que podem ser tiradas. Quando Lula esteve em Paris para receber o título de Doutor Honoris Causa no Instituto de Ciências Políticas, ele disse que a União Europeia é um “patrimônio democrático da humanidade”. E tem razão.

A União Europeia é uma construção muito interessante porque, nos dois últimos séculos, o continente era sinônimo de um campo de batalha. Era onde as guerras ocorriam, as duas guerras mundiais, a Revolução Russa, o Holocausto, todos os grandes horrores da humanidade se passavam lá. Mas depois da construção da UE, tornou-se talvez a mais pacífica. E isso foi uma conquista muito importante.

Mas, sob o ponto de vista econômico, decisões como o abandono da soberania dos Estados-membros nos colocaram à véspera de uma catástrofe.

Os latino-americanos devem, certamente, avançar nos aspectos da integração. A região ficará mais forte e influente se conseguir se articular. Mas não acho que devam adotar uma moeda única. Talvez partir para a solução de uma moeda comum, como a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América) com o Sucre. É um sistema de compensação: você paga com uma moeda que na prática não existe, mas que permite saber o valor do produto, sem precisar recorrer ao dólar, euro ou outra moeda estrangeira. Era assim na Europa antes do Euro, com o sistema monetário europeu. E é viável.

De outra parte, a integração política deve ser feita com prudência. Avançar reduzindo ao máximo as diferenças entre os países, mas ter em conta as realidades dos povos e das nações, que na região possuem uma história mais recente (do que a Europa). Deve-se tentar conservar os benefícios da integração e rejeitar o que não deu certo. E a experiência europeia pode ser um exemplo muito útil para os latino-americanos nesse sentido.

Acredita que a adoção de taxas para transações econômicas, como a Taxa Tobin, há tantos anos defendida pelo Sr., se encontram atualmente em um cenário mais propício do que o passado?

Nunca foi tão favorável. Quando eu defendi publicamente a ideia pela primeira vez, em 1997, diziam que era uma loucura, uma utopia. Todos os países recusaram.

Mas, a partir do momento em que a crise iniciada em 2008 se agravou, de pouco a pouco vemos muitos economistas e chefes de Estado que defendem essa cobrança. O próprio Parlamento Europeu pediu sua criação. Sarkozy a defende em toda reunião. Merkel também. Só o Reino Unido é contra.

Mas eles preferem que seja uma medida temporária, com prazo de validade.

Sarkozy a quer agora, como a quis em 2008, mas os mercados não deixaram.Agora ele voltou com a ideia, porque todos estão sem dinheiro para pagar as dívidas soberanas. Com um imposto dessa natureza, a Europa teria a cada ano cerca de 150 bilhões de dólares. Teríamos resolvido o problema da dívida grega. Permitiria criar um fundo de ajuda financeira para eles. Eu defendia um fundo de ajuda aos países em desenvolvimento, mas só para os europeus deve servir.

Quando compramos um produto qualquer, todos pagamos um imposto por ele. Até uma garrafa d’água tem seu valor agregado. Ao mesmo tempo, quando se compra dez bilhões de euros, não se paga nada. Isso não é normal. Por isso a Taxa Tobin é um assunto mais do que atual. Ela também criaria um freio no mercado de câmbio.

Nunca precisamos tanto criar essa taxa, nem nunca estivemos tão prontos.

Mas há quem queira impedi-la. Afinal, do que vive o Reino Unido? Nem de matéria-prima nem de indústria, mas do mercado financeiro. Seu grande produto é a Bolsa. Os britânicos são contra ela, mas isso é problema deles. Eles não estão na zona Euro, portanto esse imposto pode ser aplicado somente à região.

Os Estados Unidos também não gostam da ideia, pois tem uma tradição liberal. Na Europa, quem obtém algum lucro com o dinheiro aplicado em ações paga uma pequena taxa,de valor insuficiente. Já um operário que trabalha em uma linha de montagem paga muito mais impostos do que alguém que vive de ações. Mas pelo menos esse capital é taxado na Europa. Só que nos EUA, não se paga nada. Tudo o que você ganhar na Bolsa é taxa zero! É outra cultura.

Em sua participação no 1º Encontro Mundial dos Blogueiros, em Foz de Iguaçu no último fim de semana, o sr. disse que as mudanças provocadas pelo surgimento das novas mídias sociais criava um cenário “entre a luz e a sombra”. Por que essa disparidade?

Por um lado, as mídias sociais são um fenômeno altamente positivo. É uma possibilidade de os cidadãos intervirem em debates que antes só eram restritos a quem a grande mídia quisesse. Quem quiser se expressar pode contar com essa possibilidade. Antes, era muito mais difícil. Era necessário encontrar um veículo ou uma rádio que te convidasse, etc. Hoje isso mudou.

Não havia nem o mesmo espaço para tanto.

Sim, hoje é diferente. Globalmente, a internet é uma ferramenta de fácil utilização e barata. Mesmo que se necessite comprar um mínimo de equipamento, é possível gerir um veículo com recursos cada vez mais reduzidos. Trata-se de uma reviravolta considerável e que pode ser considerado altamente positiva. Essa é o lado da “luz”.

Há, no entanto, o lado “sombrio”. Também não podemos simplesmente acreditar que essa transformação na maneira de se comunicar ocorra sem que novas corporações sejam as grandes beneficiadas. Entre as principais temos o Facebook, o Twitter, o Google.

Às vezes não nos damos conta que, toda vez que utilizamos essas novas mídias, estamos tornando essas corporações cada vez mais lucrativas. Você pode ligar para um amigo para planejar a “grande revolução anti-capitalista”. Para a empresa de telefonia poço importa, está ótimo, ela lucra com a sua chamada.

Também não devemos acreditar que, ao conseguirmos oferecer a possibilidade de qualquer pessoa expressar sua opinião, que chegamos à era da democratização da comunicação. Sim, ela está mais acessível, mas os cidadãos produzem nem são fonte dessas informações. Eles participam, na realidade, nos comentários.

Em terceiro lugar, deve-se considerar que todo esse sistema é vigiado. Quando você se exprime através das novas mídias sociais ou por novas tecnologias de informação, está entregando informações que poderão ser rastreadas.

Há tanto aspectos positivos quanto negativos. Em Foz do Iguaçu, embora estivéssemos em um encontro de blogueiros progressistas, lembrei a todos que há colegas de todas as características políticas: progressistas e conservadores; revolucionários e reacionários. O fato de ser um blogueiro não faz de você necessariamente num rebelde.

Claro, o que ocorreu na Tunísia e no Egito foi muito positivo. Porém, pelo mundo, nem sempre é assim. É um sistema de dupla face.

O senhor acredita que o jornalismo tradicional se encontra em crise em razão dessa nova dinâmica e da ação de internautas independentes que o sr. chama de "webatores"?

Acredito que o jornalismo vive atualmente sua crise mais grave. Sempre foi difícil fazer o bom jornalismo, nunca foi moleza. Também nunca tivemos uma “era de ouro” na profissão, um tempo em que fosse maravilhoso ser jornalista, que se trabalhasse sem arranjar problemas com empresas e políticos. Jamais.

Mas essa crise é sem precedentes, especialmente para a imprensa escrita. Por uma simples razão: estamos numa faze de transformação do ecossistema midiático, e causa um problema de identidade.

Se todo mundo faz jornalismo, se todos os "webatores" fazem jornalismo, em que o jornalista faz diferença, no que ele é especial? Por exemplo, o que diferencia um repórter de um grande jornal brasileiro de um blogueiro? Não há tanta diferença. E é muito possível que determinado blogueiro alcance um público muito maior e genérico do que um jornalista ligado a um veículo tradicional.

E essa crise de identidade não é só do jornalista, mas também de sua profissão. Porque veículos como o Wikileaks mostraram que o jornalismo tradicional não funciona. Que o jornalista tradicional não esteve à altura de descobrir uma informação de conteúdo sigiloso que, por sua vez, o Wikileaks foi capaz de revelar.

É uma crise sob muitos aspectos, também como os grandes grupos de comunicação. Nunca na história em tão pouco tempo, tivemos tantos jornais fechando, ou pelo menos decidindo encerrar suas atividades na versão em papel. Aqui tivemos o Jornal do Brasil, mas nos Estados Unidos são dezenas e dezenas: 120 jornais já fecharam, entre eles muitos tradicionais, fundados no século XIX, de histórias centenárias.

A mudança desse ecossistema provoca a extinção de uma forma de jornalismo. Assim como o fim do Período Jurássico provocou pó fim dos dinossauros.

Essa nova era da informação e da mídia contribuiu para mudanças sociais em alguns países? O sr. já citou a influência deles na queda dos regimes da Tunísia e Egito. Mas e na América Latina, em especial nos casos da Venezuela e do Equador?

Na América Latina, nem tanto.

Em relação a esses dois países, ocorre um outro fenômeno muito importante: uma guerra entre a mídia local e o governo. E isso também ocorre na Bolívia e na Argentina. Mas não se trata de uma guerra entre as novas mídias contra as antigas, onde cada uma ficaria de um lado.

O que realmente importa é a vontade desses Estados em constituir um sistema midiático mais equilibrado. Antes, esses sistemas eram quase exclusivamente privados. Agora tentam criar uma coabitação entre o privado e o público. Essa é a razão do conflito. Na América Latina,os atores dessa nova comunicação se encontram na mídia comunitária. E são muito fortes nas rádios.

Os "webatores" latino-americanos, até o momento, não fizeram tanta diferença, não se uniram como uma força coletiva. Estão espalhados nos dois cantos, uns defendem os meios públicos, outros os privados.

E os serviços de informação pública nesses países, como as novas agências públicas de informação, são satisfatórios? Como assegurar a independência deles?

Não acho que as novas mídias criadas nos setores públicos desses países, como as rádios e redes de televisão, sejam perfeitas. Assim como as do setor privado nunca foram. Mas eles participam de uma vontade de equilibrar as mídias, de colocar à disposição do cidadão mídias que não sejam empresariais, garantidas pelo Estado. Com frequência, é o governo quem as comandas, mas elas normalmente têm a uma vocação independente.

Funciona da mesma maneira que a escola pública: ela é subvencionada pelo Estado, mas seus programas são destinados a todos. Os professores não estão a favor ou contra o governo. Eles estão a serviço da Educação e dos alunos. E é assim que as mídias públicas precisam ser encaradas.

E o caso específico de Cuba?

Bom, aí é totalmente diferente! Porque em Cuba lá não há pluralidade na mídia. Não existem jornais, rádios e televisões que exprimam um ponto de vista contrário ou hostil ao governo.

Isso não significa que lá não exista liberdade de expressão. Há muito espaço para debates e discussões.

Mas por quê não na mídia? Porque Cuba vive uma situação peculiar, por isso devemos considerá-la um caso à parte. Enquanto os Estados Unidos continuarem com uma posição de agressão, inclusive midiática, como por exemplo faz com a Rádio Martí, na Flórida [opositora radical do regime cubano financiada pelo governo norte-americano], política e econômica, Cuba será um país que tomará precauções para se defender.

Eu já publiquei um livro com uma entrevista de Fidel Castro, onde ele mesmo admite que não existe liberdade de imprensa em Cuba. Por quê? Porque, segundo ele, “nas circunstâncias em que nos encontramos, não podemos permitir que os inimigos venham a nos atacar e criticar”. Se as condições mudarem, ou seja, os EUA renunciarem ao embargo como já foi determinado pela ONU (Organização das Nações Unidas), então Cuba será um país completamente diferente.

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Brasil: Sem-teto ocupam 10 edifícios em SP; valorização imobiliária dificulta acesso à moradia




Marcel Gomes – Carta Maior

Movimentos sem-teto mantêm ocupações de edifícios vazios realizadas na madrugada de segunda-feira (7) e cobram mais políticas públicas. Entre janeiro de 2008 e agosto de 2011, o índice que mede a variação do preço de imóveis na cidade subiu 109%, enquanto o rendimento dos trabalhadores avançou apenas 60%.

São Paulo – Dez imóveis vazios localizados na zona central da capital paulista permanecem ocupados por mais de dois mil manifestantes de movimentos de luta por moradia. As ações ocorreram na madrugada de segunda-feira (7) e têm o objetivo de chamar a atenção para a fragilidade das políticas habitacionais.

Em manifesto enviado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD), os ativistas pedem a extensão de programas existentes, como o Bolsa Aluguel e o Locação Social, além da concessão de cartas de crédito por parte da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado (CDHU).

De acordo com Ivaneti de Araújo, do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC), ao menos em um caso houve violência policial. “Um companheiro nosso foi ferido pela Guarda Civil Metropolitana. É incrível como eles não estão preparados para lidar com movimentos sociais. Usaram até gás de pimenta contra idosos e crianças”, denunciou ela à Carta Maior.

Até a manhã desta terça-feira (8), nenhum representante do governo do Estado ou da prefeitura havia entrado em contato com os movimentos para discutir as reivindicações, disse Araújo. As ocupações continuarão por tempo indeterminado.

Em nota, a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) disse esperar que “os ocupantes liberem os prédios para que possa dar seqüência aos programas [como Renova Centro, Programa de Cortiços e Nova Luz] e informa que adotará, se necessárias, as medidas judiciais cabíveis”.

A Sehab afirmou ainda que “mantém diálogo permanente com todos os movimentos de moradia popular” e que o Plano Municipal de Habitação (PMH) já foi aprovado e prevê “medidas de curto, médio e longo prazos para a solução das deficiências habitacionais na cidade”.

Segundo Ivoteni de Araújo, além de políticas públicas insuficientes, a crescente valorização dos preços dos imóveis no município tem agravado ainda mais o problema da falta de moradia.

Entre janeiro de 2008 e agosto de 2011, o índice Fipe/ZAP, que mede a variação do preço de venda de imóveis na cidade, subiu 109%, enquanto o rendimento dos ocupados na região metropolitana de São Paulo avançou apenas 60%, conforme pesquisa do Dieese e da Fundação Seade.

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Brasil: PGR diz que "por enquanto" não há indícios contra ministro do Trabalho




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 08 nov (Lusa) - O procurador-geral da República do Brasil, Roberto Gurgel, afirmou hoje que "por enquanto" as denúncias que envolvem o Ministério do Trabalho não atingem o ministro responsável pela pasta, Carlos Lupi, informa a imprensa local.

No sábado, reportagem da revista "Veja" denunciou a existência de um suposto esquema de cobrança de "luvas" no Ministério do Trabalho. O caso aponta o envolvimento de assessores do ministro e representantes de organizações não-governamentais.

Caso não surjam novas denúncias, o esquema deverá ser investigado pela Procuradoria da República do Distrito Federal, segundo adiantou aos jornalistas o próprio procurador da República.

De acordo com Gurgel, Carlos Lupi encaminhou deste segunda-feira um ofício no qual deixa o Ministério à disposição para investigações. Na ocasião, o ministro também terá ressaltado ser o "primeiro interessado" no esclarecimento das denúncias de irregularidades no seu gabinete.

Em declarações à imprensa na tarde de hoje, o ministro afirmou que para tirá-lo do Ministério só "abatido à bala".

O político também disse "duvidar" que a Presidente Dilma Rousseff o demita do cargo.

Pela manhã, Lupi já havia dito que recebera um sinal positivo da presidente, que o aconselhou a seguir o trabalho e apresentar a sua defesa contra as acusações.

Só este ano, outros cinco ministros de Dilma Rousseff foram afastados dos seus cargos após escândalos de corrupção denunciados pelos media.

*Foto em Lusa

DA INTERNET ÀS RUAS E ÀS CONTAS BANCÁRIAS




Manuel Castells  - Outras Palavras - Tradução: Daniela Frabasile

Manuel Castells analisa: a imoralidade dos executivos e do mundo financeiro parece haver encontrado opositores inesperados: seus próprios clientes

O capital financeiro e seus altos executivos enfrentam um sério problema: as pessoas não gostam deles. Mais que isso, são odiados por muita gente. E a raiva atinge também os políticos, que são vistos como marionetes dos bancos e que não duvidam em protegê-los com o dinheiro dos contribuintes, sem que as instituições financeiras retribuam o favor quando vão bem e o país vai mal. Afinal, argumentam, o dinheiro pertence aos acionistas.

Ninguém acredita nisso, porque nos conselhos de acionistas está tudo bem amarrado. Com uma minoritária participação de controle, alguns poucos acionistas mandam e desmandam. Some-se a isso os investimentos cruzados entre bancos e o sistema se fecha em si mesmo, com escassa utilidade social e máxima captação de fundos em benefício dos banqueiros, com ganhos exorbitantes para eles mesmos, ainda que quebrem suas entidades. E nada de pagar mais impostos. Para isso servem nos paraísos fiscais.

Daí o movimento Occupy Wall Street, iniciado no coração do capitalismo financeiro, ter conseguido tanto apoio popular nos Estados Unidos e no mundo. A ideia foi lançada na internet em julho de 2011 pela revista Adbuster, uma publicação de crítica à publicidade, editada em Vancouver. A proposta de ocupar Wall Street em 17 de setembro, dia da Constituição, para protestar contra o controle da política pelo dinheiro, foi incorporada por diversos grupos em todo o país, mais ou menos organizada na rede e finalmente levada a cabo por cerca de mil manifestantes que acabaram acampando no Zuccotti Park, nas imediações do distrito financeiro novayorquino.

O silêncio da mídia e a ausência de apoio organizado pareceu confinar o movimento ao ostracismo. Suas demandas eram variadas, mas coincidiam na crítica a um sistema financeiro que provocou a crise e que continua exercendo poder de vida e morte sobre a economia e a política. Mas, onde não chegam os meios de comunicação tradicionais, chega a internet, e a iniciativa ganhou apoio dos cidadãos cansados de tudo — mas especialmente dos bancos. E quando a polícia intensificou a repressão, os sindicatos estadunidenses, que estão sofrendo uma campanha de extermínio por parte dos governadores republicanos e das grandes empresas, decidiram se unir ao movimento e ajudar as manifestações. Os hackers também entraram em ação. Anonymous publicou os nomes e senhas pessoais dos policiais responsáveis por ferir os manifestantes.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg ordenou que os manifestantes desmontassem o acampamento por “razões de higiene” (soa familiar?), mas volto atrás após a massiva mobilização para impedir a desocupação. Em 1º de outubro, os manifestantes marcharam até a ponte do Brooklyn, e a polícia os deixou passar. Era uma armadilha: finalmente, tinham pretexto legal para deter centenas de manifestantes. Mas a brutalidade da polícia oferece aos meios de comunicação uma oportunidade espetacular para filmar tudo — e, pela pela primeira vez, a imprensa, mesmo criticando, cobre amplamente o movimento.

Rompe-se a barreira do silêncio. O movimentos, então, estendeu-se por todo o país. Centenas de cidades, e numerosos bairros e ruas, têm sua própria ocupação, tanto no espaço urbano quanto numa rede que relata a ação cotidiana e se conecta com outras redes que vão tecendo uma geografia virtual e espacial da mudança de mentalidade num país capitalista por excelência: 82% das pessoas no Estado de Nova York e 46% em todo o país apoiam as críticas do movimento Wall Street, frente a 34% que se opõe. O movimento se autoproclama representante de 99% dos cidadãos, em oposição a 1% que detém 20% da riqueza. E começa a ter impacto na opinião política: enquanto 68% da população pede que os ricos paguem mais impostos, 69% pensa que os republicanos favorecem os ricos.

Como o presidente dos EUA, Barack Obama, também aparece como prisioneiro de Wall Street, o efeito eleitoral direto é incerto, a menos que Obama faça uma mudança em relação a isso. Conforme o movimento aumenta em popularidade e em número de ocupações, acentua-se a repressão policial, centenas de pessoas são detidas em todo o país, as acusações policiais endurecem.

Acontecem feitos inéditos: em 22 de outubro, devido a uma ação policial em Nova York, um robusto sargento dos marines, ex-combatente no Afeganistão, repreendeu os policiais e os acusou de desonrar os ideais estadunidenses ao atacar os cidadãos. A polícia não se atreve com ele. O vídeo do incidente foi visto por três milhões de pessoas. Então surge um movimento, Ocupar os Marines, feito pelos próprios fuzileiros navais, que se dispõe a dar apoio tático e liderança aos manifestantes. Em 25 de outubro, a polícia de Oakland, na Califórnia, ataca durante a noite o acampamento em frente à Prefeitura. Uma granada de gás lacrimogêneo fratura o crânio do marine Scott Olsen, participante da ocupação. A prefeita pede desculpas.

Os protestos intensificam-se em todos os EUA. Em Nova York, uma tempestade de neve cobre a região. Alguns dias antes, o prefeito havia cortado toda a calefação em Zuccotti Park por “razões de segurança”. Os acampados aguentam o frio intenso com o apoio dos vizinhos do bairro e de redes de solidariedade.

Após sete semanas, as ocupações se proliferam e se reforçam. Os bancos seguem na mira dos manifestantes. Uma jovem de 22 anos em Washington, Molly Katchpole, reage contra a imposição do Bank of America de cobrar 5 dólares de seus clientes por cada utilização do cartão de débito — medida que os outros bancos iriam imitar. Molly publicou seu protesto na internet e em algumas horas 300 mil pessoas se juntam ao protesto. Os bancos cancelaram a medida, com ampla repercussão da mídia.

Move.Org, com 5 milhões de afiliados, lança uma campanha para que as pessoas retirem seu dinheiro dos grandes bancos e o depositem em cooperativas de crédito e bancos comunitários. Da internet à rua e da rua à conta bancária. Os executivos, que há algumas semanas brindavam com champanha, provocando os manifestantes que passavam em frente às suas janelas em Wall Street, começam a esconder sua identidade em público.

Depois de perder maioria na Câmara, Berlusconi diz que vai renunciar ao cargo de premier




O GLOBO, com agências

ROMA - Depois de sobreviver a escândalos sexuais e a julgamentos por corrupção em uma carreira política de 18 anos, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse ao presidente do país, Giorgio Napolitano, que vai renunciar depois que o projeto de lei do novo orçamento for aprovado.

Berlusconi disse que a sua decisão pela renúncia será para o bem do país e para pôr em ordem os mercados financeiros que perderam a confiança na capacidade da Itália de honrar suas dívidas e de crescer. O 'cavalieri' disse ainda que teria preferido convocar eleições antecipadas, mas que essa decisão pertence ao presidente.

A lei orçamentária deve ser aprovada até o fim deste mês, mas sua votação pode agora ser acelerada.

Berlusconi perdeu nesta terça-feira uma votação crucial no Parlamento, na qual a coalizão de centro-direita de apoio ao premier fracassou em garantir a maioria da a Câmara dos Deputados, durante a aprovação das contas orçamentárias de 2010.

Fracasso na votação

No Parlamento, Berlusconi ficou sem apoio majoritário (de mais da metade do Parlamento), já que só obteve 308 votos, abaixo dos 316 que precisava para alcançar a maioria simples no plenário de 630 deputados. Ainda assim, conseguiu aprovar o orçamento porque votos de opositores ficaram de fora do resultado.

Houve apenas uma abstenção oficial. Mas a oposição se retirou em bloco da votação, alegando "responsabilidade com a estabilidade do país, segundo o diário espanhol "El País". Com isso, 321 parlamentares ficaram de fora da votação -como forma de protesto. Assim, permitiram a aprovação do orçamento do país e sinalizaram que Berlusconi perdeu condições de governar o país, sem maioria parlamentar.

Após a votação, o líder do principal partido de oposição (Partido Democrático), Pierluigi Bersani, disse que era hora de Berlusconi renunciar. "Essa votação confirmou que o governo não tem maioria na Câmara".

Com os juros exigidos em títulos soberanos da Itália nas alturas, superiores a 6% ao ano, até seu principal aliado, o líder do Partido Liga do Norte, Umberto Bossi, pediu a Berlusconi para que abandone o cargo.

A Itália tem uma dívida pública equivalente a 1,9 trilhão de euros (US$ 2,6 trilhões), a quarta maior do mundo, que equivale a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O peso da dívida no PIB só é inferior ao da Grécia, entre os países da União Europeia.

CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU ESTÁ DIVIDIDO SOBRE PALESTINA, diz relatório




O GLOBO - AP

RIO - Diplomatas que atuam nas Nações Unidas dizem que um relatório reunindo as opiniões dos membros do Conselho de Segurança sobe o pedido da Palestina para ser recebida como membro pleno da ONU revela que não há um consenso entre os 15 integrantes do conselho.

O relatório de quatro páginas diz que o conselho está dividido entre os que apoiam a pretensão palestina, aqueles que não poderiam apoiá-la no momento, portanto iriam se abster, e aqueles para os quais o pedido não atende aos critérios para a admissão como membro, dizem os diplomatas.

O embaixador de Portugal na ONU e atual presidente do conselho, José Filipe Moraes Cabral, encaminhou o relatório nesta terça-feira para o comitê que avalia admissões, explicaram os diplomatas, que pediram anonimato, uma vez que as consultas são classificadas como confidenciais. Os 15 países membros do conselho devem discutir o documento na sexta-feira.

Sarkozy chamou "mentiroso" a PM israelita em conversa informal com Obama



SCA - LUSA

Paris, 08 nov (Lusa) - O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, terá afirmado durante uma conversa informal com o seu homólogo norte-americano, Barack Obama, que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, era "um mentiroso", foi hoje divulgado por agências internacionais.

O chefe de Estado francês terá feito o comentário durante uma conversa informal na recente cimeira do G20 em Cannes (sul de França), na passada quinta-feira, que foi ouvida acidentalmente por alguns jornalistas, relataram vários meios de comunicação internacionais.

"Não o posso ver, é um mentiroso", disse Sarkozy, numa referência ao primeiro-ministro israelita.

"Podes estar farto, mas eu tenho que falar com ele todos os dias", respondeu o Presidente norte-americano.

Ainda na mesma conversa, Obama terá pedido a Sarkozy para ajudar a diminuir o ritmo da possível integração dos palestinianos nas Nações Unidos.

"Não faço qualquer comentário sobre esta suposta conversa que aparentemente aconteceu durante um encontro bilateral", disse hoje o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

A conversa entre os dois líderes foi mantida em segredo durante alguns dias, devido a um pacto entre os jornalistas presentes no local, mas no domingo o 'site' francês "Arrêt sur images" revelou o conteúdo das declarações.

Posteriormente, a conversa foi relatada pela BBC, que afirmou que as palavras dos dois líderes foram corroboradas por outros media.

O diário israelita Haaretz também reproduziu a conversa, indicando ter a confirmação de um jornalista da agência Reuters que estava no local e ouviu as declarações.

Segundo relatou o 'site' francês', o incidente ocorreu quando os jornalistas estavam a aguardar as declarações dos dois líderes após um encontro bilateral. Durante cerca de três minutos, durante a verificação do som e do sistema de tradução simultânea, os microfones de Sarkozy e Obama estiveram abertos.

O 'site' francês assegurou que a conversa foi confirmada por vários jornalistas que estavam presentes no local, mas sem especificar se existe um registo sonoro das declarações.

De acordo com a agência noticiosa francesa AFP, o gabinete do primeiro-ministro israelita e o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita escusaram-se a comentar este assunto. A Presidência francesa também não reagiu.


SOU DOUTORADO EM TRANSPORTES PÚBLICOS




HENRIQUE RAPOSO – EXPRESSO, opinião, em Blogues

Já que toda a gente tem opinião sobre os transportes públicos de Lisboa, eu também gostava de dar a minha achega. É que, bem vistas as coisas, eu estou a jogar em casa. Eu tenho a pegada carbónica (é assim?) mais pequena da Grande Lisboa, isto é, eu é que sou o verdadeiro ambientalista, isto é, eu não conduzo, isto é, eu conheço os transportes públicos como a palma da minha mão. Assim de repente, tenho uma licenciatura na Rodoviária de Lisboa, um mestrado na Carris e um doutoramento no Metro. Até fiz uma pequena pós-graduação na CP. Portanto, gostava de dizer uma coisa ao senhores do governo: não encomendem estudos sobre transportes públicos a malta que andou sempre de carro, e com motorista. É esquisito.

Bom, tendo em conta os pormaiores acima referidos, gostava de alertar para uma coisa que salta à vista na rede de transportes de Lisboa: a estúpida competição entre Carris e Metro. Se querem reformar e poupar, comecem por aqui. De forma incompreensível, a Carris repete vários trajectos do Metro. Ou seja, vários autocarros da Carris fazem à superfície aquilo que os comboios do Metro já fazem debaixo de terra. Não se percebe, por exemplo, a existência de dezenas de autocarros da Carris a varrer o eixo Saldanha-Campo Grande. Este eixo já é servido pelo Metro.

Moral da história e da racionalidade urbana? A Carris devia ser um complemento do Metro, e não um concorrente. Mais: a Carris e o Metro deviam varrer a cidade em eixos perpendiculares, e nunca de forma paralela. Mas isto sou eu, ok? Não se podem fiar muito em mim: eu não sei fazer uma conta de dividir, escrevi "perpendicular" porque me pareceu uma palavra séria e mui científica e, acima de tudo, nunca tive chofer. Aliás, eu nem sequer tenho carro.

Portugal: Suspensão dos subsídios de Natal e de férias é inconstitucional - Bacelar Gouveia




FZ - LUSA

Porto, 04 nov (Lusa) - O constitucionalista Jorge Bacelar Gouveia disse hoje à agência Lusa, no Porto, que a suspensão dos subsídios de Natal e de férias é "inconstitucional", porque atinge apenas uma parte da população ativa.

"A suspensão dos subsídios de Natal e de férias é obviamente inconstitucional, porque atinge apenas uma parte daqueles que deveriam suportar esse encargo nacional. A culpa não é dos funcionários públicos", afirmou Bacelar Gouveia à Lusa, à margem de uma conferência na Universidade Lusíada sobre "A centralidade do direito constitucional".

Bacelar Gouveia acusou também o Governo de querer aplicar de forma "cega" um "imposto disfarçado", ao não distinguir entre bons e maus trabalhadores, com a agravante de usar um argumento não compreensível e contraditório de que a função pública ganha mais do que a privada.

*Foto em Lusa

Reduzidos 356 cargos dirigentes na Segurança Social, poupança que irá permitir...




... reforçar verba da ação social

HN – LUSA

Lisboa, 08 nov (Lusa) - O ministro da Solidariedade Social anunciou hoje que reduziu 356 cargos dirigentes na área da Segurança Social, conseguindo uma poupança que irá ajudar a reforçar a verba da ação social, que vai aumentar 16 por cento.

Pedro Mota Soares recordou no final de uma reunião com a Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF) que o próximo Orçamento do Estado prevê já uma redução de 14 por cento nas despesas de administração da Segurança Social "através de uma redução de estruturas e do número de chefias".

"Conseguimos só na área da Segurança Social reduzir 356 dirigentes não afetando a qualidade da resposta do ponto de vista social para podermos ter um reforço da verba da ação social que vai subir 16%", sustentou o ministro.

No encontro, a presidente da CNAF, Teresa Costa Macedo, manifestou preocupação com a extinção do Conselho Consultivo das Famílias, afirmando que era "o último elo de consulta das famílias".

Pedro Mota Soares explicou que o objetivo é reunir os sete conselhos consultivos que existiam na área da Segurança Social e formar apenas um conselho "mais forte", dedicado às matérias da família, da segurança social, da economia social e voluntariado, e que "funcione verdadeiramente".

"Nem todos os conselhos estavam a funcionar nas melhores condições e verificámos que a esmagadora maioria (80 por cento) das representações eram as mesmas", justificou.

Para o ministro, é fundamental que os recursos que o Estado tem cheguem em primeira instância a quem deles mais precisa: famílias e instituições sociais.

Teresa Costa Macedo manifestou também ao ministro as "graves preocupações" das famílias que vivem, neste momento, situações muito difíceis e que exigem "uma resposta dinâmica" por parte do Governo.

Pedro Mota Soares lembrou, a este propósito, o "conjunto de medidas" que o Governo está a tomar, numa altura em que se vive uma crise financeira com "reflexos do ponto de vista social".

"O Governo alocou num primeiro momento 400 milhões de euros ao Programa de Emergência Social e neste Orçamento do Estado decidiu fazer um reforço desta verba em 200 milhões de euros para conseguirmos chegar às pessoas carenciadas mais excluídas que neste momento precisam de um apoio excecional por parte do Governo", sublinhou.

Por outro lado, ao contrário do que estava previsto no memorando de entendimento que o Estado subscreveu com a 'troika', as prestações sociais, como o abono de família, os subsídios de maternidade de doença e desemprego, não vão ser sujeitos a IRS, adiantou.

"Sabemos que esta medida é muito importante porque significa para muitas famílias, que estão numa situação de dificuldade, terem um rendimento um pouco mais elevado", sublinhou.

Durante o encontro, Teresa Costa Macedo lamentou ainda a falta de "diálogo institucional" entre o Governo e a CNAF: "Nos últimos anos, o ministério que tutela a família não dialogou com a confederação que é membro do Conselho Económico e Social".

"Manifestámos o nosso repúdio por uma atitude que consideramos não democrática e recebemos por parte do Sr. ministro a garantia de que este diálogo se vai fazer", disse Teresa Costa Macedo aos jornalistas, acrescentando que este diálogo irá permitir que a CNAF possa levar "propostas e projetos das 140 organizações que fazem parte da confederação".

Portugal: Levantamento de rancho em Pinheiro da Cruz contra qualidade da comida




JORNAL DE NOTÍCIAS

Um grupo de reclusos do Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz, em Grândola, provocou esta terça-feira uma "alteração à ordem" para exigir "qualidade e quantidade" dos produtos da cantina, revelou fonte do sindicato que representa os guardas prisionais.

"A situação está controlada, mas existe a possibilidade de haver alguma desordem durante o período de jantar ou, depois, no encerramento geral dos presos", adiantou à agência Lusa Paulo Limão da Silva, da direção do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).

O mesmo responsável precisou que a alteração à ordem foi promovida por um conjunto de cerca de 100 reclusos, que exigiu "qualidade e quantidade dos produtos existentes à venda na cantina".

Na tarde desta terça-feira, indicou, o protesto foi "resolvido pelo pessoal de serviço" e "não houve necessidade de chamar pessoal que estava de folga, nem de pôr em alerta o Grupo de Intervenção dos Serviços Prisionais (GISP)".

De acordo com dirigente sindical, o grupo de reclusos fez "o chamado levantamento de rancho, faltando à refeição do almoço", mas "nunca entrou em rota de colisão com o corpo da guarda".

Por outro lado, o sindicalista explicou que, embora o regulamento interno permita a sua instalação, ainda não foram colocadas as máquinas de venda directa de tabaco e de outros produtos nas alas da prisão.

"Mas houve também quem falasse de outros produtos como presunto, queijo e fiambre", acrescentou Paulo Limão da Silva.

O responsável do SNCGP lamentou ainda que os reclusos tenham aproveitado "a situação de greve" dos guardas prisionais para, também eles, "colocarem em prática um protesto que poderia ter acontecido noutra altura".

Os guardas prisionais terminam na quarta-feira o segundo período de greve, que serviu para exigirem alterações ao estatuto profissional, alertarem para a falta de condições de trabalho, ausência de efetivos e problemas de segurança.

Mais Portugal:

Missão angolana fica o tempo que Bissau quiser, garante secretário diplomacia de Luanda




RTP

O secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, garantiu hoje em Bissau que a Missang, de apoio à reforma das forças de segurança, ficará no país "o tempo que as autoridades da Guiné-Bissau quiserem".

Angola tem desde 21 de março deste ano uma Missão Militar na Guiné-Bissau (Missang), composta por cerca de 200 elementos de várias especialidades e destinada a apoiar a reforma das forças de defesa e segurança, que está em curso.

Manuel Augusto, desde segunda-feira em Bissau, encontrou-se hoje com o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, a quem entregou uma mensagem do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e com quem discutiu a cooperação entre os dois países.

De acordo com o responsável o apoio angolano à reforma das forças de defesa e segurança "está no bom caminho" e a ir "de uma forma segura e com efeitos visíveis no dia-a-dia da Guiné-Bissau".

"Penso que há uma estabilidade indesmentível e há uma mobilização de toda a população da Guiné-Bissau para o esforço que é necessário para colocar o país outra vez na senda da normalidade e da recuperação económica, esse é o benefício principal", disse o responsável aos jornalistas após o encontro com Malam Bacai Sanhá.

Manuel Augusto lembrou que a Missang tem um programa de dois anos e desde que o Governo (da Guiné) queira a missão irá prosseguir, embora espere que no fim dos dois anos "não haja mais necessidade", o que significará que "a situação está normalizada ".

"Angola está engajada num processo de cooperação com a Guiné-Bissau que tem como aspeto mais visível o programa da reforma das forças de defesa e segurança, e de tempos a tempos precisamos de fazer balanços e esta foi a razão principal da minha vinda", disse o responsável aos jornalistas.

Manuel Augusto encontrou-se também hoje com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e na quarta-feira tem em agenda encontros com os responsáveis pela área da defesa e segurança.

O PODER PERMANENTE DE DERRUBAR GOVERNOS




Maria Inês Nassif (*) – Carta Maior

As ondas de pânico criadas em torno de casos de corrupção, desde Collor, têm servido mais a desqualificar a política do que propriamente moralizar a nossa democracia. Apesar da imensa caça às bruxas movida pela mídia contra os governos, em nenhum momento essa sucessão de escândalos, reais ou não, incluíram seriamente a opinião pública num debate sobre a razão pela qual um sistema inteiro é apropriado pelo poder privado, e, principalmente, porque não se questiona essa apropriação. O artigo é de Maria Inês Nassif.

A corrupção do sistema político merece uma reflexão para além das manchetes dos jornais tradicionais. Em especial neste momento que o país vive, quando a nova democracia completou 26 anos e a política, que é a sua base de representação, se desgasta perante a opinião pública. Este é o exato momento em que os valores democráticos devem prevalecer sobre todas as discordâncias partidárias, pois chegou no limite de uma escolha: ou diagnostica e aperfeiçoa o sistema político, ou verá sucumbi-lo perante o descrédito dos cidadãos.

O país pós-redemocratização passou por um governo que foi um fracasso no combate à inflação, um primeiro presidente eleito pelo voto direto pós-ditadura apeado do poder por denúncias de corrupção, dois governos tucanos que, com uma política antiinflacionária exitosa, conseguiram colocar o país no trilho do neoliberalismo que já havia grassado o mundo, e por fim dois governos do PT, um partido de difícil assimilação por parcela da população. Nesse período, a mídia incorporou como poder próprio o julgamento e o sentenciamento moral, numa magnitude tal que vai contra qualquer bom senso.

Este é um assunto difícil porque pode ser facilmente interpretado como uma defesa da corrupção, e não é. Ou como questionamento à liberdade de imprensa, e está longe disso. O que se deve colocar na mesa, para discussão, é até onde vai legitimidade da mídia tradicional brasileira para exercer uma função fiscalizadora que invade áreas que não lhes são próprias. Existe um limite tênue entre o exercício da liberdade de imprensa na fiscalização da política e a usurpação do poder de outras instituições da República.

Outra questão que preocupa muito é que a discussão emocional, fulanizada, mantida pelos jornais e revistas também como um recurso de marketing, têm como maior saldo manter o sistema político tal como é. É impossível uma discussão mais profunda nesses termos: a escandalização da política e a demonização de políticos trata-os como intrinsicamente corruptos, como pessoas de baixa moral que procuram na atividade política uma forma de enriquecimento privado. Ninguém se pergunta como os partidos sobrevivem mantidos por dinheiro privado e que tipo de concessão têm que fazer ao sistema.

Desde Antonio Gramsci, o pensador comunista italiano que morreu na masmorra de Mussolini, a expressão “nenhuma informação é inocente” tem pontuado os estudos sobre o papel da imprensa na formulação de sensos comuns que ganham a hegemonia na sociedade. Gramsci já usava o termo “jornalismo marrom” para designar os surtos de pânico promovidos pela mídia, de forma a ganhar a guerra da opinião pública pelo medo.

No Brasil atual, duas grandes crises de pânico foram alimentadas pela mídia tradicional brasileira no passado recente. Em 2002, nas eleições em que o PT seria vitorioso contra o candidato do governo FHC, a mídia claramente mediou a pressão dos mercados financeiros contra o candidato favorito, Luiz Inácio Lula da Silva. Tratava-se, no início, de fixar como senso comum a referência “ou José Serra [o candidato tucano] ou o caos”.

Depois, a meta era obrigar Lula e o PT ao recuo programático, garantindo assim a abertura do mercado financeiro, recém-completada, para os capitais internacionais. Em 2005, na época do chamado “mensalão”, o discurso do caos foi redirecionado para a corrupção. Politicamente, era uma chance fantástica para a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a única alternativa para se contrapor a um líder carismático em popularidade crescente era tirar de seu partido, o PT, a bandeira da moralidade. A ofensiva da imprensa, nesse caso, não foi apenas mediadora de interesses. A mídia não apenas mediava, mas pautava a oposição e era pautada por ela, num processo de retroalimentação em que ela própria [a mídia] passou a suprir a fragilidade dos partidos oposicionistas. Ao longo desse período, tornou-se uma referência de poder político, paralelo ao instituído pelo voto.

Eleita Dilma Rousseff, a oposição institucional declinou mais ainda, num país que historicamente voto e poder caminham juntos, e ao que tudo indica a mídia assumiu com mais vigor não apenas o papel de poder político, mas de bancada paralela. Dilma está se tornando uma máquina de demitir ministros. Nas primeiras demissões, a ofensiva da mídia deu a ela um pretexto para se livrar de aliados incômodos, nas complicadas negociações a que o Poder Executivo se vê obrigado em governos de coalizão num sistema partidário como o brasileiro. Caiu, todavia, numa armadilha: ao ceder ministros, está reforçando o poder paralelo da mídia; em vez de virar refém de partidos políticos que, de fato, têm deficiências orgânicas sérias, tornou-se refém da própria mídia.

As ondas de pânico criadas em torno de casos de corrupção, desde Collor, têm servido mais a desqualificar a política do que propriamente moralizar a nossa democracia. Mais uma vez, volto à frase de Gramsci: não existe notícia inocente. O Brasil saído da ditadura já trazia, como herança, um sistema político com problemas que remontam à Colônia. O compadrio, o mandonismo e o coronelismo são a expressão clássica do que hoje se conhece por nepotismo, privatização da máquina pública e falha separação entre o público e o privado. A política tem sido constituída sobre essas bases e, depois de cada momento autoritário e a cada período de redemocratização no país, seus problemas se desnudam, soluções paliativas são dadas e a cultura fica. Por que fica? Porque é a fonte de poderes – poderes privados que podem se sobrepor ao poder público legitimamente constituído.

O sistema político é mantido por interesses privados, e é de interesse de gregos e troianos que assim permaneça. Segundo levantamento feito pela Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma política, cerca de 360 deputados, em 513, foram eleitos porque fizeram as mais caras campanhas eleitorais de seus Estados. Com dinheiro privado. Em sã consciência, com quem eles têm compromissos? Eles apenas tiveram acesso aos instrumentos midiáticos e de marketing político cada vez mais sofisticados porque foram financiados pelo poder econômico. É o interesse privado quem define se o dinheiro doado aos candidatos e partidos é lícito ou ilícito.

O dinheiro do caixa dois passou a fazer parte desse sistema. Não existe nenhum partido, hoje, que consiga se financiar privadamente – como define a legislação brasileira – sem se envolver com o dinheiro das empresas; e são remotíssimas as chances de um político financiado pelo poder privado escapar de um caixa dois, porque normalmente é o caixa dois das empresas que está disponível. Num sistema eleitoral onde o dinheiro privado, lícito e ilícito, é o principal financiador das eleições, ocorre a primeira captura do sistema político pelo poder privado. E isso não acaba mais.

Esse é o âmago de nosso sistema político. A democratização trouxe coisas fantásticas para a política brasileira, como o voto do analfabeto, a ampla liberdade de organização partidária e a garantia do voto. Mas falhou no aperfeiçoamento de um sistema que obrigatoriamente teria de ser revisto, no momento em que o poder do voto foi restabelecido pela Constituição de 1988.

Num sistema como esse, por qualquer lado que se mexa é possível desenrolar histórias da promiscuidade entre o poder público e o dinheiro privado. Por que isso não entra, pelo menos, em discussão? Acredito que a situação permaneça porque, ao fim e ao cabo, ela mantém o poder político sob o permanente poder de chantagem privado. De um lado, os financiadores de campanhas se apoderam de parcela de poder. De outro, um sistema imperfeito torna facilmente capturável o poder do voto também por aparelhos privados de ideologia, como a mídia. Como nenhuma notícia é inocente, a própria pauta leva a relações particulares entre políticos e o poder econômico, ou entre a máquina pública e o partido político. A guerra permanente entre um governo eleito que tem a oposição de uma mídia dominante é alimentada pelo sistema.

O apoderamento da imprensa é ainda maior. Se, de um lado, a pauta expressa seu imenso poder sobre a política brasileira, ela não cumpre o papel de apontar soluções para o problema. Não existe intenção de melhorá-lo, de atacar as verdadeiras causas da corrupção. Apesar da imensa caça às bruxas movida pela mídia contra os governos, em nenhum momento essa sucessão de escândalos, reais ou não, incluíram seriamente a opinião pública num debate sobre a razão pela qual um sistema inteiro é apropriado pelo poder privado, inclusive e principalmente porque não se questiona o direito de apropriação do poder público pelo poder privado. A mídia tradicional não fez um debate sério sobre financiamento de campanha; não dá a importância devida à lei do colarinho branco; colocou a CPMF, que poderia ser um importante instrumento contra o dinheiro ilícito que inclusive financia campanhas eleitorais, no rol da campanha contra uma pretensa carga insuportável de impostos que o brasileiro paga.

Pode fazer isso por superficialidade no trato das informações, por falta de entendimento das causas da corrupção – mas qualquer boa intenção que porventura exista é anulada pelo fato de que é este o sistema que permite à imprensa capturar, para ela, parte do poder de instituições democráticas devidamente constituídas para isso.

(*) Texto apresentado no Seminário Internacional sobre a Corrupção, dia 7 de novembro de 2011, em Porto Alegre.

CHAMA O LADRÃO!




LEILA CORDEIRO* – DIRETO DA REDAÇÃO

Depois dizem que não dá para morar no Rio por causa da violência. Porque no Rio não se pode andar nas ruas, porque no Rio os arrastões pegam todo mundo em túneis e avenidas, porque no Rio as balas perdidas atingem inocentes a toda hora. Tudo bem, ninguém discute. Mas não dá para esconder que a violência em São Paulo está igual ou pior que a carioca.

Pelo andar dos acontecimentos a terra da Garoa está fazendo jus ao nome de suas principais vias de acesso à cidade chamadas de Marginais, quando o assunto é criminalidade. A quantidade de ocorrências policiais é tanta que chega a não caber nas primeiras páginas de sites e jornais de papel. São tantos e tão diferentes os tipos de crimes que deixam qualquer um com medo de andar pelas ruas da maior metrópole da América Latina.

Em agosto último, estava eu aguardando a mala na esteira do aeroporto internacional de São Paulo, quando fui abordada por um senhor de cabeça branca que me perguntou qual tipo de relógio eu estava usando e se portava bolsa ou bagagem que chamasse a atenção com laptop dentro. Respondi que não, que não estava usando nada “de marca” como o pessoal costuma dizer no Brasil.

O tal senhor pediu-me desculpas pela abordagem, mas que, ao me reconhecer e sabendo que moro fora do Brasil, sentiu-se na obrigação de me avisar de um novo golpe na praça.

Ele contou-me que andava a pé em uma rua movimentada dos Jardins, quando um homem se aproximou, sorridente, e deu-lhe um abraço como só grandes amigos se dão. Nesse abraço, ele já sentiu o cano de uma arma em suas costas, enquanto o “amigo” sorria e lhe dizia entredentes para sorrir também e fingir que o conhecia. A cena durou menos de um minuto, e o “amigo” saiu levando carteira, relógio e a bolsa com o laptop. E ainda se despediu sorrindo e falando “aparece lá em casa”.

Esse é apenas mais um golpe entre tantos que os paulistanos e inocentes turistas têm que enfrentar no dia a dia violento e perigoso nas ruas da capital paulista. Que o diga o turista francês, agredido sem nenhuma razão na tradicional Rua Augusta.

Por volta das duas da manhã, enquanto atravessava a rua com dois amigos, saindo de um restaurante, o francês sentiu uma pancada tão forte no rosto que pensou ter batido num poste. Mas não foi nada disso. Ele foi agredido por alguém que usava um “soco inglês” que lhe deixou sangrando com uma fratura que mereceu uma cirurgia de emergência Hospital das Clínicas. O agressor desapareceu e o pobre francês acha que, pela gratuidade da agressão, deve ter sido confundido com um homossexual, o que, segundo a polícia, é perfeitamente possível, pois há muitos outros casos de agressão desse tipo, registrados na mesma área, a maioria deles praticados pelos chamados “skinheads”, sempre com motivação homofóbica.

O turista francês comentou que, antes de ir à São Paulo, passou pelo Rio de Janeiro, onde circulou por ruas de grande movimento, passou perto das favelas cariocas e áreas pobres da cidade e não teve nenhum problema. Foi tê-lo numa região paulista considerada de classe alta e com fama de ser bem policiada. Ironia do destino?

Bem, mas pra terminar a coluna, não os casos de violência que são intermináveis, li a história de um outro homem que, ao passar pela portaria do prédio onde mora, no Morumbi, foi rendido por um bando de assaltantes que realizava naquele momento um arrastão nos apartamentos. O porteiro e os moradores que passavam eram levados para um quartinho no andar térreo, como manda o figurino desse tipo de assalto, que virou rotina nas duas principais metróploes brasileiras.

Mas o interessante nessa história, é que o morador resolveu ir à delegacia de polícia dar queixa do roubo, do qual ele e os demais moradores tinham sido vítimas. Em conversa informal com os policiais que estavam de serviço, nosso personagem ouviu deles o conselho mais absurdo e bizarro que poderia imaginar:

“O senhor deveria se mudar do Morumbi, é um bairro muito perigoso e quase todos os dias tem assalto ou nas ruas ou nos prédios”.

Chama o ladrão, chama o ladrão...

*Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Pembroke Pines, na Flórida.

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