terça-feira, 30 de agosto de 2011

PIDE MODERNA - AS “SECRETAS” ESTÃO MAIS QUE DESCREDIBILIZADAS!




ANTÓNIO VERÍSSIMO

ÂNGELO CORREIA SABE MAIS QUE O QUE DISSE

Ângelo Correia decerto anda arredio das ruas e das casas dos portugueses. Compreende-se, ele não se dá com a ralé. Nem nunca se deu, tirando aquele grupo do clube dos Pés Chatos que mais o via no tempo de tropa em Timor-Leste. Mas isso era mais novato. Foi em tempos ministro de governo PSD, ainda no tempo do PPD… e até inventou uma intentona. É o que comentam os da época.

Na atualidade chamam-lhe o Papa e mentor de Passos Coelho, nado e criado na sua coelheira. Coisas que o povinho diz… Mas que até fazem sentido. Os exagerados chegam ao descalabro de afirmar que é Ângelo que está a governar e que o Coelho é que dá a cara como primeiro-ministro. Coisas da política. Mas isso agora não importa nada. Governe quem quiser porque vai tudo dar ao mesmo: Fome e porrada não nos vai faltar. E a porrada será quando estivermos a rebentar de fome e formos para as ruas protestar. Com algum jeitinho até vão chegar a prender terroristas.

Mas Ângelo Correia é um democrata. Até tem amizades enérgicas com a alta roda do mundo. Alguns emires árabes e até príncipes e reis das arábias. Por isso está tão habituado aos luxos das arábias e esforça-se por governar para que a esses nada falte. Nem se mistura com a ralé por causa dos maus cheiros a suores do trabalho – mal remunerado, já se vê – que nem dá para consumir muita água nem comprar desodorizantes. Quase nem para a comida dá.

Voltamos ao princípio: ele, o Ângelo, anda mesmo arredio dos portugueses e do Portugal Real. Diz em “conversas” na SIC que os sucessivos casos noticiados podem descredibilizar os serviços de informação. Podem? Mas então não sabe o Ângelo que há imenso tempo que os portugueses vêem as secretas como os do antigamente da PIDE? Os portugueses até se sentem espiados e com as suas privacidades violadas mesmo em casa e quando falam mais a sério sobre o contra aos da laia dos Ângelos há sempre alguém dos presentes que diz: “fala mais baixo”.

Mas que credibilidade é que as “secretas” podem ter? Quem as constitui? Gente metida a besta nos partidos políticos da roda dos poderes. Alguns até por conta disso conseguiram os seus cursos superiores, os diplomas, os canudos. Sendo que agora são doutores e engenheiros e mais isto e aquilo. Tudo de podre, já se sabe.

Para as “secretas” estarem quase sempre envolvidas em escândalos é porque quem lá está não presta em honestidade, em decência, em respeito por direitos democráticos. Mais parece que os recrutam no Intendente e no Cais do Sodré, nos esconsos do proxenetismo e da prostituição. Parece ou será que é assim? Os portugueses estão muito convencidos que são sempre espiados. Mesquinhamente espiados, como fazia a PIDE. No tempo desses, dessa sigla, eles viam logo mal se alguém dissesse numa mercearia que queria uma posta de bacalhau delgado – por causa do “malandro” do general Humberto Delgado. E estes vão pelo mesmo diapasão. Talvez ainda mais doentios e sofisticados de canudo. Com a diferença de que é uma PIDE com outra sigla, com muita e boa tecnologia à disposição, com técnicas igualmente sofisticadas e doentias e… com a mesma ou pior má formação enquanto pessoas e cidadãos.

E lá anda o Ângelo nas conversas repletas de assertividade mas que não querem dizer nada porque são um grande faz-de-conta. Ele sabe muito mais do que aquilo que diz, como devemos imaginar e estar cientes. Quem o ouvir falar não o leva preso, como reza o dito. Vá, falem prá ai!

O melhor é acabar por aqui e avisar desde já que o meu telemóvel avariou e deixei de usar tal instrumento tecnológico… Mas se encostarem um ouvidinho nos esgotos talvez me ouçam a cantar no banho. Sim, porque o que eu penso e acho que devo de transmitir anda por aqui escrito. Por vezes até exagero. A propósito: por acaso não foi o SIS ou os das ilhargas que me baralhou a papelada da aposentação para me pressionar e fazer com que não pagasse as contas da internet e assim não andar por aqui a zurrar? Ironias da idade. Cabecinhas pensadoras!

Mas por cá nem tudo é muito mau. Vejam a peça da SIC porque quase que vale a pena. Pena só andar ali pela rama…

*Também publicado em Página Lusófona

GUINÉ-BISSAU ASSINA COM ÁFRICA DO SUL ACORDO PARA FORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE




FP - LUSA

Bissau, 30 ago (Lusa) -- A África do Sul vai apoiar a Guiné-Bissau na formação de médicos e na área da Saúde em geral e também na luta contra o paludismo, segundo um acordo hoje assinado em Bissau.

O acordo foi assinado no âmbito de uma visita de dois dias do vice-presidente da África do Sul, Kgalema Petrus Motlanthe, durante a qual também está a ser debatida a cooperação económica e a criação de linhas de crédito para empresários dos dois países.

Salientando os laços antigos entre o ANC (Congresso Nacional Africano) e o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), ambos no poder, o primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse que no âmbito da visita será retomada a cooperação em áreas como a dos minérios, sendo que outros acordos estão a ser analisados por delegações dos dois países.

O ministro da Saúde, Camilo Simões Pereira, disse aos jornalistas que o acordo vai permitir à Guiné-Bissau "garantir assistência técnica da África do Sul" na área da Saúde, quer no apoio à Faculdade de Medicina quer no apoio à formação e técnicos.

O responsável salientou o compromisso de serem formados 200 médicos até 2016, com o apoio de Cuba mas também agora da África do Sul.

"Também temos um outro projeto tripartido na luta contra o paludismo. Já tínhamos alinhavado com a Venezuela, mas como está um pouco atrasado acabámos por pedir o apoio da África do Sul e eles aceitaram a nossa proposta e irão financiar esse projeto", explicou o ministro, adiantando que hoje foi assinado o acordo genérico e que dentro de cerca de um mês uma delegação guineense assinará na África do Sul os acordos específicos.

A visita de dois dias do vice-presidente da África do Sul realiza-se a convite do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior. Na manhã de hoje o estadista sul-africano depositou uma coroa de flores no mausoléu de Amílcar Cabral.

Na tarde de hoje está prevista uma visita ao Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá.

*Foto em Lusa

PR cessante de Cabo Verde vai à tomada de posse do seu "amigo de longa data" Pinto da Costa




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 30 ago (Lusa) -- O Presidente de Cabo Verde vai assistir, a 03 de setembro, à tomada de posse do futuro chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, seu "amigo de longa data", disse hoje à Agência Lusa fonte oficial.

Anatólio Lima, chefe do Gabinete de Comunicação da Presidência cabo-verdiana, adiantou que Pedro Pires parte quinta-feira para São Tomé, regressando à Cidade da Praia a 04, um dia após a tomada de posse de Pinto da Costa.

Pedro Pires e Pinto da Costa são amigos de longa data, nomeadamente dos tempos em que ambos lutaram pela independência dos respetivos países, alcançada, em ambos os casos, em 1975.

Pinto da Costa foi Presidente de São Tomé e Príncipe entre 1975 e 1991 e Pedro Pires foi primeiro-ministro de Cabo Verde nesse mesmo período, "subindo" a chefe de Estado nas presidenciais de 2001 e reeleito em 2006.

A deslocação de Pedro Pires a São Tomé é a última enquanto chefe de Estado cabo-verdiano ao estrangeiro, uma vez que, a 09 de setembro, será substituído por Jorge Carlos Fonseca, eleito na segunda volta das presidenciais de Cabo Verde, realizadas a 21 deste mês.

*Foto em Lusa

GOVERNO ESPANHOL SERVIL COM OS CAPITALISTAS





Galiza - Institucional - CUT - A saída da crise está a ser tam descaradamente carregada no lombo da classe obreira que nos Estados Unidos, Warren Buffet, o terceiro homem mais rico do mundo "lamenta que os 'súper ricos dos Estados Unidos pagam poucos impostos enquanto os cidadaos de a pé carregam sobre as suas costas o peso das arcas públicas norteamericanas".

Algo semelhante aconteceu na França onde várias das maiores fortunas e dos principais empresários do país gaulês, incluindo a multimilionária herdeira de L'Oreal, Liliane Bettencourt, e os conselheiros delegados de multinacionais como Veolia, Danone, Total ou Société Générale, assinárom umha proposta na qual solicitam ao Governo que estabeleça umha "contribuiçom excepcional" que grave as rendas mais elevadas e colaborar assim no "esforço solidário" necessário para proteger o futuro económico do estado francês assinalando no próprio comunicado que "Somos conscientes de que nos beneficiamos plenamente do modelo".

Enquanto em França, com um governo de direitas, decidiu aplicar um imposto especial de 3% às rendas superiores a 500.000 € (claramente insignificante), o governo do Estado espanhol, absolutamente condicionado polos seus compromissos com a oligarquia, nom se atreve a tomar nem a mais leve das medidas contra os que provocárom a crise capitalista e explorárom a denominada bolha inmobiliaria até a sua explossom.

O goberno "socialista" do estado espanhol, para fazer mais tragadeiras as medidas antiobreiras, e cada vez que se dispom a legislar umha destas medidas, ameaça com aplicar um imposto deste mesmo ou semelhante tipo. Ao final nunca se legisla em contra de umha caste que no Estado espanhol controla descaradamente a classe política.

Isto ocorreu, de novo, Salgado anunciara quarta-feira numha entrevista na Ser que o Governo espanhol pensava aprovar um aumento da pressom fiscal às grandes fortunas. Concretamente, dixo que "Para um imposto novo sobre grandes fortunas nom há tempo. Para aumentar a pressom sobre as grandes fortunas, permita-me que esperemos à sexta-feira".

Finalmente no Conselho de Ministros da sexta, onde, junto com a consabida modificaçom constitucional, fôrom aprovadas novas medidas que redundam nas políticas favorecedoras de umha maior precarizaçom do mercado laboral: dar cabo do limite de fazer contratos temporários e um novo contrato de formaçom disto nom se falou para nada.

Perguntado ao respeito, o ministro Porta-voz, José Blanco, limitou-se a dizer que "é evidente que este tema nom se abordou no Conselho de Ministros porque, se se abordasse, eu informaria disso".

Sabemos a que interesses serve o governo espanhol atual e o que segundo parece governará depois do 20 de novembro. Estamos de olho diante da atitude dos grandes sindicatos aos que vimos reclamando um maior compromisso de classe e a convocatória doutra greve geral que valorize a classe de que somos representativos. Nós continuaremos com as mobilizaçons neste sentido. Nom temos outra saída.

FAI FALTA JÁ OUTRA GREVE GERAL!!

DE CÉTICOS A CÍNICOS




EMIR SADER – CARTA MAIOR, Blog do Emir

O ceticismo parece um bom refúgio em tempos em que já se decretou o fim das utopias, o fim do socialismo, até mesmo o fim da história. É mais cômodo dizer que não se acredita em nada, que tudo é igual, que nada vale a pena. O socialismo teria dado em tiranias, a política em corrupção, os ideais em interesses. A natureza humana seria essencialmente ruim: egoísta, violenta, propensa à corrupção.

Nesse cenário, só restaria não acreditar em nada, para o que é indispensável desqualificar tudo, aderir ao cambalache: nada é melhor, tudo é igual. Exercer o ceticismo significa tratar de afirmar que nenhuma alternativa é possível, nenhuma tem credibilidade. Umas são péssimas, outras impossíveis. Alguns órgãos, como já foi dito, são máquinas de destruir reputações. Porque se alguém é respeitável, se alguma alternativa demonstra que pode conquistar apoios e protagonizar processos de melhoria efetiva da realidade, o ceticismo não se justificaria.

Na realidade o ceticismo se revela, rapidamente, na realidade, ser um cinismo, em que tanto faz como tanto fez, uma justificativa para a inércia, para deixar que tudo continue como está. Ainda mais que o ceticismo-cinismo está a serviço dos poderes dominantes, que costumam empregar esses otavinhos, dando-lhes espaço e emprego.

Seu discurso é que o mundo está cada vez pior , à beira da catástrofe ecológica, tudo desmorona e outros cataclismos. Concitam a essa visão pessimista, ao ceticismo e a somar-se à inercia, que permite que os poderosos sigam dominando, os exploradores sigam explorando, os enganadores – como eles – sigam enganando.

Por mais que digam que tudo está pior, que o século passado foi um horror – como se o mundo estivesse melhor no século XIX -, que nada vale a pena, não podem analisar a realidade em concreto. Para não ir mais longe, basta tomar a América Latina – tema sobre o qual a ignorância dessa gente é especialmente acentuada. Impossível não considerar que o século XX foi o mais importante da sua história, o primeira em que a região começou a ser protagonista da sua historia. De economias agro exportadoras, se avançou para economias industrializadas em vários países, para a urbanização , para a construção de sistemas públicos de educação e de saúde, para o desenvolvimento do movimento operário e dos direitos dos trabalhadores.

Mas bastaria concentrar-nos no período recente, no mundo atual, para nos darmos conta de que as sociedades latino-americanas – o continente mais desigual do mundo – ou pelo menos a maioria delas, avançaram muito na superação das desigualdades e da miséria. Ainda mais em contraste com os países do centro do capitalismo, referência central para os cético-cínicos, que giram em falso em torno de políticas que a América Latina já superou.

As populações da Venezuela, da Bolívia, do Equador, estão vivendo muito melhor do que antes dos governos de Hugo Chavez, de Evo Morales e de Rafael Correa. A Argentina dos Kirdhcner esta’ muito melhor do que com Menem. O Brasil de Lula e de Dilma esta’ muito melhor do que com FHC.

Mas o ceticismo-cinismo desconhece a realidade concreta, não conhece a história. É pura ideologia, estado de ânimo, que dá cobertura aos poderosos, lado que escolheram, ao optar por deixar o mundo como ele está. Trata de passar sentimentos de angustia diante dos problemas do mundo, mas é apenas uma isca para fazer passar melhor seu compromisso com que o mundo não mude, continue igual. Até porque a vida está bem boa para eles que comem da mão dos ricos e poderosos.

Ser otimista não é desconsiderar os graves problemas de toda ordem que o mundo vive, não porque a natureza humana seja ruim por essência, mas porque vivemos em um sistema centrado no lucro e não nas necessidades humanas – o capitalismo, na sua era neoliberal.
 Desconhecer as raízes históricas dos problemas, não compreender que é um sistema construído historicamente e que, portanto, pode ser desconstruído, que teve começo, tem meio e pode ter fim. Que a história humana é sempre um processo aberto de alternativas e que triunfam as alternativas que conseguem superar esse ceticismo-cinismo que joga água no moinho de deixar tudo como está, pela ação consciente, organizada, solidária dos homens e mulheres concretamente existentes.

*Postado por Emir Sader

MARCHA ESTUDANTIL EM BRASÍLIA VAI PRESSIONAR GOVERNO E CONGRESSO




NAJLA PASSOS - Especial para a Carta Maior

União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende levar 20 mil manifestantes à capital federal na quarta-feira (31) para reinvindicar que investimento em educação seja de 10% do PIB e de metade das riquezas do pré-sal. Ameaçada de morte, líder estudantil chilena Camila Vallejo participa do ato e de audiência pública no Congresso.

BRASÍLIA – Depois de ser ocupada por “margaridas” e por sem-terras, a Esplanada dos Ministérios será, pela terceira semana seguida, palco de manifestações de movimentos sociais. Desta vez, são os estudantes que vão pressionar governo e Congresso, com uma marcha na próxima quarta-feira (31). A União Nacional dos Estudantes (UNE) tem duas bandeiras principais. Aumentar o investimento em educação para 10% do produto interno bruto (PIB). E destinar ao setor metade das riquezas do pré-sal.

Segundo a entidade, 20 mil estudantes estarão em Brasília participando da marcha. O ato encerrará um mês de mobilizações estudantis feitas em todo o país, naquilo que a UNE batizou de “agosto verde e amarelo”. “Foi neste mês de mais pressão dos movimentos sociais que a nossa pauta entrou mais no Planalto”, disse à Carta Maior o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

As atividades terão início às 9 horas, em frente ao Banco Central (BC), onde os estudantes pretendem se unir a sindicalistas e camponeses, para protestar contra a alta taxa de juros. No fim da quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anuncia se mexe ou não nos juros.

Do Banco Central, os estudantes seguirão para o Palácio do Planalto, para tentar entregar a pauta de reivindicações nas mãos da presidenta Dilma Roussef. Por ora, não há uma agenda marcada da presidenta com a UNE. Mas, no início do dia, Dilma deve se reunir com o ministro da Educação, Fernando Haddad, para discutir a situação do setor.

“Falta ousadia para o governo quando a discussão gira em torno dos 10% do PIB para a educação. Existe, claro, uma melhora no setor, mas ainda é tímida. Dessa forma, o Brasil desperdiça uma oportunidade única de investir na juventude e dar um salto significativo na educação”, afirma Iliescu.

PNE e Pré-sal

Durante a jornada, a direção da UNE participará de uma audiência pública, no Congresso, convocada para discutir o novo Plano Nacional de Educação (PNE). O projeto, que tramita na Câmara dos Deputados, foi construído a partir das propostas debatidas na Conferência Nacional de Educação, muitas delas propostas pelo movimento estudantil.

O novo PNE propõe que o setor público amplie os investimentos em educação dos atuais 4,8% do PIB para 7%, até 2020. Os estudantes, entretanto, reivindicam que o percentual atinja 10% até 2014. O pleito é ousado. No ano passado, o gasto federal com toda a área social foi de 15% do PIB, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os 10% do PIB em educação também levam em conta dinheiro estadual e municipal.

Os estudantes vão cobrar ainda que a presidenta reveja o veto do ex-presidente Lula ao trecho da Lei do Pré-sal que estipulava a aplicação de 50% do fundo social na área da educação, conforme previa campanha lançada em 2009 pela UNE. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional, mas vetada pelo poder executivo no final de 2010.

Solidariedade internacional

Os manifestantes participarão ainda de audiência pública convocada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara em solidariedade aos estudantes chilenos, vítimas da truculência do governo daquele país. No último protesto promovido pelos chilenos em prol de melhorias na educação, na última quinta-feira (25/8), um estudante foi assassinado e outros ficaram feridos.

A líder estudantil Camila Vallejo, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), participará do ato, que encerra a Jornada Nacional de Lutas, tradicionalmente promovida pelos movimentos estudantis, sindicais e sociais, no mês de agosto. Camila tem recebido ameaças de morte.

PESSIMISMO TOMA CONTA DOS CONSUMIDORES




EUDORA RIBEIRO - ECONÓMICO

Este é um Verão deprimente com a confiança dos consumidores a cair de forma abrupta tanto em Bruxelas como em Nova Iorque.

A confiança dos consumidores norte-americanos afundou em Agosto para o valor mais baixo desde Abril de 2009, devido ao agravamento das perspectivas em relação ao mercado de trabalho, os rendimentos e as condições de negócio.

Dados divulgados ao início da tarde mostraram que o índice do Conference Board tombou para os 44,5 pontos em Agosto, depois dos 59,2 pontos registados em Julho. Foi a maior quebra desde Outubro de 2008, logo depois da falência da Lehman Brothers, e uma evolução pior do que a esperada pelos economistas sondados pela Bloomberg, que antecipavam um recuo para os 52 pontos este mês.

A taxa de desemprego acima dos 9%, a descida dos preços das casas e a elevada volatilidade dos mercados accionistas registada este mês, são factores que motivaram um aumento do pessimismo entre os consumidores da maior economia do mundo.

Mas os mesmos factores também aumentaram as preocupações do lado de cá do Atlântico. Esta manhã, a Comissão Europeia revelou que o sentimento dos consumidores e empresários na zona euro caiu em Agosto para 98,3, face ao registo de 103 verificado no mês anterior. Foi a maior queda desde Dezembro de 2008 e o valor mais baixo desde Maio de 2010, o mês que se seguiu ao pedido oficial de ajuda externa por parte da Grécia.

Também aqui a quebra da confiança foi maior do que o esperado. Os economistas sondados pela agência Bloomberg apontavam para uma queda até 102.

"O pessimismo dos consumidores é compreensível", disse Ryan Seet, economista sénior da Moody's, frisando que "o mercado de trabalho enfraqueceu notoriamente nos meses passados e os preços das acções desceram bastante este mês".

NOBRE POVO, NAÇÃO VALENTE?




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

O secretário-geral do PSD, Matos Rosa, considerou hoje que o trabalho que os portugueses têm pela frente para superar a crise é um "trabalho colossal", acreditando que o país vai "conseguir" superar esta dificuldade.

E se ao "trabalho colossal" para superar a crise juntarem o "trabalho colossal" para aturar os políticos, tanto os que estão no poder como os que já lá estiveram, para além dos que lá querem estar, bem podem ser considerados um nobre povo numa eventual nação valente.

"Os desafios que nos colocam não têm precedentes na democracia portuguesa. Sim, o trabalho que temos pela frente é um trabalho colossal, sim, absolutamente colossal", afirmou Matos Rosa em Castelo de Vide, Portalegre, durante a sessão de abertura da Universidade de Verão do PSD que decorrerá naquela vila alentejana até domingo.

E se é um "trabalho colossal" para muitos, o que dirão os mais de  800 mil desempregados, os 20% que já vivem sem comer e os outros 20% que vivem (isto é como quem diz) com o espectro da fome a bater à porta?

Na mesma sessão, o 'reitor' e director da Universidade de Verão, Carlos Coelho, sublinhou que os 100 'alunos' que compõem a edição deste ano daquela iniciativa do PSD são uma "verdadeira selecção nacional", sublinhando ainda que os escolhidos "são os melhores".

Pois. São os melhores, os mais capazes para um partido, para um sistema, em que os "jobs" são para os "boys", em que os génios são menos importantes do que os néscios desde que estes tenham cartão do partido.

E nessa selecção nacional não estão os licenciados que para sobreviver estão a guiar táxis, a fazer embrulhos em lojas de roupa ou a servir às mesas nos cafés do país.

Mais uma vez, e só lá está há dois meses, o Governo simula que quer alterar o (mau) estado das coisas mas de facto é mais a parra do que a uva. Mais o acessório do que o essencial. Mais o oportunismo do que o realismo. Mais a embalagem do que o produto.

Seguindo “ipsis vervis” a metodologia que tanto criticou no PS, o PSD está a estacionar, com algumas raras excepções, as suas peças em sectores relevantes.

Na comunicação social, por exemplo,  ainda não se notou mas está a chegar lá. Continua a valer a regra socialista de que mais vale ser um propagandista de barriga (bem) cheia do que um ilustre Jornalista com ela vazia.

Tal como John Kennedy, também Passos Coelho diz que: "É a altura, não de perguntar aquilo que o Governo pode fazer por nós, mas aquilo que todos podemos fazer pelo Governo".

(A tradução da frase de Kennedy para português é : "quem pode manda")

É claro (para mim - entenda-se) que este Governo (ao contrário dos leves e iniciais indícios e de alguns – embora poucos – competentes que o integram) está-se nas tintas para os portugueses que não têm coluna vertebral amovível.

Porquê? Porque, cada vez mais, os portugueses sabem que é sempre possível ter um cartão do partido no meio de tantos outros, mesmo que a validade seja curta.

Sabem que, sendo do partido, haverá sempre um lugar como assessor, como especialista ou como super qualquer coisa.

Como diz Inês Pedrosa, "temos cada vez mais jornalistas que saltam das redacções para se tornarem criados de luxo do poder vigente". E a regra não é exclusiva dos jornalistas.

E, é claro, depois dessa rodagem há sempre a possibilidade de ver criados saltarem do poder para serem sobas nas empresas, fundações, institutos e similares com especialização em estar sempre de acordo com os seus donos.

Tal como conheço pessoas de alto nível cultural que são motoristas de táxi, repositores de produtos em supermercado, fazedores de embrulhos em lojas e, é claro, desempregados, também conheço políticos e similares (deputados, autarcas, administradores de empresas públicas, institutos etc.) que deveriam ser motoristas de táxi, repositores de produtos em supermercado, fazedores de embrulhos em lojas e, é claro, desempregados.

A diferença entre eles não está na origem do “dr.” (quem diz doutor, diz engenheiro) mas nas ligações partidárias que, a par ou não da competência, são muito mais do que meio caminho andado para se ter um bom tacho.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Portugal: GOVERNO APRESENTA AMANHÃ “CORTE HISTÓRICO” NA DESPESA




MARIA ADAM - ECONÓMICO

O Governo apresenta amanhã às 15h o documento que deverá conter o já anunciado corte “histórico da despesa”.

Este plano vai ainda incluir o cenário macroeconómico e orçamental a quatro anos. A apresentação do documento será feita pelo ministro das finanças, no salão nobre daquele ministério.

Vítor Gaspar, garantiu no inicio do mês que este documento incluirá também "os objectivos fixados em termos de sustentabilidade das finanças públicas", bem como as medidas definidas no programa de assistência económica e financeira "e outras que o Governo decida apresentar".

No entanto, recentemente, fonte oficial do Ministério das Finanças afirmava que este documento será apenas "um documento estratégico, com as linhas gerais de política orçamental".

Portugal - Parlamento: PARTIDOS APROVAM AUDIÇÃO DO EX-DIRETOR DO SIED




INÊS DAVID BASTOS - ECONÓMICO

A audição de Jorge Silva Carvalho, ex-director do SIED, foi aprovada esta tarde no Parlamento aprovada no parlamento.

O ex-director do SIED vai ser ouvido por alegadas fugas de informação para o grupo Ongoing, proprietário do Económico, para o qual agora trabalha.

Jorge Silva Carvalho nega ter violado o segredo de Estado e ontem, em contacto telefónico com Fernando Negrão, presidente da comissão dos assuntos constitucionais, reiterou que quer ser ouvido pelos deputados.

O requerimento do PS para ouvir o ex-director do SIED foi aprovado com os votos a favor do PS, PSD, CDS, Bloco de Esquerda e PCP, isto e, unanimidade.

Já a audição parlamentar de Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), foi chumbada com os votos do PSD e do CDS. A maioria de direita recusa ouvir nesta fase - em que decorrem inquéritos sobre alegadas práticas ilegais nas secretas, um dos quais a pedido do primeiro-ministro - funcionários das secretas em exercício de funções

Portugal - Secretas: JORNALISTA NUNO SIMAS APRESENTA QUEIXA-CRIME




PP – TVI 24

Nuno Simas avança com processo por devassa da vida privada

O jornalista Nuno Simas vai apresentar uma queixa-crime ao Ministério Público por devassa da vida privada, na sequência da alegada espionagem feita pelos serviços secretos ao seu telemóvel, em 2010, quando trabalhava no jornal «Público».

Numa declaração à Lusa, Nuno Simas referiu que já deu instruções ao seu advogado para que apresente uma queixa-crime para esclarecer aquilo que parece ser uma devassa da vida privada e que o processo deverá dar entrada no Ministério Público ainda esta semana.

«Pedi ao meu advogado para apresentar uma queixa-crime para esclarecer aquilo que parece ser uma devassa da minha vida privada», disse.

O semanário «Expresso» noticiou no sábado que o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) «espiou» o telemóvel de Nuno Simas «com o objectivo de descobrir as eventuais fontes do jornalista», tendo tido acesso à factura detalhada das chamadas e das mensagens.

A queixa do actual director adjunto de Informação da agência Lusa junta-se à do jornal «Público», que já anunciou que vai pedir às autoridades competentes a abertura de um inquérito para investigar a alegada espionagem.

«A direcção do «Público» já reuniu e entende que deve ser aberto um inquérito para apurar responsabilidades. Vamos contactar com as autoridades e perceber quais são os passos concretos que devem ser dados», afirmou no sábado à Lusa a directora do jornal, Bárbara Reis, acrescentando que «um caso destes não pode ficar impune».

A própria Procuradoria-Geral da República anunciou no sábado que iria abrir um inquérito no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, onde já correm outros processos referentes a escutas.

A alegada espionagem ilegal feita pelo SIED ao telemóvel do jornalista também preocupou o primeiro-ministro, que ordenou ao secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira, a abertura de um inquérito sobre um assunto que considera de «grande gravidade».

De acordo o gabinete de Passos Coelho, o chefe do Governo considera que este assunto deve ser «plenamente e cabalmente investigado e esclarecido».

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) também revelou que vai abrir um processo de averiguações ao caso.

Por sua vez, o Sindicato dos Jornalistas repudiou «veementemente» a alegada espionagem ao jornalista pelos serviços secretos, considerando que foi violada a lei sobre conservação de dados de comunicações por uma autoridade sem competência para aceder a essas informações.

FURACÃO KÁTIA PODE ATINGIR ILHAS DE CABO VERDE




PO – TVI 24

Prevista intensidade máxima para quarta ou quinta-feira

Uma nova tempestade tropical formada no oceano Atlântico está a dirigir-se para cabo Verde, avança o Centro Nacional de Furacões dos Estados.

«Espera-se que Katia atinja intensidade de furacão quarta ou quinta-feira», revela o instituto.

A tempestade encontra-se nesta altura a 860 quilómetros do arquipélago e foi levantado alerta devido aos ventos de 64 quilómetros por hora que já se fazem sentir, noticia a agência Reuters.

Vice-PM lembra coragem de timorenses que com "lápis e caneta" decidiram futuro do país




MSE - LUSA

Díli, 30 ago (Lusa) -- O vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, José Luís Guterres, lembrou hoje, dia em que se assinalada o 12.º aniversário do referendo da independência, a coragem de todos os timorenses que através do "lápis e da caneta" decidiram o futuro do país.

"30 de agosto é um dia importante para a história do povo de Timor-Leste. Foi o dia em que por meio do lápis e da caneta o povo de Timor-Leste decidiu o seu futuro", afirmou o vice-primeiro-ministro timorense.

José Luís Guterres falava à Agência Lusa à margem na cerimónia de apresentação das futuras instalações do arquivo e museu da resistência timorense, que deverá ser inaugurado em maio do próximo ano.

"Hoje comemoramos, lembrando todos aqueles que participaram na votação, porque naquela altura foi preciso muita coragem para ir às urnas, havia assassinatos, ameaças de toda a ordem, por isso, àqueles que com coragem e voluntariamente lá estiveram e votaram para que este país fosse independente, nós prestamos toda a homenagem", sublinhou José Luís Guterres.

Para o vice-primeiro-ministro, celebrar o "30 de agosto no museu da resistência torna o dia ainda mais memorável".

"O Museu da Resistência representa a história daquilo que foi a luta do povo de Timor-Leste e é extremamente importante que as novas gerações e as presentes saibam aquilo que os outros fizeram para eles terem liberdade", disse.

O chefe das Forças de Defesa de Timor-Leste, major-general Taur Matan Ruak, destacou que 12 anos depois do referendo é preciso "pensar no futuro, pensar como desenvolver o país e em como transmitir a memória aos mais jovens".

Sobre o museu, que fez a sua primeira exposição há dez anos, o major-general disse que é uma forma de "homenagear todos aqueles que deram a vida pelo país e o povo de Timor-Leste".

KONSULTA POPULAR BA DALA XII, POVU BARAK SEI HALERIK NAFATIN




DOMINGOS SILVA - CJITL

CJITL Flash, Loron 30 de Agustu Hanesan loron istoriku iha ba Timor Oan tomak, tanba ne’e Timor  oan hotu tenke halo Reflesaun ba lalaok ukun a’an ida ne’e, Loron ne’e mak Timor Oan tomak desidi hodi Hakotu a’an husi Indonezia.

Tuir Estudante Universidade Nasional Timor Lorosae -UNTL, Maria da Costa  husi Fakuldade Fisipol  hateten katak loron 30 de Agostu nudar loron istoriku ida ba povu Timor tomak, husi rai ulun to’o rai ikun, tanba loron ne’e mak determina vitoria ba ukun rasik a’an.

“Ukun a’an ne’ebe povu Maubere luta iha 1975, povu rihun ba rihun mak mate, ruin haklekar lemo-lemo, to’o ikus nia rezultadu mak hakotu iha 30 de Agostu 1999 liu husi Konsulta Popular” dehan Maria da Costa iha Kaikoli Dili, segunda 29/8.

Liu husi Konsulta Popular ne’e povu konsege sai husi nakukun hodi ukun rasik a’an, Maibe ukun rasik a’an ida ne’e, fo deit benefisiu ba ema balun, tanba Povu barak sedauk senti rezultadu husi ukun a’an iha ne’e.

Nune’e mos Julio Margues hateten antes atu hetan ukun rasik a’an liu husi prosesu ne’ebe mak haruk,  Ema barak  lakon familia, barak lakon Inan Aman hodi sosa Liberdade,  maibe to’o hetan Liberdade Povu sei halerik nafatin.

“Iha loron 30 de Agustu 1999 Povu  Timor determina nia objektivu hodi ukun rasik a’an, loron ne’e loron importante tebes ba Povu Timor tomak, hanesan loron istoriku ida iha Nasaun ida ne’e”  dehan Julio.

Nia mos husu ba Estadu atu halo reflesaun, hodi tau mos atensaun ba povu kiik sira ne’ebe mak la iha kbiit atu nune’e sira bele aprobeita  ukun a’an ida ne’e, tanba ita hare katak ukun a’an ne’e fo Benifisiu deit ba ema balun.

Iha momentu luta ba ukun a’an Povu ain tanan sira mak luta hodi hetan ukun rasik a’an, maibe agora Povu ema sei tau ba kotuk nafatin, povu barak sei halerik nafatin.

Julio hahatutan katak ukun a’an ida ne’e liu husi prosesu ne’ebe mak naruk, povu barak mak mate, barak lakon nia familia, barak halai fahe malu ho Inan Aman.(CJITL Internship)

O Referendo de 30 de Agosto de 1999 em Timor-Leste, de José Júlio Pereira Gomes


Konis Santana

Bertrand Livreiros

LITERATURA

Este é um livro inédito na abordagem de um tema ainda muito pouco explorado, isto é, todo o processo de negociação que levou ao Acordo de Nova Iorque de 5 de Maio de 1999, o acto da consulta popular, a acção das Nações Unidas na implementação do Acordo, o papel de Portugal e de outros actores.

Trata-se de uma obra séria, escrita por alguém que conhece o dossier de Timor Leste a fundo e que esteve no olho do furacão, em Díli, nos meses mais sangrentos da história do povo maubere […]

Os observadores portugueses comportaram-se sempre com correcção, muita coragem e sacrifício, com a prudência e a distância necessárias ao estatuto de Portugal em todo um processo extremamente delicado, sem aventureirismo e protagonismo exagerado.

Aliás, uma das grandes virtudes da diplomacia portuguesa foi a de nunca ter tido a veleidade e a imprudência de se substituir aos próprios timorenses, de manter a distância e a discrição necessárias, mas, ao mesmo tempo, agir com determinação na defesa de uma causa justa. Nunca é fácil conseguir-se esse equilíbrio.

O José Júlio Pereira Gomes chefiou a Missão. Foi uma tarefa hercúlea, ingrata, mas, ao mesmo tempo, generosa e com a recompensa moral de fazer parte de uma verdadeira epopeia. Parabéns são devidos à Missão no seu todo.

(Do prefácio de José Ramos Horta)

*O Referendo de 30 de Agosto de 1999 em Timor Leste de José Júlio Pereira Gomes

Edição/reimpressão: 2001 - Páginas: 248 - Editor: Gradiva Publicações

Veja outros títulos do tema
A Ilha Verde e Vermelha de Timor - Alberto Osório de Castro

Timor-Leste: O REFERENDO DE 30 DE AGOSTO DE 1999




ÂNGELA CARRASCALÃO – TIMOR*

Timor, Timor, tão longe, tão perto! Timor Lorosae!

No dia do Referendo, a esperança e os sonhos eram imensos! Em Lisboa, a 30 de Agosto de 1999, eu, bem como outros tantos milhares de compatriotas escolhemos conscientemente, quisemos a independência! No estrangeiro, fosse em Lisboa ou em Sidney, o cenário era o mesmo: alegria, abraços, emoção pela certeza de que estávamos a escolher o nosso destino! Naquele dia memorável, materializava-se o sonho! Nós traçámos o nosso destino. Votámos pela independência!

Por essa altura, havia algo que nos enchia de orgulho: éramos todos timorenses! Unidade, era a palavra de ordem trazida da Convenção de Peniche quando, em Abril de 1998, o Conselho Nacional de Resistência Timorense substituiu o Conselho Nacional de Resistência Maubere, num sinal claro de que nada mais nos desunia e todos éramos poucos para defender Timor! Então, ninguém falava de puros ou mestiços, Lorosae ou Loromonu, de dentro ou de fora...

Os grandes males de Timor-Leste herdados do passado recente persistem. Os desafios são enormes. Em todas as áreas: na Justiça, na Saúde, na Educação, na Defesa e na Segurança, nas Infra-estruturas, na Administração Pública ou na Economia. Continuamos com falta de recursos humanos. Lutamos pela consolidação da nossa identidade. Quase nos deixámos levar pelos que apostaram em nos transformar no novíssimo Estado falhado deste milénio! Acordámos a tempo e percebemos que a nossa impreparação enquanto país independente aliada à nossa pequenez geográfica não é entrave para a manifestação da nossa soberania, da defesa dos nossos direitos e aprendemos a defendê-los sem receio de ferir as susceptibilidades e os interesses dos nossos vizinhos.

É verdade que campeiam a corrupção e a impunidade, a violência doméstica, o trabalho infantil, a prostituição, o desemprego. Mas é ainda verdade que, a par da edificação do Estado, a condição de país pós-conflito obriga necessariamente à tarefa hercúlea de recomposição da desestruturada sociedade timorense. Não é uma desculpa para os males que assolam o país nem sequer justifica o ainda mau estado em que nos encontramos. Mas é uma explicação válida para os altos e baixos por que temos passado...

A batalha pela conciliação, pelo desenvolvimento, pela construção da paz e do Estado é lenta, difícil! Não é, contudo, impossível!

Paulatinamente, vamos construindo o Estado de Timor-Leste. Um Estado de direito consagrado na Constituição da República, democrático, soberano, independente e unitário, baseado na vontade popular e no respeito pela dignidade da pessoa humana, com reconhecimento e valorização das normas e dos usos costumeiros.

Queremos, temos a convicção profunda – ainda que de vez em quando nos ponhamos em causa - que Timor-Leste será terra do leite e do mel e, como costumamos dizer quando as coisas não nos correm de feição, se não for nos nossos dias, será nos dos nossos vindouros. Contudo, e ainda que o leite e o mel tardem a chegar a esta terra, estou certa de que nenhum dos timorenses que votou pela independência naquele dia histórico de 30 de Agosto de 1999 põe em causa a sua escolha. A essa escolha consciente, a essa vontade tão profundamente interiorizada de independência, apenas temos agora de acrescentar determinação, união de esforços e trabalho! Por Timor-Leste! Para que se cumpra na plenitude o desígnio do Referendo de 30 de Agosto de 1999.

*Ângela Carrascalão - Sexta-feira, Agosto 28, 2009 ("Timor" é um blogue do jornal Público que tem estado inativo)

Filipinas: PRESIDENTE VISITA A CHINA À PROCURA DE INVESTIMENTO




DM - LUSA

Manila, 30 ago (Lusa) -- O presidente das Filipinas, Benigno Aquino III, inicia hoje uma visita de uma semana à China na tentativa de estreitar negócios com Pequim, deixando de lado as atuais disputas territoriais de ilhas no Mar do Sul da China.

O líder das Filipinas lidera uma delegação composta por cerca de 300 empresários numa visita em que se prevê que seja acordado entre os dois países um plano para desenvolvimento económico a cinco anos, que visa aumentar o comércio bilateral em seis vezes para um total de 60 milhões de dólares norte-americanos.

A maior parte do investimento será feito pela China em autoestradas, manufatura, estaleiros portuários, minério e turismo, uma vez que a economia filipina continua a crescer e o Governo de Aquino procura fundos para aumentar a despesa no lado do apoio social de modo a reduzir a pobreza no país, uma promessa que se destacou no período de eleições.

A China tem-se deixado ficar para trás no que toca aos negócios com as Filipinas, figurando como o terceiro maior parceiro comercial de Manila, a seguir aos Estados Unidos e Japão, algo que se evidenciou na era de Gloria Macapagal Arroyo na sequência dos escândalos de corrupção.

A disputa territorial sobre a soberania de ilhas no Mar do Sul da China entre os dois países deve ser um dos assuntos que ficará de fora das conversas de Aquino com dirigentes chineses, com o presidente das Filipinas a referir antes da visita que ambas as nações pretendem resolver de forma pacífica o conflito que "poderá oferecer uma oportunidade" para que a relação entre a China e as Filipinas fique mais forte.

Nova Zelândia: DANOS CAUSADOS POR SISMOS ULTRAPASSAM OS 11 MM€




DM - LUSA

Sidney, Austrália, 30 ago (Lusa) -- Os custos da reconstrução na sequência dos sismos de 2010 e de 2011, que abalaram a cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, superam os 20.000 milhões de dólares neozelandeses (11.700 milhões de euros), informou hoje a imprensa local.

O Governo indicou que vai aumentar a sua contribuição dos 4.000 milhões de dólares neozelandeses (2.300 milhões de euros) para 7.100 milhões de dólares (cerca de 4.100 milhões de euros), ao passo que o restante será proveniente do investimento privado.

O custo total, inicialmente calculado em pelo menos 15.000 milhões de dólares neozelandeses (cerca de 8.000 milhões de euros), será equivalente a dez por cento da despesa pública.

O ministro das Finanças, Bill English, afirmou que a revisão em alta das despesas deve-se ao facto de se ter subestimado os danos provocados pelo sismo de magnitude 6,3, de 22 de fevereiro, que atingiu a cidade de Christchurch e que causou a morte de mais de 180 pessoas e gerou centenas de réplicas.

Desde setembro de 2010, foram registados na região mais de 7.500 sismos e réplicas.

Timor-Leste: “ANTES SÓ TINHA UM INIMIGO, AGORA TENHO VÁRIOS”





O grande “culpado” de colocar Timor-Leste na agenda internacionail encontra-se precisamente no mais novo país asiático. Intrinsecamente ligado ao massacre de Santa de Cruz, Max Stahl fala do passado e do futuro. O presente, o aqui e o agora, é em Díli, no Memorial Hall.

Uma rápida busca na internet pelo nome do jornalista inglês e obtemos algo como “British filmmaker and journalist Max Stahl filmed Indonesian troops firing upon protestors at the Santa Cruz cemetery in Dili in November 1991.” E porque não no Médio Oriente ou América Latina, locais onde igualmente esteve presente?

“Aqui em Timor tive oportunidade de conhecer pessoas e estudantes que lutavam e resistiam. Fiquei admirado com a coragem destas pessoas e dos princípios que tinham, prontos para sacrificar a vida, em benefício dos outros, “ diz Max Stahl num português perfeito.

No final dos anos 80 , Timor tinha pouca expressão junto da comunidade internacional e o Massacre de Santa Cruz foi “um pequeno milagre. As imagens dos jovens a resistirem pacificamente sem armas, contra a opressão e a violência do exército indonésio, tornaram-se numa força simbólica de resistência. A vontade de um povo contra a violência da ditadura passou todas as fronteiras, “ sublinha.

Onde se encontrava Max Stahl no dia 30 de Agosto de 1999?

“No dia 30 de Agosto estava em Alor [ilha situada no sudoeste da Indonésia, a norte da ilha de Timor] num barco de pesca, que rumava a umas ilhas perto da Papua Nova Guiné. Como os indonésios não me deixavam entrar em Timor, convenci-os a pelo menos deixarem-me em Ataúro,” relembra.

O resto já é sobejamente conhecido, contudo há um dado curioso. “Na altura dos resultados do referendo, estava em Díli à procura de alguns colegas que já estavam por Díli. Eu estava juntamente com o meu filho, de 14 anos, vindo de Bali e sem saber ao certo o que se estava a passar. Consegui enviá-lo de volta no dia 5 de Setembro, no último avião, com Eurico Guterres [chefe das milícias Aitarak, envolvido em diversos massacres, como o da Igreja de Liquiça] ao seu lado.”

9 Anos depois

O bebé nasce, começa por gatinhar, balbucia algumas palavras, dá os primeiros passos e já não depende do leite materno. O corpo desenvolve-se , mas chega a uma altura em que esbarra-se nos “porquês”. Em português diz-se “a idade dos porquês” e a crise de 2006 veio precisamente aos 4 anos de idade desta jovem nação chamada Timor-Leste. Porquê que houve uma disputa dentro das FDTL? Porquê que Mari Alkatiri renunciou ao cargo de Primeiro-Ministro? Em suma, porque se gerou esta crise?

Aos 9 anos de idade, a criança ainda não é adolescente mas passa da escola primária para o ensino básico. A responsabilidade é maior, mas a ajuda exterior ainda é significativa. O mesmo se aplica a um país, que renasce das cinzas. “É um desafio complicado construir uma nação e às vezes sentimo-nos desmoralizados,” diz o jornalista inglês. “Antes só tinha um inimigo, agora tenho vários.” E quem são eles? “Problemas de variadíssima ordem, instituições pouco sólidas, corrupção, falta de infra-estruturas, de recursos humanos,” exemplifica. “Definitivamente não é um inimigo simples,” conclui.

Fase adulta (ou não)

Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?” perguntava a esfinge grega, um demónio exclusivo de destruição e má sorte. “Decifra-me ou devoro-te,” adianta Max Stahl.

Em Timor-Leste não existe nenhuma esfinge, mas há o crocodilo, o avô de todos os timorenses. Um animal respeitado e temível, de quatro pés. E para que o povo não seja “devorado”, Max Stahl aconselha que “ao invés de os timorenses competirem uns com os outros, têm que cooperar e trabalhar em conjunto. Se virem o outro como uma coisa negativa, é uma ameaça para a paz.” A resposta à pergunta da esfinge é simples, “O homem — em bebé gatinha, anda sobre dois pés na idade adulta, e usa uma bengala quando é ancião.” E Timor-Leste já ultrapassou a fase do gatinhar?


EAST TIMOR COULD SERVE AS MODEL FOR UN MISSION IN LIBYA





Unarmed UN-hatted police supported by African Union and Arab League soldiers as well as Nato air-lift and sea-lift capabilities is emerging as the preferred model for a post-Gaddafi peacekeeping mission in Libya.

The UN special advisor for post-conflict planning in Libya, Ian Martin, told press in Istanbul on Thursday (25 August) that he is looking to set up an "integrated advance mission" in order to restore security, rebuild public services and help rebel leaders, the Transitional National Council (TNC), to make preparations for democratic elections.

Martin said the mission is likely to involve UN police and military observers but added: "We are not now expecting a request [from the TNC] for any United Nations military deployment."

Nato is in parallel to the UN process drawing up its own plans for how to restore order.

A Nato official told EUobserver on Friday the alliance would be "comfortable" with providing logistical support, such as air-lift and sea-lift equipment, but that it will not put "boots on the ground."

The feeling in the Western alliance is that African or Arab soldiers will be more welcome by Libyan people and by neighbouring Muslim countries than its own Afghanistan-and-Iraq-linked flag.

"We are saying that the next step of the effort should be in the hands of the UN backed up by the Arab League and the African Union ... After all, Libya is an African nation," the Nato official said.

A source close to the planning process noted that the UN is looking to its former mission in East Timor as a model for the Libya effort.

The UN mission in East Timor lasted from 1999 to 2002 and at its height consisted of 1,640 UN police and 9,150 soldiers drawn from a broad mix of countries including Brazil, Russia, Thailand and Turkey. It cost around $500 million and played a big role in putting together the country's first post-war government.

It was also headed up by Ian Martin, the UN's point man on Libya.

Three Arab countries - Jordan, Qatar and the United Arab Emirates - already took part in the military offensive against Colonel Gaddafi.

The African Union was against military intervention. A meeting of the body in Ethiopia on Friday saw just 22 out of 55 members formally recognise the TNC, in a development which augurs badly for its participation in any UN effort.

Nato is keeping up its air bombardment of Gaddafi targets for the time being.

The alliance is unhappy about press reports that British and French troops are in action on the ground in Libya laser-pointing targets and helping rebels to hunt Gaddafi - activities which would go beyond the terms of Nato's existing UN mandate to impose a no-fly zone.

The Nato official told EUobserver that "if" individual member states have special forces on the ground, the troops are under national, rather than Nato command.

"If the British or French have soldiers on the ground, then calling them 'Nato troops' is a bit unfair," the source said.

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EAST TIMOR DRAFT LEGAL AID LAW NEEDS MORE WORK - report


An East Timorese salutes during a ceremony marking the country's 9th Independence day anniversary in Dili, East Timor May 20, 2011. REUTERS/Lirio Da Fonseca

Thin Lei Win – Trust Law - 29 Aug 2011 13:47

BANGKOK (TrustLaw) – A revised draft of the East Timor legal aid law, unveiled in mid-July, “deserves praise” for generally upholding international standards on access to justice but also includes some key challenges, the Asia Foundation said.

“The draft legislation provides for wide legal aid coverage for court representation in criminal, civil, and administrative matters, availability of legal aid at all stages of the process, and payment of related expenses for participants in judicial proceedings,” the Foundation, which focuses on development issues, said in an editorial.

However, a joint submission to the Ministry of Justice from legal aid organisations working with rural communities on much-needed legal support detailed areas that are of concern, the article added.

Challenges include a shortage of qualified private lawyers, lack of support for cases that are not linked with pre-existing formal court proceedings and the heavy focus on the capital Dili although 70 percent of the country’s population reside in rural areas.

In June, TrustLaw reported how some of the poorest and most disadvantaged citizens of East Timor may find themselves without legal advisors to turn to in times of need if amendments are not made to the Private Lawyers Bill.

Under the Bill, passed in 2008, private lawyers must complete a two-year certification training programme by July 30, 2012. However, the programme was not established till June 2010.

“Unless the Private Lawyers Law is amended to extend the time period for lawyers to qualify, there will be at most 14 qualified or trainee private lawyers by July 2012,” the Foundation said, adding it is likely such a small pool of qualified lawyers will be concentrated almost exclusively in the capital city.

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