terça-feira, 21 de junho de 2011

POLÍTICA AFRICANA DO GOVERNO LULA




PEDRO MATOS – OUTRAS PALAVRAS

Um artigo acadêmico rememora movimentos que mudaram, em oito anos, relações diplomáticas e comerciais entre Brasil e continente antes esquecido

A política externa do governo Lula, ao contrário da política externa de FHC, emergiu num viés de desalinhamento em relação ao consenso do “Atlântico Norte”, como alternativa de recupearr a capacidade de negociação (VIZENTINI, 2006). Tomando o conceito “eixo horizontal” trabalhado pela Peccequilo (2008), percebe-se que o governo Lula promoveu parcerias com países emergentes e países menos desenvolvidos, englobando países da África, Ásia e Oriente Médio (LDCs).

Este eixo representou a dimensão terceiro-mundista da sua política externa, também referida como relações Sul-Sul e, através dessa relação o Brasil conseguiu aumentar sua presença no mercado do sul, estabelecendo contatos mais amplos com a Índia e África do Sul (PECCEQUILO, 2008).

Neste contexto, as relações da política externa do governo se concentravam em três dimensões: uma diplomacia econômica, que determinava a necessidade de manter abertas as relações com o Primeiro Mundo, para obter investimento e tecnologias. Uma atuação política, configurada como uma arena de reafirmação dos interesses nacionais de forma ativa e afirmativa e um programa social. Ao frisar a importância de impostos sobre vendas e compras de armas como forma de angariar fundos para luta contra a fome global, o presidente Lula conquistara a simpatia da comunidade internacional como: França, Chile e Espanha.

Guiado pela diplomacia presidencial, Lula assumiu a liderança dos países em desenvolvimen­to e pobres nos fóruns multinacionais (MALIMANN, 2009). Assim, o Brasil conjugava novos princípios de inserção internacional ao ponto do Amado Cervo (2004) caracterizar seu gover­no como, um Estado logístico, pois este governo planejaria outra forma de inserção no mundo da globalização.

Ao reforçar a economia nacional; reconvertendo a política de comercio exterior em instrumento estratégico de desenvolvimento. Sob a administração Lula o país evoluiu de uma aliança estratégica com o ocidente para o universalismo de ação. “O Brasil de Lula transforma sua política exterior pelo paradigma do Estado logístico, imitando o comportamento dos grandes” (CERVO apud ALTEMANI, 2005, p. 257).

A mudança de foco da política externa brasileira promovida pelo Lula, ao priorizar as relações Sul-Sul e o discurso por uma ordem global mais igualitária e justa, estava também enraizada na idéia de que as relações Sul-Sul possuem boa potencialidade comercial e se figuram como espaços para projeção da diplomacia brasileira. Porém “a mudança de foco geográfico produziria melhores resultados se o país estabelecesse concentração nos resultados e não no discurso para o consumo interno e popular”, (LOPES, JUNIOR, 2004, p. 325). Em oposição, continuavam de forma maciça os investimentos diplomáticos e comerciais para que a mudança da política externa brasileira obtivesse ganhos.

Neste pensamento, Lula percebia a aproximação com o continente africano e com outras regiões do mundo como a possibilidade da garantia de maiores alternativas e maior poder de barganha do Brasil no ambiente internacional. Torna-se pertinente frisar o ativismo do presidente nas negociações e buscas de novas parcerias comerciais com países fora da região, principalmente formação do G-20 e do Fórum Trilateral, Índia, Brasil e África do Sul (IBAS). Estas coalizões foram sempre calcadas em um compromisso com uma ordem social e econômica mais justa e igualitária (RIBEIRO 2010).

A política externa do governo Lula, num primeiro momento, deu prioridade á reconstrução do Mercosul e a integração sul-americana. Embutida neste pacote estaria também à solidariedade com os países africanos, focado no princípio de democratização que conjugava o direito de maior participação dos países emergentes nas decisões internacionais.

Aplicando o conceito de diplomacia presidencial trabalhado por Cason e Power (2009), nota-se que o papel ativo do presidente Lula marcou a política externa brasileira e especificamente para África, que ganhou um espaço privilegiado e diferente em relação aos presidentes antecessores.

Desta forma o “continente africano era considerado como a área de maior investimento em termos diplomáticos do governo” (RIBEIRO, 2010, p.70). Verificou-se o aumento de novas embaixadas e reabertura das que foram desativadas no governo FHC. De dezoito saltaram para trinta embaixadas e dois consulados no continente africano. Em contrapartida, aumentou a intenção e o interesse de vários países africanos em abrirem postos diplomáticos no Brasil, que no ano de 2006 saltou de dezesseis para vinte e cinco (RIBEIRO 2010).

O Presidente Lula entendia que o estreitamento das relações com a África apresentava uma obrigação política do Brasil, que inclui apoio técnico às nações do hemisfério e também transferências de conhecimento principalmente para Nigéria em razão dos acordos na área petrolífera. Assim a política externa de Lula para África ganhava contornos cada vez mais significativos e no Itamaraty assistia o desmembramento do departamento da África e do Oriente Médio, que depois passaria a cuidar exclusivamente de assuntos pertinentes ao continente africano. Vale salientar a divisão da África-III (DAF-III) que passou a congregar as duas divisões já existentes (DAF-I e DAF-II), estas medidas marcaram a política externa ao valorizar regiões anteriormente desvalorizadas em termos comerciais.

Relações Comerciais

O período do governo Lula, registrou uma balança comercial superavitária, auxiliado pelo crescimento estável da economia mundial como também, pela abertura a novos mercados, principalmente os mercados emergentes. Desta forma o país quitaria sua dívida de US$ 15,6 bilhões com o FMI, (MALIMANN, 2009).

O ajuste na política externa brasileira lograva do raciocínio que no plano global existia um espaço mais afirmativo para o Brasil (LIMA, 2003), desta forma seguia o projeto de exploração econômico-comercial com países em desenvolvimento e neste contexto, alguns países da África (Angola, Moçambique e Namíbia).

Além dos acordos relativos à criação de uma zona de livre comercio entre MERCOSUL-União Aduaneira da África Austral e MERCOSUL-Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral. Destarte nota-se clara a prioridade e a importância comercial que o continente africano detinha neste governo traduzida nas viagens feitas pelo Lula ao continente, visitando vinte países em seis viagens, no período de 2003 a 2006 (RIBEIRO, 2010).

Estas viagens se traduziam não só num mero simbolismo embutido nas semelhanças culturais, mas Lula percebia o resultado delas “como oportunidade de traduzir o atraso tecnológico e econômico por meio de alianças, não só com a África, mas também, com Oriente Médio e outras regiões do globo,” (LOPES, JUNIOR, 2004).

Portanto, a tentativa de buscar novos mercados e parceiros no cenário internacional constitui uma forma de alcançar autonomia pela diversificação Vigevani (2007). Ao contrário em alguns aspectos da autonomia pela participação sustentada no governo FHC, neste contexto as relações Sul-Sul ganhavam espaços, defendendo maior participação nos fóruns multilaterais internacionais e as articulações políticas advindas do estreitamento das relações entre os países do Sul.

A África passou a ocupar um lugar de destaque no governo Lula e em relação à solidariedade com os países deste continente, o presidente perdoou a dívida africana em quase US$ 1 bilhão, perdoou quase 95% da dívida Moçambicana em 2004. A intenção era estabelecer uma parceria para incentivar as exportações de produtos de maior valor agregado e também almejar novos mercados no continente (SANTANA, 2003). Entretanto, no caso nigeriano, “após um árduo processo de negociação o país começou a pagar a dívida contraída com o Brasil na década de 1980. A dívida original era de US$ 128 milhões, reduzida após as negociações em crédito, para muitos considerados fundo perdido” (ALTEMANI, LESSA, 2006).

Ainda em termos comerciais, a diplomacia presidencial tem auxiliado e favorecido os empresários nacionais na África ao analisar o aumento das empresas nacionais no solo africano. Percebe-se o aumento do intercâmbio comercial entre Brasil e a África, no qual as exportações aumentaram de 487% no período entre 1996 a 2006, sendo que maior aumento foi observado no governo Lula, 315% em quatro anos, em relação às importações registrou-se um aumento em 478% na última década com um resultado de US$ 2,6 bilhões para US$ 8 bilhões em 2006 (RIBEIRO, 2010).

Destarte, as transações comerciais com a África aumentaram, o continente ocupou o lugar do quarto maior parceiro comercial do Brasil e analisando os países: o intercâmbio comercial com África do Sul, Angola e Nigéria assume valores expressivos. Sozinhos, representam 82% das exportações brasileiras para o continente no período de 2003-2006. O país registrou saldo positivo com exceção da Nigéria em razão da importação do petróleo. Especificamente para África do Sul, o governo assinou em 2003 uma Carta de Intenção referente à Implementação de Acordo de Cooperação Cultural por um período de três anos. Depois, em 2006, veio a promulgação de um decreto referente à convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal relativo aos impostos sobre a renda realizada em 2003 com a África do Sul.

Dentre os produtos exportados para África encontran-se: combustíveis (10,8%), açúcar (10%); carne bovina (6,1%), minério de ferro (3,6%), em contrapartida Brasil importa do continente: Petróleo bruto, minérios de magnésio (6%), hulha antracita não aglomerada (12%), outros propanos liquefeitos (24%), (MDIC, 2010) sendo que a origem destes produtos na sua totalidade corresponde à África do Sul, Angola e Nigéria.

Porém, o comercio Sul-Sul na visão de alguns críticos não é compensador. O Brasil estaria sofrendo prejuízos neste comércio, frente às perdas de exportação para os países do Norte, nomeadamente os Estados Unidos e a União Européia. Sustentado na idéia de que a abertura de novos mercados tem que ser vista como uma atividade complementar e não substitutiva. Assim os críticos frisam o déficit comercial com a África de US$ 2 bilhões, “no entanto ao excluir-se o petróleo desse cálculo, obtêm um superávit de aproximadamente 3,5 bilhões de dólares” (ALTEMANI, LESSA, 2006).

Articulações políticas e seus reflexos comerciais

As relações do governo Lula preconizadas com as economias emergentes: China, Índia, África do Sul e Rússia, seguem um cálculo racional de que estes países detêm mercados com grande possibilidade de absorção de produtos brasileiros e de insumos, ou investimentos demandados pela economia brasileira. Em contrapartida figuram como espaços políticos, possuindo forte expressão regional e com perspectiva de atuação comum nos organismos internacionais, (ALTEMANI, 2005). Torna-se imprescindível frisar o papel da diplomacia presidencial cunhada na imagem do presidente Lula que se empenhou na formação de mecanismos de atuação no cenário internacional.

Fórum Trilateral, Índia Brasil e África do Sul (IBAS)

Em relação ao IBAS, Brasil têm buscado maior articulação e intensificação da cooperação política e comercial com outros membros. O resultado da intensificação comercial foram as metas comerciais de aproximadamente US$ 15 bilhões até o ano de 2010. No campo político, as preocupações do IBAS se direcionam aos problemas do Sul (VIZENTINI; PEREIRA, 2008,). Desta forma a interação política se concentra nos esforços de diminuir a desigualdade nos fóruns multilaterais internacionais como, OMC, OMPI e CDH.

IBAS possui um fundo criado em 2004, tendo como preocupação central apoiar projetos viáveis e replicáveis que contribuam com as prioridades nacionais de países em menor desenvolvimento. Neste contexto, dois projetos foram financiados pelo Fundo IBAS na África, projeto de apoio à agricultura em Guiné Bissau e de reconstrução de posto de saúde em Cabo Verde.

União Africana/África-América do Sul

Em relação à União Africana (UA)A, em fevereiro de 2007, Alpha Konaré, então Presidente da Comissão do bloco, efetuou uma visita oficial ao Brasil. Na ocasião foi firmado o Acordo-Quadro de Cooperação Técnica bilateral. Em julho de 2009 o Presidente Lula assinou Ajustes Complementares ao Acordo-Quadro citado acima, nas áreas de agricultura e desenvolvimento social.

Ainda no âmbito da UA, destacou-se a iniciativa do governo brasileiro e nigeriano Olusegun Obasanjo na formação da cúpula América do Sul-África (ASA), idéia formulada na ocasião da visita de Lula ao seu homólogo nigeriano em 2005. Obasanjo manifestou interesse, reiterando que iria apresentar a proposta na UA em Sirte, Líbia em julho do mesmo ano.

Na visita do presidente nigeriano a Brasília em setembro de 2005, Lula reforçou o apoio brasileiro à idéia de Obasanjo de promover a cúpula entre os países da América do Sul e da África. Em novembro de 2006, a cúpula emitiu a declaração de Abuja, o Plano de Ação e Resolução, formalizando o Asacof.

A constituição dessa cúpula fortaleceu os laços comerciais entre os países e as relações estratégicas e de cooperação. Neste sentido, a ASA surge na visão do governo Lula como um mecanismo multilateral que almeja objetivos comuns, centrado no espírito de solidariedade e de cooperação Sul-Sul, estimulando desta forma a capacidade de desenvolvimento sustentável dos países-membros (MRE, 2010).

União Aduaneira da África Austral

No que tange à União Aduaneira do Sul da África (SACU), ela foi estabelecida em 1910, tornando-se a união aduaneira mais antiga do Mundo. Seu objetivo principal refere-se à promoção do desenvolvimento econômico através de uma coordenação regional do comercio (MRE, 2010).

As relações de Lula com esta união não restringiam só ao Brasil, mas também a região do Mercosul, Assim as negociações entre os dois blocos, numa primeira fase aconteceram em 2000 somente com a África do Sul. Depois, em junho de 2003, em razão da reestruturação do bloco africano, as negociações foram estendidas para os demais países da SACU. O objetivo central destas negociações se concentrava no estabelecimento de uma área de livre comercio entre MERCOSUL e a SACU. Desta forma, decidiu-se negociar um acordo de preferências tarifárias fixas ou ACP.

O governo Lula definiu SACU como uma área importante para intercâmbio comercial. Neste viés, resultado foi positivo principalmente para o Brasil; o comercio entre o país e o país da SACU registrou o valor de US$ 1,75 bilhão em 2009, com saldo de US$ 878,8 milhões a favor do Brasil. Em relação ao 2010, as exportações brasileiras para os países da SACU atingiram US$ 1,31 bilhão e as importações, US$ 435 milhões, (MRE, 2010), salientando que as transações comerciais entre o país e o bloco saltou de US$ 744.968.263 em 2003 para US$ 1.781.887.422 em 2008, (MDIC, 2010)

Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC)

No que tange à SADC, as relações comerciais com o Brasil mostram-se significativas ao analisar o governo Lula. Neste período as transações comerciais saltaram de US$ 1 bilhão, em 2003, para US$ 3,9 bilhões, em 2008 (MDIC 2010). Além disso, foram assinados em 2010 acordos em áreas ainda a serem exploradas, cuja intenção promover o desenvolvimento sócio-econômico, industrial, científico e tecnológico entre Brasil e os países da SADC. Estes acordos possibilitarão melhor coordenação entre Brasil e a SADC na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Ainda ressaltam-se os programas de interesse comum nesta parceria, além da troca de informações, estágios e missões técnicas e programas de formação e de capacitação (MRE, 2010).

Lula firmou ainda aproximação e participação com outras regiões africanas, destacando-se a participação do Brasil na ZPCAS, a NEPAD e a CEDEAO, estes mecanismos tem favorecido a cooperação multilateral do Brasil na África.

A cooperação Sul-Sul não negligenciaria as relações Norte-Sul. Entretanto “o Sul passa a ser o destino final dos esforços de política exterior e não mais uma mera rota complementar” (LOPES; JUNIOR, 2004, p. 10).

Em relação ao Norte, Lula possuía relações com alguns países, principalmente com os Estados Unidos. O presidente manteve relações de equilíbrio com o país no que diz respeito à parceria em conjunto de produção de bicombustíveis embora as clivagens de pensamentos que existia entre Lula e ex-presidente Bush (NOGUEIRA, 2007). Referente ao Etanol, Lula buscou parcerias dentre as quais africanas para fortalecer a “diplomacia do etanol” principalmente com a Nigéria, centrado no viés pragmático e universalista de conduzir a política externa brasileira.

O ajuste da política externa no governo Lula promoveu a inserção internacional do país. Entretanto, de uma forma mais apurada o presidente almejou um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (CSNU). Entendendo que o Conselho necessita de uma reforma institucional, para isso contaria com ajuda de um dos membros permanentes do conselho, a China, que, em contrapartida, levara o governo Lula a definir a economia chinesa como uma economia de mercado, apesar da forte oposição da FIESP. Lula também contaria com o apoio dos países africanos nesse projeto, ao lançar no continente como líder dos países em desenvolvimento e pobres, também ao usar da cooperação técnica para fortalecer as relações com o continente.

Cooperação técnica

A atuação brasileira no continente africano contempla outra área. O Brasil se projeta na África utilizando de mecanismos diversificados e a cooperação técnica. Destacou-se nas relações com os países africanos por causa da sua estrutura, como reforça o Ex-Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim:

“A cooperação técnica é um instrumento central da ação externa brasileira. A cooperação que o Brasil promove num verdadeiro espírito Sul-Sul privilegia a transferência de conhecimento, a capacitação, o emprego da mão-de-obra local e a concepção de projetos que reconheçam a realidade específica de cada país. A solidariedade que anima o relacionamento do Brasil com outros países em desenvolvimento é pilar fundamental de nossas ações de cooperação com a África” (CELSO AMORIM, 2008, p.7).

Entretanto, a projeção brasileira no continente africano, era vista ainda como uma estratégia de compatibilizar o plano das negociações Norte-Sul com as perspectivas de cooperação Sul-Sul, (ALTEMANI; LESSA, 2006). Assim o governo Lula enfatizou as coalizões Sul-Sul por entender que os países que contemplam esta coalizão compartilham da mesma realidade sócio-econômica e enfrentam os mesmo desafios. Neste sentido, Lula tem feito acordos e parcerias que aproveitam essas similaridades – ainda que sejam questionadas, já que são países diferentes.

O presidente firmou, em 2005, acordos relativos à cooperação técnica com alguns países da África: Botsuana, Sudão, Burkina-Faso, Benin, Gâmbia e Guiné Equatorial. Em 2006 com Zâmbia e Tanzânia, na mesma linha, foram também assinados acordos com a UA, Ruanda e Suazilândia e Serra Leoa, além dos acordos de cooperação técnica ainda em negociação, (FARANI, 2008, p.7).
A cooperação técnica brasileira pregara maior atenção ao continente africano. Neste contexto Lula se comprometeu em 2002 em ampliar o campo de cooperação, no Senegal. Verificou o compromisso do Brasil em expandir as intenções na área de saúde. Também no setor da agricultura, o Senegal ganharia a experiência brasileira no ramo de produção da biodiesel.

Relativo a Camarões o governo brasileiro assinou diversos acordos nas áreas de saúde, educação e da cacauicultura, que na visão do então presidente de Gana, John Kufour, “a qualidade dos produtos e serviços brasileiros ganhava campo frente aos congêneres europeus”, (ALTEMANI; LESSA, 2006, p. 227).

Em relação a Cabo Verde, o Brasil detém ótimas relações, importando anualmente cerca US$ 364 milhões, ressalta-se ainda uma linha de navegação comercial já em operação, ligando Praia-Fortaleza injetando 150 mil dólares por semana no estado de Ceará, além da criação de um pólo aéreo marítimo no Recife, atingindo comércios e serviços no ramo das comunicações, (ALTEMANI; LESSA, 2006. pp. 227-231).

No ano de 2008, segundo Farani (2008) cerca de cento e quinze ações de cooperação foram implementadas no continente africano, destinadas a diversas áreas: educação, agricultura, pecuária saúde, administração pública, desenvolvimento urbano, etc. em 2009-2010 registraram-se um aumento tanto no orçamento, num total de US$ 38 milhões, como também, nos projetos a serem executados.

Neste contexto, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) logra uma atenção especial, ao responder por quase 74% do total dos recursos referentes à cooperação técnica na África, embora o governo tenha diversificado os beneficiários da cooperação técnica, abrangendo Senegal Nigéria, Namíbia etc.

A CPLP constitui um fórum de privilégio entre os seus membros no que se refere à articulação de idéias e construção de parcerias, ao mesmo tempo um fórum geoestratégico dada a sua abrangência desde a Ásia (Timor Leste) a Europa (Portugal), passando pela África ( Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) a América do Sul (Brasil).

A cooperação nos países da CPLP contempla diferentes campos: apoio à capacitação de recursos humanos em saúde pública, isto é, formar profissionais multiplicadores em áreas específicas da saúde pública, oferecendo suporte para implementação de escolas. Cooperação técnica em telecomunicações, apoiando os organismos das telecomunicações dos países da comunidade; programa de treinamento em cooperação técnica internacional; projeto de governo eletrônico oferecer suporte a elaboração de programas de governo eletrônico nos países da CPLP (ABC, 2008, p. 94).

Através da Agência Brasileira de Cooperaçãi (ABC), o governo Lula incluiu uma nova estratégia de ação tocante a cooperação Sul-Sul; os projetos estruturantes outorgam maiores vantagens tanto para a cooperação brasileira como também para os países africanos beneficiários. Produziu impacto sócio-econômico sobre o público-alvo da cooperação, facilitando a mobilização das instituições brasileiras para implementação dos projetos (FARANI, 2008).

O elenco de projetos estruturantes enquadra a cooperação técnica da Embrapa à Iniciativa do Algodão em benefício dos países membros do Cotton-4 (Benin, Burkina-Faso, Chade e Mali), dentre outros projetos salienta os projetos de formação profissional.

No contexto da educação, o governo Lula expandiu o PEC para o PEC-PG, que passara a abranger área de pós-graduação com ofertas de bolsas para estudantes africanos, como também, a oferta de pesquisas científicas e intercâmbio de professores, objetivando, ampliar o conhecimento de ambos os lados do Atlântico, (VIZENTINI; PEREIRA, 2008).

Desta forma, torna-se viável afirmar que o governo Lula usou da “diplomacia presidencial”. Por meio da sua imagem e prestigio almejou diferente objetivo, com auxilio do Itamaraty, desenvolveram maior proatividade e desenvolvimento da atuação brasileira (ALMEIDA, 2007, p.12), principalmente na África.

Considerações Finais

Ainda é cedo para analisar a política externa do governo Dilma, já que nem o próprio governo mostrou uma agenda clara da política externa, Mas algumas nuances nos sugerem afirmar há uma continuidade da política externa, embora isso seja uma práxis no Brasil. Dessa forma mostra-se uma seqüência nos parâmetros da política externa do governo Lula, ainda que com alguns indícios de ajustes, no que refere à posição do Brasil ao concordar com outros países no sistema internacional em analisarem o quadro de direitos humanos no Irã.

Em relação à África, tudo indica que haverá continuidade. Dilma tem seguido algumas diretrizes da política externa do governo Lula. Principalmente quando faz alusão a construção de uma ordem internacional mais justa e igualitária, e o reforço nas aproximações do Brasil com a África e Mercosul.

Dilma começou a articular diálogo com a África do Sul, no contexto IBAS e também BRICS. A presidenta trocou idéias com o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, na tentativa de coordenarem, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma solução à crise na Líbia. Da mesma forma, ensejaram a preocupação na maior participação e presença de países emergentes (pelo visto países presentes no cenário internacional,) no Fundo Monetário Internacional, como em outros organismos internacionais.

Na sua última visita ao continente africano em novembro de 2010, Lula levou consigo Dilma, que na época era candidata às eleições presidenciais do Brasil. Na viagem, feita a Moçambique, o presidente do país africano mostrou-se simpático e realçando um sinal de que a política externa de Dilma se fosse eleita (acabou se concretizando), seguiria os contornos traçados pela Política externa do governo Lula, que reforçou a política africana do Brasil.

A amizade entre o Brasil e continente africano parece que vai seguir o mesmo rumo do governo Lula, num encontro entre o presidente de Assuntos Parlamentares de Angola e da embaixadora brasileira neste país, a embaixadora realçou o momento da consolidação dos longos anos de amizade e cooperação.

Em relação à cooperação técnica, isto vem recebendo similar atenção no governo Dilma. Um sinal é a assinatura, no final de maio, de acordo com Gana, que permitiu a liberação de linha de créditos de U$S 95 milhões, destinados a compra de máquinas pra desenvolver agricultura neste país africano. Além disso, foi assinada em 2010, pela Câmara Brasileira de Comercio Exterior (CAMEX), uma linha de crédito para países africanos de U$S 640 milhões, sendo U$S 240 milhões para 2011 e U$S 400 milhões para 2012, destinados a financiamento das exportações brasileiras de máquinas para agricultura familiar no continente.

Da mesma forma, em junho deste ano no âmbito do projeto estruturante da cidade administrativa em Cabo Verde, Brasil disponibilizou 150 milhões de euros para este projeto, celebrado entre Ministério das Finanças e Planejamento de Cabo Verde e a empreiteira brasileira ARG para a materialização desse acordo. Salientando que esta iniciativa fora ensejado pelo presidente Lula a Pedro Pires (presidente de Cabo Verde) quando da sua participação na Cimeira da CEDEAO/Brasil na ilha do Sal-Cabo Verde, em julho de 2010.

Neste sentido, a África percebe o Brasil como um modelo a ser seguido, a “ex-colônia que deu certo”, já que os seus programas e políticas estratégicas deram certos e são exportados para África e para outras regiões do globo, com alto grau de aceitação e de resultados. Graças à estrutura lógica dos projetos da cooperação técnica implementada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), em consonância com as instituições técnicas (SEBRAE, SENAI, EMBRAPA, FIOCRUZ, entre outros) em parceria com as instituições dos países receptores.

Entretanto, esses dados relativos, e o pouco tempo do governo Dilma, não constituem variáveis suficientes para determinar a posição da política externa brasileira deste governo em relação á África. O trabalho feito aqui tentou frente aos indícios projetar uma expectativa em relação ao governo Dilma no que tange á formulação da sua política africana se é que se possa conceituar assim, neste curto espaço de tempo do seu governo.

UMA CONTRA-REVOLUÇÃO SILENCIOSA EM CURSO NA EUROPA




Thomas Coutrot, Pierre Khalfa, Verveine Angeli e Daniel Rallet – Carta Maior

A nova Governança Europeia visa colocar sob maior vigilância os orçamentos nacionais para reforçar as sanções contra os estados em déficit excessivo e limitar o crescimento dos gastos públicos. O pacto para o euro visa aumentar a flexibilidade do trabalho para evitar aumentos de salários e reduzir os gastos com a proteção social. A Grécia está no seu terceiro plano no espaço de um ano e viu a sua dívida e o seu déficit crescerem ao ritmo do empobrecimento da população. O mesmo destino aguarda a Irlanda, Portugal e Espanha. O artigo é de Thomas Coutrot, Pierre Khalfa, Verveine Angeli e Daniel Rallet.

Está para ser aprovado no Parlamento Europeu um pacote de seis propostas legislativas para uma nova política econômica da União Europeia. Enquanto isso, os governos europeus subscreveram em março um "pacto para o euro."

Do que se trata? A nova Governança Europeia visa colocar sob maior vigilância os orçamentos nacionais para reforçar as sanções contra os estados em déficit excessivo e limitar o crescimento dos gastos públicos. Uma medida já tomada completa o dispositivo, o"semestre europeu", que pretende apresentar ao Conselho e à Comissão os orçamentos dos estados antes mesmo de serem discutidos pelos parlamentos nacionais. O pacto para o euro, seguindo a proposta Merkel-Sarkozy de estabelecer um pacto de competitividade, visa, nomeadamente, aumentar a flexibilidade do trabalho, para evitar aumentos de salários e reduzir os gastos com a proteção social.

Essas medidas são tomadas em nome de um argumento de aparente bom senso. Os Estados não podem pedir ajuda à União se não houver regras. Mas, na ausência de qualquer debate democrático sobre as políticas econômicas a adoptar, as atuais medidas acabam por enfraquecer os parlamentos nacionais em benefício dos Ministérios das Finanças e da tecno-estrutura europeia. E de que ajuda se trata? Os montantes emprestados pela União são obtidos nos mercados a juros relativamente baixos e emprestados aos Estados que estão em dificuldades a taxas de juros muito mais elevadas. É o povo que paga o preço mais alto com a implementação de planos de austeridade drástica, arruinando qualquer hipótese de recuperação económica. Prova disso é o exemplo patético da Grécia, agora no seu terceiro plano no espaço de um ano, que viu a sua dívida e o seu déficit crescerem ao ritmo do empobrecimento da população. Enquanto isso, os bancos podem continuar a refinanciar-se junto do Banco Central Europeu (BCE) com taxas ridículas, e a emprestar aos estados com juros muito mais altos. Assim, em fevereiro, as taxas a dois anos para a Grécia ultrapassaram os 25%. Não são as pessoas que recebem ajuda, são os bancos e os bancos europeus, em particular!

O mesmo destino aguarda agora a Irlanda, Portugal e a Espanha. Mas todos os países europeus são confrontados com o mesmo tratamento. Os governos, o BCE, a Comissão e o Fundo Monetário Internacional (FMI) usam a purga social como os médicos de Molière usavam a sangria. Numa Europa de economias totalmente integradas, onde os clientes de uns são os fornecedores de outros, tais medidas levam a uma lógica recessiva e, portanto, a uma redução das receitas fiscais que vai alimentar ainda mais os défices. Socialmente desastrosas, são economicamente absurdas.

Mas, dizem-nos, não havia outra opção. É preciso "assegurar os mercados.” Reconhecemos aqui o argumento final, o famoso "Tina", que foi, a seu tempo, empregue por Margaret Thatcher: "There is no alternative." Na verdade não há alternativa, se continuarmos a submeter-nos aos mercados financeiros. Este é o ponto cardeal e o ponto de partida de qualquer política. Como tal, para a votação do Parlamento Europeu marcada para junho, esperamos que os partidos da esquerda europeia se recusem claramente a votar em propostas com consequências dramáticas para a população.

É possível – e hoje é indispensável – uma verdadeira ruptura: ela vai consistir não em "tranquilizar os mercados", mas organizar o seu desarmamento sistemático, começando por lhes retirar o primeiro instrumento de chantagem, a possibilidade de especular com as dívidas públicas. Antes da crise, a origem da dívida estava na queda de receitas devida aos benefícios fiscais feitos às famílias mais ricas e às empresas. No momento da crise financeira, os Estados foram forçados a injetar quantidades maciças de liquidez na economia para evitar que o sistema bancário entrasse em colapso e que a recessão se transformasse em depressão. A explosão dos déficits tem, portanto, as suas raízes no comportamento dos operadores financeiros que são a causa da crise.

As dívidas públicas são, em grande parte, ilegítimas e, portanto, uma auditoria pública da dívida permitirá decidir o que será reembolsado ou excluído. O BCE deverá poder, sob supervisão democrática europeia, financiar os déficits públicos conjunturais. Uma reforma fiscal ampla, tanto em nível nacional como europeu, permitirá encontrar espaço de manobra à ação pública. Tais medidas requerem, portanto, vontade política para romper com o domínio dos mercados financeiros sobre a vida econômica e social. Esta vontade política, de momento, não existe. Será preciso impô-la. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, falou de uma "revolução silenciosa" a propósito das medidas tomadas pela União Europeia. Preferimos falar de contra-revolução, mas, ao passo que Durão Barroso rejubila, nós só podemos lamentar o quase-silêncio, especialmente da França, sobre estas questões que são, no entanto, capitais. Como gritam os manifestantes da praça Puerta del Sol: "Não é uma crise, é uma ladroagem." Essas políticas encostam a União Europeia à parede: está na hora de inventar outra coisa.

(*) Thomas Coutrot, co-presidente da Attac França; Pierre Khalfa co-presidente da fundação Copérnico; Verveine Angeli, sindicalista; Daniel Rallet, sindicalista. Publicado no jornal francês Libération, em 7 de Junho de 2011.

(*) Tradução de Deolinda Peralta para o Esquerda.net

Durão Barroso responsabiliza Governos a seguir ao seu por falta de contenção orçamental





Durão Barroso criticou hoje implicitamente  os governos portugueses a seguir ao que liderou em Portugal até 2004 por  não terem seguido os seus esforços de contenção orçamental e correção dos  problemas estruturais do país. 

"Quando era primeiro-ministro, no dia em que terminei o meu mandato,  o défice  [orçamental] estava, de facto, abaixo dos 3,0 por cento  [...] e  a dívida  [pública], se me recordo bem, estava nos 57 ou 58 por cento, portanto  abaixo do limite" de 60 por cento do PIB, recordou hoje o presidente da  Comissão Europeia.
 
Em resposta às perguntas de um jornalista, Durão Barroso reconheceu  que os problemas que a Grécia e Portugal estão a atravessar neste momento  são "problemas de competitividade estrutural" e de, "em certos períodos",  ter havido "despesas demasiado elevadas". 

"Nessa altura (2004) eu estava a tentar que o meu país fizesse esforços  e algumas pessoas não concordavam com esses esforços", recordou o presidente  da Comissão Europeia, defendendo que "o problema aparece quando esse caminho  não tem continuação".
 
Durão Barroso concluiu que "agora a dívida portuguesa está acima dos  100 por cento e isso é, de facto, um dos problemas que Portugal está a enfrentar".

As regras europeias impõem que o défice orçamental dos Estados-membros  não deve ultrapassar os 3,0 por cento do PIB e a dívida os 60,0.
 
Durão Barroso foi primeiro-ministro de abril de 2002 até junho de 2004,  tendo abandonado o cargo para ir para Bruxelas como presidente da Comissão  Europeia.
 
Depois de alguns meses de um Governo de coligação entre PSD e CDS-PP,  José Sócrates assumiu em março de 2005 o cargo de chefe do executivo tendo  liderado dois governos do PS. 
 
Lusa

EXECUTIVO EMPOSSADO, NOVO PM PROMETE QUE “PORTUGAL NÃO FALHARÁ”




SMA - LUSA

Lisboa, 21 jun (Lusa) - O XIX Governo Constitucional tomou hoje posse, com o novo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a garantir que "Portugal não falhará", depois de o Presidente da República ter alertado para os "riscos catastróficos" de um eventual incumprimento dos compromissos internacionais.

A cerimónia decorreu, como habitual, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, tendo tomado posse, além do primeiro-ministro, onze ministros e dois secretários de Estado, naquele que é - ainda sem serem conhecidos os secretários de Estado - o executivo mais pequeno desde o 25 de Abril.

O primeiro discurso foi o do Presidente da República, Cavaco Silva, que sublinhou a importância de cumprir os compromissos internacionais no âmbito da ajuda externa, sob pena de a situação se tornar "economicamente irreversível e socialmente insustentável".

O chefe de Estado disse ainda esperar da coligação governativa - à qual prometeu cooperação ativa - "solidez, consistência e durabilidade", já que o país não está em condições de viver "crises políticas sucessivas", e alertou para que as eleições não servem para promover "o rotativismo das clientelas".

Na intervenção de tomada de posse, Passos Coelho propôs aos portugueses "um novo pacto de confiança" e anunciou que o Governo não nomeará novos governadores civis e promoverá um "Programa Nacional de Poupança".

O primeiro-ministro deixou também o compromisso de reduzir o endividamento do país e o que chamou de "embriaguez da dívida" e uma promessa: "Portugal não falhará".

A reforma da justiça mereceu uma referência especial de Passos Coelho, que defendeu uma revisão neste setor que passe pela simplificação processual e avaliação de desempenho dos agentes, entre outras medidas.

Durante a cerimónia, o único "incidente" foram problemas com as canetas de dois ministros do CDS, Assunção Cristas e Pedro Mota Soares. O novo ministro da Solidariedade e da Segurança Social - que chegou à cerimónia de mota e saiu em carro oficial - teve mesmo de recorrer à caneta suplente disponível em cima da mesa para assinar o auto de posse.

Cá fora, dois protestos: da dupla de humoristas "Homens da Luta", que já tinha marcado presença na última tomada de posse de José Sócrates, e dos 'estreantes' do Movimento "Democracia Verdadeira Já".

O ex-primeiro-ministro, José Sócrates, entrou e saiu da Ajuda sem prestar declarações aos jornalistas, ao contrário dos antigos ministros Teixeira dos Santos, Vieira da Silva, Ana Jorge e Luís Amado, que deixaram palavras de encorajamento ao novo executivo.

A única reação crítica aos discursos da cerimónia veio do presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, que lamentou que Passos Coelho não tenha feito "uma declaração de princípio mais inequívoca" quanto à necessidade de uma colaboração próxima com o PS.

Dos novos ministros ficaram as promessas de trabalho e empenho, com Nuno Crato a pedir uns dias para "aterrar" no Ministério da Educação, Paulo Macedo a garantir que já hoje terá reuniões de trabalho no Ministério da Saúde e o ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, a garantir que a concertação social será uma grande prioridade.
O último a abandonar o Palácio da Ajuda foi o primeiro-ministro, que saiu em silêncio e de mão dada com a mulher, Laura.

*Foto em Lusa

INDONÉSIOS DESTRUIRAM INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA EM PATSABE, NA FRONTEIRA




MSO - LUSA

Díli, 21 jun (Lusa) -- Uma instalação de energia fotovoltaica que estava a ser construída em Patsabe, Oecusse, pelo Governo timorense, ao abrigo do programa de eletrificação rural, foi destruída por um grupo de indonésios, revelou hoje fonte diplomática.

O ato de sabotagem, de acordo com a mesma fonte da diplomacia timorense, está relacionado com disputas fronteiriças na região, apesar de o local não ser um dos pontos ainda em aberto nas negociações entre os dois países, para a delimitação da fronteira comum.

Segundo a mesma fonte "não há qualquer desentendimento entre os governos de Timor-Leste e da Indonésia" quanto ao local, cujo traçado da fronteira havia já sido definido pela comissão técnica conjunta, mas a população do lado indonésio não foi esclarecida, o que poderá estar na origem do incidente.

O aumento de tensão na zona é confirmado numa notícia publicada pelo Jakarta Post, a partir de Cupang, dando conta de que "centenas de moradores (da aldeia de Haumeni Ana, distrito de Bikomi Nilulat) têm tentado nos últimos dois dias parar a instalação de uma rede de eletricidade com energia solar do país vizinho, numa área de 80 hectares disputada".

"Residentes indonésios que vivem na fronteira estão muito zangados porque o local deve ser desprovido de atividades civis, porque ainda está em disputa", declarou ao Jakarta Post o vice-regente Aloysius Kobes, após visitar a área acompanhado do comandante da Unidade de Segurança de Fronteira, Ricky Lumintang, e do vice-chefe de polícia.

Aloysius Kobes disse ao jornal australiano que iria pedir ao Governo de Timor-Leste para interromper a instalação de energia no terreno contestado para evitar uma escalada do conflito, enquanto Ricky Lumitang anunciou que iria reunir com o comandante da polícia de fronteira de Timor-Leste para se tomarem medidas imediatas para cessar os incidentes. O comandante da polícia timorense, Alexandre Pinto, esclareceu, por seu turno, que o projeto de eletricidade está localizado em território de Timor-Leste.

"A instalação para a produção de energia está a ser feita desde março em território de Timor-Leste. Se houver objeções da Indonésia, devem ser colocadas através dos mecanismos existentes, e não inflamar a situação, deslocando forças militares indonésias para o local disputado", comentou.

O chefe da aldeia de Haumeni Ana justificou que "as pessoas revoltaram-se porque as atividades de construção foram realizadas na zona neutra de ambos os países", na convicção de que os dois países ainda não chegaram a entendimento quanto ao local, situado numa zona onde já no tempo colonial português havia escaramuças fronteiriças.

Timor-Leste: Lançado programa de bolsas de mestrado e doutoramento nos EUA




MSO – LUSA

Díli, 21 jun (Lusa) -- A Secretaria de Estado dos Recursos Naturais (SERN) de Timor-Leste anunciou hoje um novo programa de concessão de bolsas de estudo de mestrado e doutoramento nos Estados Unidos, para estudantes timorenses.

O programa, denominado "Fulbright-SERN" é promovido conjuntamente pela Secretaria de Estado dos Recursos Naturais e pela Embaixada dos Estados Unidos, com o apoio do consórcio de exploração petrolífera do campo Bayu Undan.

O objetivo é proporcionar a estudantes timorenses que prossigam os seus estudos, em áreas relacionadas com os recursos naturais e energia, para níveis avançados de mestrado e doutoramento.

Aos alunos selecionados será facultada a possibilidade de continuarem o seu percurso académico em 2012, em universidades norte-americanas, sendo-lhes atribuída uma bolsa de estudo que cobre as despesas de viagem, matrículas, material escolar, seguro de saúde, alojamento e alimentação.

Timor-Leste: QUEM ANDA A USAR DE “EXPEDIENTES”? A CONFIRMAR-SE… É GRAVE!




REDAÇÃO

Está aqui, preto no branco, em comentário, que são usados “expedientes” para intrujar timorenses em simples eventos patrocinados, ou senão haverá uma explicação lógica. Para isso deve existir transparência, o que não parece que seja o caso.

O que devemos considerar é que as acusações afirmadas decerto têm algum fundamento porque percebe-se na prosa que há coração nas palavras, há sentimento, há reação a injustiças e a falcatruas - e isso é aquilo que alimenta a verdade. Fica a denúncia sobre trapaça em algo tão ínfimo no valor material. Se assim é em coisa de somenos valor o que não será em muito mais valor? Os timorenses estão fartos de serem enganados e roubados. (redação)


Acho muito bem que este tipo de actividades decorram... mas ao ser organizada por algumas mesmas pessoas que organizaram o Timor Dive Contest, em que a CANNON patrocinou o evento com cerca de 15 máquinas fotográficas (vouchers) para serem dadas somente aos timorenses e por incrível que pareça não foi distribuída NEM UMA.

Onde foram parar as máquinas... tanto quanto sei estes vouchers foram dados a amigos deste tal senhor que organizou e tem organizado estas actividades. É preciso ter lata...já ganha mais do que devia e ainda ROUBA os timorenses assim à descarada. O mais grave é que tem o apoio de outro grande senhor de uma famosa família timorense. ENFIM... estejam atentos, investiguem e vejam se tenho ou não razão.

É assim... em Timor.

Timor-Leste: UM SONHO DESCALÇO




CINE CARTAZ, Público

Título original: Maen-bal-eui Ggoom
Outros dados: Coreia do Sul, 2010, Cores, 121 min.

Um filme baseado na história do treinador Kim Sin-hwan, um jogador de futebol reformado que visita Timor Leste e encontra crianças descalças a praticar o seu desporto de eleição. Quando percebe que em todo o território não existe nenhuma loja de material desportivo, resolve montar um negócio. Sem clientes, é forçado a abandonar o projecto, optando por ensinar as crianças a jogar à bola.

Texto: Cinemateca Portuguesa

Portugal: GOVERNO DE PASSOS COELHO JÁ TOMOU POSSE




Romana Borja-Santos, Nuno Simas - Público

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e os seus onze ministros e dois secretários de Estado acabam de ser empossados pelo Presidente da República, Cavaco Silva, numa cerimónia que está a decorrer no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

Pedro Passos Coelho é agora oficialmente o primeiro-ministro do XIX Governo Constitucional, de coligação entre o PSD e o CDS. O momento acontece apenas 16 dias após as eleições legislativas vencidas pelo PSD com 38,6 por cento dos votos, conseguindo uma maioria parlamentar de 132 deputados ao coligar-se com o CDS-PP de Paulo Portas, que obteve 11,7 por cento dos votos.

A cerimónia, na Sala dos Embaixadores do Palácio da Ajuda, em Lisboa, começou às 12h00. Passos Coelho foi o primeiro a assinar o auto de posse, perante o Presidente da República, Cavaco Silva. Na sala dos embaixadores, a primeira fila estava ocupada pelo ministros do Governo cessante, de José Sócrates, sentado ao lado da mulher no novo primeiro-ministro, Laura Ferreira.

As várias altas entidades do Estado, os novos e os responsáveis governamentais cessantes, assim como os familiares dos primeiros assistem à cerimónia no Palácio da Ajuda.

Seguem-se agora uma longa série de cumprimentos com o Presidente da República, já acompanhado pelo novo líder do Executivo, a saudar os restantes membros do Governo, os outros titulares de cargos públicos e, em último lugar, os membros do governo cessante. Em seguida, já sem a presença de Cavaco Silva, as altas entidades apresentarão cumprimentos aos membros do novo Executivo.

Quatro ministros com experiência de Governo, oito com experiência política (incluindo o primeiro-ministro), seis licenciados em Direito, quatro independentes, duas mulheres e uma média de idades de 47 anos – é o resumo do novo Executivo.

Pedro Passos Coelho vai liderar um executivo de 11 ministros, menos cinco do que os de José Sócrates e mais um do que os dez de que tinha falado durante a campanha. Três das pastas foram atribuídas ao CDS-PP e Passos Coelho chamou a governar quatro independentes: Nuno Crato (59 anos, o governante mais velho neste executivo), Paulo Macedo, Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira. Há dois ministros de Estado: o líder do CDS, Paulo Portas (Negócios Estrangeiros), e Vítor Gaspar, responsável pela pasta das Finanças.

Na nova equipa governativa, há apenas duas mulheres (havia cinco no Governo de Sócrates, ou seja, quase um terço): Paula Teixeira da Cruz (do PSD, na pasta da Justiça) e Assunção Cristas (do CDS, na Agricultura, Ambiente e Ordenamento do Território). Com 36 anos, Cristas é o membro mais novo do elenco chefiado por Passos Coelho. O primeiro-ministro, com 46 anos, está ligeiramente abaixo da média de idades, que é de 47 anos.

Dos quatro ministros independentes, nenhum tem experiência política anterior. E são quatro os que já fizeram parte de outros Governos, seja como ministros ou secretários de Estado: Paulo Portas, José Pedro Aguiar-Branco, Miguel Relvas e Miguel Macedo.

Já no que diz respeito à formação académica, Passos Coelho, Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira e Nuno Crato são licenciados em Economia (embora Crato tenha uma carreira associada à Matemática, área em que se doutorou). Miguel Relvas tem um curso de Ciências Politicas e Paulo Macedo, de Gestão de Empresas. Os restantes seis são licenciados em Direito.

Por ora, foram anunciados os sociais-democratas Carlos Moedas, para o cargo de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, e Marques Guedes, para secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.

Depois da tomada de posse, e de acordo com o número 1 do artigo 192º da Constituição, o primeiro-ministro terá dez dias para submeter o seu programa à apreciação da Assembleia da República. Isto significa que no máximo a 1 de Julho decorrerá o debate parlamentar sobre o programa do Governo. Mas a discussão pode ocorrer ainda este mês.

*Foto em Lusa

Portugal: CAVACO VAI HOJE EMPOSSAR UM MINISTRO ALDRABÃO, PELO MENOS




ANTÓNIO VERÍSSIMO

“NOVO” GOVERNO EM PORTUGAL – CARAS “NOVAS” MAS A PANDILHA É A MESMA

É costume desejar felicidades por algo ou alguém que começa de novo. Em Portugal o governo saído das eleições de 05 de Junho toma hoje posse. Para que não se verifiquem desmaios, como já tem acontecido em outras posses de governo no tradicional Palácio da Ajuda, foram instalados montanhas de aparelhos de ar condicionado. Há pouco alguém disse que aquilo mais parece o Pólo Norte. Mas assim é bom, para que Cavaco não desmaie ao dar posse a “novas” caras da mesma pandilha. Principalmente que não desmaie por dar posse a um comprovado ministro aldrabão, Paulo Portas.

É isso mesmo que nos recorda o general Pezarat Correia em artigo que foi censurado pelo Diário de Notícia mas que afinal acaba por vir a ser conhecido de muitos mais portugueses através deste veículo a que chamam internete, que não se compadece com os interesses censórios instalados naquele jornal e nos vários canais de informação da Controlinveste, proprietária de imensa comunicação social censurada e sensaborona.

Para Cavaco Silva tanto faz ministro aldrabão como não. Na maior das canduras ele nem vai desmaiar graças ao Pólo Norte no Palácio e até vai tecer os desejos das maiores venturas àqueles que nos vão proporcionar fome e porrada. Mais ministro aldrabão, menos ministro aldrabão, para Cavaco tanto faz. Cumpre-se o sonho: Um presidente, um governo, uma maioria parlamentar. É isso que importa ao presidente Cavaco. Ele também não conseguiu esclarecer os portugueses sobre o seu envolvimento ou não nas falcatruas bancárias, nem da SISA que devia ter pago mas não pagou por investimento numa casa na Coelha, no Algarve, como se percebeu pelo divulgado até por ele próprio, que para se “limpar” se “sujou mais”. Foi mais ou menos essa a expressão usada por comentadores num programa da TSF – Governo Sombra?

Seja como for, que ninguém estranhe por um comprovado aldrabão ser hoje empossado ministro. Tanta vez que isso tem acontecido! Algumas caras podem ser novas mas a pandilha continua a ser a mesma. Fica a prosa de Pezarat Correia, que nunca será demais repescar, para que não esqueçamos a censura e o descaramento dos que se apoderam dos poderes para se servirem.

PAULO PORTAS MINISTRO?

Ana Gomes provocou uma tempestade mediática com as suas declarações sobre Paulo Portas. Considero muito Ana Gomes, uma mulher de causas, frontal, corajosa, diplomata com muito relevantes serviços prestados a Portugal e à Humanidade. Confesso que me escapa alguma da sua argumentação contra Paulo Portas e não alcanço a invocação do exemplo de Strauss-Kahn. Mas estou com ela na sua conclusão: Paulo Portas não deve ser ministro na República Portuguesa. Partilho inteiramente a conclusão ainda que através de diferentes premissas.

Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa Nacional de anterior governo, mentiu deliberadamente aos portugueses sobre a existência de armas de destruição maciça no Iraque, que serviram de pretexto para a guerra de agressão anglo-americana desencadeada em 2003. Sublinho o deliberadamente porque, não há muito tempo, num frente-a-frente televisivo, salvo erro na SICNotícias, a deputada do CDS Teresa Caeiro mostrou-se muito ofendida por Alfredo Barroso se ter referido a este caso exactamente nesses termos. A verdade é que Paulo Portas, regressado de uma visita de Estado aos EUA, declarou à comunicação social que “vira provas insofismáveis da existência de armas de destruição maciça no Iraque” (cito de cor mas as palavras foram muito aproximadamente estas). Ele não afirmou que lhe tinham dito que essas provas existiam. Não. Garantiu que vira as provas. Ora, como as armas não existiam logo as provas também não, Portas mentiu deliberadamente. E mentiu com dolo, visto que a mentira visava justificar o envolvimento de Portugal naquela guerra perversa e que se traduziu num desastre estratégico. A tese de que afinal Portas foi enganado não colhe. É a segunda mentira. Portas não foi enganado, enganou. Um político que usa assim, fraudulentamente, o seu cargo de Estado, não deve voltar a ser ministro. Mas já não é a primeira vez que esgrimo argumentos pelo seu impedimento para funções ministeriais. Em 12 de Abril de 2002 publiquei um artigo no Diário de Notícias em que denunciava o insulto de Paulo Portas à Instituição Militar, quando classificou a morte em combate de Jonas Savimbi como um “assassinato”. Note-se que a UNITA assumiu claramente – e como tal fazendo o elogio do seu líder –, a sua morte em combate. Portas viria pouco depois dessas declarações a ser nomeado ministro e, por isso, escrevi naquele texto: «O que se estranha, porque é grave, é que o autor de tal disparate tenha sido, posteriormente, nomeado ministro da Defesa Nacional, que tutela as Forças Armadas. Para o actual ministro da Defesa Nacional, baixas em combate, de elementos combatentes, particularmente de chefes destacados, fardados e militarmente enquadrados, num cenário e teatro de guerra, em confronto com militares inimigos, também fardados e enquadrados, constituem assassinatos. Os militares portugueses sabem que, hoje, se forem enviados para cenários de guerra […] onde eventualmente se empenhem em acções que provoquem baixas, podem vir a ser considerados, pelo ministro de que dependem, como tendo participado em assassinatos. Os militares portugueses sabem que hoje, o ministro da tutela, considera as Forças Armadas uma instituição de assassinos potenciais». Mantenho integralmente o que então escrevi.

Um homem que, com tanta leviandade, mente e aborda assuntos fundamentais de Estado, carece de dimensão ética para ser ministro da República. Lamentavelmente já o foi uma vez. Se voltar a sê-lo, como cidadão sentir-me-ei ofendido. Como militar participante no 25 de Abril, acto fundador do regime democrático vigente, sentir-me-ei traído.

Junho de 2011-06-13

PEDRO DE PEZARAT CORREIA

Portugal: Eleição de presidente do Parlamento continua hoje após "chumbo" de Nobre




HPG - VAM – IEL - LUSA

Lisboa, 21 jun (Lusa) - O processo de eleição do presidente da Assembleia da República continua hoje em São Bento, pelas 16:00, após o "chumbo" do candidato apresentado pelo PSD, Fernando Nobre e duas tentativas falhadas de angariar os necessários 116 votos.

O presidente interino do Parlamento, o social-democrata Guilherme Silva, afirmou que os responsáveis do PSD pediram "algum tempo para preparar uma candidatura alternativa".

Segunda-feira, na primeira votação, Nobre conseguiu 106 votos favoráveis, num total de 228 votos expressos, seguindo-se novo sufrágio no qual apenas obteve 105 "sim".

O presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) não conseguiu ter o apoio da totalidade do grupo parlamentar "laranja" (108) e assumiu "não reunir as condições para me submeter a uma terceira votação".

O deputado independente declarou que vai continuar a exercer as funções enquanto entender que é útil ao país.

O Regimento da Assembleia da República estipula que as candidaturas à presidência da instituição sejam subscritas por um mínimo de um décimo e um máximo de um quinto do número total de deputados (230), devendo ser apresentadas ao presidente em exercício até duas horas antes do momento da eleição.

*Foto em Lusa

Portugal: XIX Governo Constitucional toma hoje posse ao meio-dia e reúne-se às 16:00




HPG - SMA - LUSA

Lisboa, 21 jun (Lusa) - O XIX Governo Constitucional liderado pelo social-democrata Passos Coelho vai tomar hoje posse, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, numa cerimónia com início às 12:00, estando a primeira reunião do Conselho de Ministros marcada para as 16:00.

A cerimónia da Sala dos Embaixadores deverá prolongar-se por uma hora, incluindo discursos do Presidente da República, Cavaco Silva, e do novo primeiro-ministro, 16 dias após as eleições legislativas ganhas pelo PSD (38,66 por cento), que formou uma coligação governamental com o CDS-PP.

As várias altas entidades do Estado, os novos e os responsáveis governamentais cessantes, assim como os familiares dos primeiros vão começar a chegar ao Palácio da Ajuda pelas 11:00.

Depois da cerimónia de posse, inicia-se a longa série de cumprimentos com o Presidente da República, já acompanhado pelo novo líder do Executivo, a saudar os restantes membros do governo, os outros titulares de cargos públicos e, em último lugar, os membros do governo cessante.

Em seguida, já sem a presença de Cavaco Silva, as altas entidades apresentam cumprimentos aos membros do novo executivo.

Este vai ser o governo mais reduzido dos 19 formados desde 1976, contando com 11 ministros, dos quais dois são ministros de Estado: Vítor Gaspar (Finanças) e Paulo Portas (Negócios Estrangeiros).

José Pedro Aguiar Branco (Defesa), Miguel Macedo (Administração Interna), Paula Teixeira da Cruz (Justiça), Miguel Relvas (ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares), Álvaro Santos Pereira (Economia e Emprego), Assunção Cristas (Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território), Paulo Macedo (Saúde), Nuno Crato (Educação e Ensino Superior) e Pedro Mota Soares (Solidariedade e Segurança Social) completam o elenco de ministros.

Carlos Moedas e Luís Marques Guedes, que também são hoje empossados, vão desempenhar, respetivamente, as funções de secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro e da Presidência do Conselho de Ministros.

Pouco depois, às 16:00, realiza-se a primeira reunião do Conselho de Ministros do novo Governo de coligação PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho. No final da reunião não estão previstas declarações.

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